quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Falta de autoridade

Nunca, em tão pouco tempo, o mundo político brasileiro tenha experimentado tanta mexida nos setores importantes do governo, em face do surgimento de denúncias de irregularidades em vários órgãos fundamentais da estrutura governamental, embora não o suficiente e necessária para mostrar à sociedade a verdadeira vocação presidencial para a realização de faxina no serviço público, principalmente porque somente houve exoneração num ministério, enquanto noutros onde também aconteceu denúncia de corrupção nada foi promovido para valer, ou seja, ninguém foi afastado por determinação palaciana, como forma de mostrar a imparcialidade e a objetividade pretendida para a moralização da gestão pública. Em se tratando de uma complexa e heterogênea base de sustentação no Congresso Nacional, isso demonstra o peso de cada partido junto ao governo, impedindo que as medidas saneadoras sejam aplicadas igualmente com a intensidade e o peso para os mesmos partidos. Outro fato estranho e inadmissível acaba de ser demonstrado pelos parlamentares da base governista, ao defenderem seus interesses com a imposição da urgente liberação dos valores das suas emendas, sob pena da continuação do bloqueio às votações dos projetos de interesse da sociedade, como forma de ameaça de operação-padrão no Congresso, em franca demonstração de descompromisso com a realidade nacional. Até que o governo teve uma excelente oportunidade de impor a autoridade que os escândalos exigiam, ante a constatação dos esquemas nos Ministérios dos Transportes, da Agricultura e do Turismo, mas, ao final, a sua fraqueza é notória, ao permitir que a força dos partidos aliados prevalecesse sobre a premente necessidade de saneamento da administração pública. O momento é de soberania nacional, independentemente de qualquer mágoa por parte do feudo e das mamatas dos partidos políticos. Não obstante, percebe-se com claraza que a sociedade vem prestando pleno apoia às medidas de combate à corrupção, porque não suporta mais tanta roubalheira dos cofres públicos, em nome da fajuta sustentabilidade da base política, em detrimento dos interesses nacionais.
                        
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 17 de agosto de 2011
  

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