segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A força do Fogão

O jogo entre o Botafogo e o América de Minas Gerais nem havia começado de verdade, mas o time lanterninha do campeonato, de cara e sem qualquer cerimônia na casa do adversário, já foi logo engatilhando dois golaços nos ombros do alvinegro carioca, deixando-o e sobretudo os torcedores botafoguenses atônitos e completamente incrédulos com o surpreendente  acontecimento, em que o time visitante não estava sendo o mínimo respeitoso com o anfitrião, fato que, na realidade, serviu para provocá-lo e multiplicar a garra dos jogadores, que não faltou em momento algum. Estava faltando apenas algo especial e isso, de repente, surgiu por meio de um chute à longa distância, que resultou num gol simplesmente fantástico, daqueles merecedores de placa pela singularidade, dada a sua formosura, beleza e raridade. Revigorado com esse lindo gol, logo o placar foi sendo ajustado à realidade da composição dos times, em termos de qualificação atlética e de colocação de ambos na tabela de classificação. Além de ter sido um jogo bastante movimentado, quanto à quantidade de gols, ele também teve grande valor como teste para avaliação do estado de saúde do torcedor, que não ficou um só instante com o coração sossegado e a pressão sob controle, em virtude do nervosismo reinante entre os jogadores do Botafogo, querendo resolver o jogo de qualquer jeito e de forma desordenada. Não obstante, os ânimos somente foram arrefecidos à medida que os gols iam surgindo a  favor do alvinegro, com o placar folgado de 4 a 2. O importante dessa batalha foi a disposição guerreira que o time carioca imprimiu em campo, mostrando fibra para reverter um placar altamente hostil e altruísmo para encarar situação igualmente desfavorável. Na realidade, episódio adverso semelhante a esse somente acontece com time fadado a levantar a taça e que isso se confirme, pois é exatamente o que desejam os bondosos deuses do futebol, que sabem premiar, diante do mérito, aqueles que trabalham com competência profissional.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de agosto de 2011

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