terça-feira, 16 de agosto de 2011

Avaliação do governo

O primeiro levantamento realizado após os recentes escândalos de corrupção, que atingiram o governo em cheio, tem sua avaliação divulgada demonstrando que houve recuou de oito pontos porcentuais em relação à pesquisa anterior promovida pelo Ibope, cujo resultado mostra que 48% dos entrevistados o consideram ótimo ou bom. A sondagem realizada em março último indicou o número de 56%. Em igual percentual de 48%, o governo é considerado regular ou péssimo pelos entrevistados, que antes era de 32%. Já a aprovação pessoal da presidente da República também caiu igualmente em 8%, passando de 73% para 67%. Os entrevistados desaprovam a presidente em 25%, em contraposição de 12% na sondagem anterior. No Nordeste, a presidente tem aprovação pessoal de 70% dos entrevistados, considerando-a boa ou ótima. O governo tem maior índice de reprovação na área de saúde e no que tange à carga tributária, com desaprovação por 69% dos consultados. À primeira vista, os resultados da pesquisa se apresentam aparentemente paradoxais, principalmente porque o governo até agora não apresentou, em termos substanciais, nada em benefício da sociedade, na forma de investimentos, obras ou quaisquer outros empreendimentos que pudessem contribuir para o desenvolvimento do cidadão. Ao contrário, a marca da incompetência do governo anterior continua imperando no atual, com, entre tantas deficiências, acentuada má qualidade em todas as áreas da sua competência constitucional, inexplicável manutenção dos juros altos, inflação incontrolável, funcionamento da máquina pública inchada e ineficiente, pesada e sacrificante carga tributária e escandalosa máquina de corrupção generalizada com dinheiros públicos, decorrente do obsceno loteamento dos ministérios e seus principais órgãos entre uma base de sustentação parlamentar, composta por profissionais especializados na formação de esquemas destinados à criação de propinoduto montado para desviar recursos do contribuinte. Em razão disso, a presidente não faz outra coisa se não se esforçar ao extremo para administrar a herança maldita implantada, difundida e aperfeiçoada pelo governo anterior. Em suma, o povo brasileiro tanto não sabe votar nem muito menos avaliar a gestão de um governo insípido e contaminado por uma crise sistêmica de corrupção, que certamente não merece, por justiça, os percentuais que lhe foram atribuídos.

 ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 15 de agosto de 2011

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