quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Epopeia

Quem um dia não gostaria de narrar um pouco de sua trajetória de vida, em homenagem à terra natal, à localidade adotada como lugar ideal para viver ou às pessoas que lhe são gratas e importantes, como forma de demonstrar toda ternura de sentimentos ou enaltecer as maravilhas e os benefícios que o poder supremo quis que tudo acontecesse conforme a previsão. A minha sorte superior ocorreu quando decidi desbravar o saudoso alto sertão paraibano, saindo bem ali mesmo da então pequenininha, mas sempre amada e querida Uiraúna, cidade encravada numa bela e aconchegante planície, constituída de brava gente muito trabalhadora, inteligente e bastante sonhadora. Foi exatamente no embalo dos sonhos que embarquei com destino à terra prometida e visionária de Dom Bosco, tendo desembarcado oito dias depois na Capital da Esperança, no dia 08 de março de 1966, numa noite muito fria, porém de céu estrelado, como se estivesse engalanada para recepcionar com boas vindas o mais novo e corajoso candango, que trazia a tiracolo uma valise superlotada de esperanças e, de quebra, alguns sonhos, tendo como acompanhamento enorme disposição para enfrentar um mundo novo e totalmente deslumbrante e desafiador, mas as circunstâncias do momento exigiam renascimento, crescimento de propósitos e muita coragem para ir à luta com muita garra. Os desafios começariam a ser enfrentados com a mesma disposição de quem sempre se houve como verdadeiro guerreiro já calejado de tanto superar obstáculos, desde tenra idade. Tratava-se apenas de dar continuidade ao destino já traçado para a minha vida e tinha algo parecido com a magistral, célebre e profética lição do maior e mais festejado presidente da República do Brasil, Dr. Juscelino Kubitschek, neste belo texto: “Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.”. O desafio do Brasil era tremendo, enquanto o meu se agigantava nas circunstâncias do pioneirismo e da absoluta falta de experiência profissional. Contudo, a sorte estava bem ao meu lado e os anjos protetores iam aparecendo concomitante ao surgimento das necessidades, os quais foram importantes colaboradores e me ajudaram além do meu merecimento, cabendo destaque especial para meu padrinho Dr. Pinheiro Rocha, sua esposa dona Kilma, Dr. Luís Gomes, Senhor de Verton, sua esposa Terezinha, Getúlio Pinheiro, Lima, Expedito de Odel, Severino Moreira, sua esposa Avanilde, Antônio Revil, sua esposa dona Maria, e outras pessoas valiosas que, de uma forma ou de outra, contribuíram com o seu indispensável apoio, contribuindo para que o ponto de partida dessa maravilhosa jornada se fundamentasse numa base sólida, que foi sendo sedimentada com a solidariedade, o incentivo, a orientação, a disponibilidade e a doação de ilimitada generosidade de cada um, a quem dedico, de coração, preitos de gratidão e agradecimento, por tudo o que eles fizeram por mim e pelo que eles significam nessa longa, árdua e bem sucedida trajetória. Não há a menor dúvida de que os frutos positivos que venho colhendo não resultaram somente das sementes plantadas por mim, porquanto as árvores vicejaram com a imprescindível ajuda e participação de pessoas especiais, abnegadas e queridas, a quem rendo as merecidas homenagens de reconhecimento.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de agosto de 2011

Um comentário:

  1. A verdade é que a semente plantada caiu em terreno fértil.
    Tenho alguma lembrança sua, da época em que você era aluno no Jovelina Gomes. Minha irmã foi sua professora; eu xeretava as notas e percebia o seu excelente desempenho.
    Diariamente dou uma passada pela sua coluna e aprecio a maneira correta e cirúrgica como tratas temas atuais.

    abraços

    ResponderExcluir