quarta-feira, 13 de novembro de 2013

À espera do verdadeiro estadista

O ex-presidente da República petista disse a amigos que tem se preparado diariamente para, se lhe “encherem o saco”, poder voltar a se candidatar em 2018. O petista fez essa declaração ameaça logo depois de concluir que o governador de Pernambucano e o senador tucano terão dificuldades para dominar suas “sombras”, respectivamente a ex-senadora da Rede e o ex-governador paulista. Ele negou que seja “sombra” da presidente da República, tendo reafirmado que o seu principal objetivo é reelegê-la. Em sua opinião, o governador de Pernambuco “se enrolou de vez” ao aceitar o apoio da ex-senadora, porque ela aparece à sua frente nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República. No Estado Democrático de Direito, qualquer brasileiro, observados os preceitos e as normas constitucionais aplicáveis à espécie, pode ser presidente da República. Em se tratando do mais importante cargo da administração pública, em princípio, a sociedade anseia por que ele seja ocupado por pessoa que preencha os requisitos da mais relevância em qualificação, preparação, capacidade e experiência para assumir com responsabilidade, transparência e dignidade a administração dos elevados negócios do país. O ideal é que o perfil do estadista deva satisfazer à confiança do povo brasileiro, para que a administração do país esteja sempre sobre os interesses pessoais e partidários. Precipuamente, o presidente da República precisa evitar as coalizões espúrias, mediante o loteamento dos órgãos públicos e das empresas estatais entre a base aliada, que permite a fragilidade e a incompetência do gerenciamento dos negócios do país; eliminar cargos de confiança no executivo, reduzindo-os em 50%, pelo menos, de modo a estimular que os Poderes Legislativo e Judiciário sigam idêntica medida, inclusive no âmbito dos estados e municípios; reduzir, de forma drástica, os injustificáveis benefícios, mordomias, regalias, privilégios, ajudas, verbas e demais despesas desnecessárias e contrárias ao interesse público; diminuir a absurda quantidade de ministérios, que já atinge o escandaloso número de 39, muitos absolutamente inúteis; não aceitar alianças políticas com os piores homens públicos, acostumados à prática da politicagem contrária aos interesses públicos; acompanhar, enxergar e saber sobre tudo o que acontece na administração pública, inclusive dentro do palácio presidencial; punir a corrupção; reformular e modernizar amplamente a legislação federal, inclusive os códigos especiais, por estares obsoletos e extemporâneos; ter competência para promover as reformas estruturais, principalmente nos setores essenciais às atividades econômicas e produtivas do país, de modo que a produção nacional tenha condições de competitividade com os importados; nomear pessoas capacitadas e preparadas para dirigir os órgãos superiores da administração pública, levando-se em conta exclusivamente a capacidade e o mérito; dar prioridade às políticas públicas, de modo que os serviços públicos sejam prestados com a qualidade que o povo merece; administrar com eficiência os recursos do programa Bolsa Família, providenciando depuração dos falsos beneficiários e aproveitadores, mediante recadastramento geral dos participantes; gerenciar o Sistema Único de Saúde com eficiência e competência; enfim, o país precisa, com urgência, de administrador competente e capacitado para o gerenciamento dos recursos públicos com austeridade e economicidade e o expurgo, em definitivo, das politicagens de exclusivo robustecimento de projeto político visando à perenidade no poder. Urge que o presidente da República se preocupe, na essência, com a solução das questões de impacto de interesse da sociedade, inclusive com as que afetam com gravidade a região nordestina, sempre prejudicada com as longas estiagens causadas pelas secas. Já está comprovado que, ante a sua terrível contribuição ao subdesenvolvimento, o país não precisa mais de político populista que se vangloria mundo afora e a todo instante exclusivamente sobre os cuidados com o aperfeiçoamento de programa assistencialista, apesar de suas notórias deficiências, como se outros governantes não tivessem sensibilidade administrativa e fossem incapazes de perceber que se trata de política de competência do Estado que deve ser executada para atendimento à população carente, não na forma irresponsável como ela se apresenta, mas sob rigoroso controle de eficiência quanto às famílias que efetivamente devem fazer jus ao benefício objeto da instituição desse programa tão importante para as famílias verdadeiramente carentes da assistência do Estado. A atual experiência de gestão pública mostra que o Estado arrecada montanhas de dinheiros oriundos de pesados tributos, mas ele tem enorme deficiência na execução das prioridades das políticas públicas, prejudicadas, sobretudo, pela falta de capacidade gerencial para controlar e fiscalizar os gastos públicos, com vistas à comprovação da efetividade das aplicações dos recursos públicos. A sociedade precisa se conscientizar, com urgência, sobre a necessidade de ser colocado na Presidência da República somente alguém que preencha o perfil de homem público devotado e compromissado com as causas eminentemente nacionais, que demonstre não ter indecoroso apego ao poder, seja abnegado com exclusividade ao interesse da sociedade, tenha capacidade de renunciar, em definitivo, ao imoral e indecoroso fisiologismo na política e, finalmente, tenha reais condições de revolucionar a administração pública com a promoção das reformas estruturais que o país tanto precisa, mostrando a pujança do estadista ansiado pela nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de novembro de 2013

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