segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Péssimo modelo

O secular Tribunal de Contas da União, principal órgão de fiscalização e de controle externo federal, apontou no ano passado, em relatório, uma série de irregularidades graves na execução de empreendimentos de competência do governo federal, tendo por objetivo subsidiar a Câmara dos Deputados quando da discussão do Orçamento da União, cuja análise dos fatos suscitou acalorada e intensa disputa, em que os oposicionistas defendiam o embargo das obras até o saneamento das pendências, enquanto os governistas, não aceitando essa medida, conseguiram o prosseguimento dos projetos inquinados, compreendendo refinaria, ferrovia, construção de rodovias e reforma de aeroportos, contendo superfaturamento, sobrepreço aos contratos e licitações, inobservância dos requisitos mínimos exigidos pela Lei de Licitações, entre outras impropriedades que obrigavam a imediata reparação. O relator da matéria na Câmara declarou textualmente que “É um retrato fiel do desperdício de dinheiro público, da corrupção, da malversação dos recursos e do aparelhamento do Estado pelo PT e partidos aliados.”. O lamaçal político e administrativo em que o atual governo se vê atolado até o talo é fruto de sementes plantadas pelo seu antecessor, cuja prepotência o colocava acima do bem e do mal, com o seu entendimento arrogante no sentido de que os princípios da legalidade e da moralidade não deveriam ser observados na sua gestão, para que os empreendimentos não sofressem solução de continuidade. Não há dúvida alguma de que as enxurradas de denúncias de corrupção, pipocando a todo instante, são o resultado das irresponsabilidades e da notória falta de zelo demonstrado no passado, a exemplo do caso acima citado, em que sempre prevalecia o maior interesse do governo como salvador da pátria e da base aliada não à sua ideologia, mas aos cargos e aos dinheiros públicos, tanto para uso pessoal quanto para financiar seus partidos, em detrimento dos interesses nacionais. Urge que haja a implantação de políticas verdadeiramente limpas e que os governantes primem pelo respeito e pela observância aos princípios da administração, em especial os da legalidade, da ética e da moralidade. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 21 de agosto de 2011

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