terça-feira, 2 de agosto de 2011

Assepsia da administração pública

No momento, vem circulando notícia no sentido de que foi criado, no Senado Federal, o "grupo de apoio à faxina" no Ministério dos Transportes, cuja arregimentação vem ganhando reforço de parlamentares de diversos partidos, tendo por finalidade investigar as denúncias de irregularidades na pasta, que vinha sendo comandada pelo Partido da República, bem como apoiar, como forma de limpeza moral no governo, os atos de exoneração dos servidores suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção com dinheiros públicos. O grupo passa a contar, agora, com a adesão de parlamentares que já tinham assinado o requerimento de abertura de uma CPI. Essa medida, de tão importante para os interesses nacionais, deveria ser abraçada e defendida por todos os parlamentares que têm espírito público, porque o processo de moralização da administração pública se impõe não somente no aludido ministério, mas também nos demais órgãos públicos, cuja abrangência poderia servir como medida de checagem da eficiência do funcionamento da máquina pública, principalmente porque ela vem se sustentando sob a inconsistência do absurdo e abominável loteamento por força da coalizão político-partidária, em que os caciques políticos de cada partido têm a primazia de nomear seus apadrinhados e paus-mandados e de estabelecer os esquemas para serem seguidos de acordo com os seus interesses e as suas conveniências, em nítida supremacia sobre aos interesses nacionais, com flagrante desrespeito às regras e aos princípios salutares da administração pública, que jamais deveria se desvincular dos corretos procedimentos inerente à moralização, à otimização e à eficácia na aplicação dos recursos públicos. Com certeza, a sociedade há de aplaudir a efetivação e os resultados desse grupo de parlamentares, por ser uma iniciativa louvável, tendo propósitos claros na destinação do apoio às medidas visando assepsiar um pouco o atual imundo serviço público, contaminado com a incompetência dos seus dirigentes e a enxurrada de denúncias de práticas de corrupção com recursos públicos, e também a encorajar a adoção de providências mais ambiciosas e abrangentes contra a desmoralização vergonhosa por que passa a administração pública brasileira.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 02 de agosto de 2011

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