quarta-feira, 27 de novembro de 2013

E os estragos causados ao país?

O ex-presidente República petista concluiu que a mandatária do Brasil deve distender as relações diplomáticas com os Estados Unidos da América, haja vista que ela já capitalizou o que podia do rumoroso episódio da espionagem. Na sua visão, a presidente poderia perder terreno político, a partir de 2014, que é ano eleitoral, quanto à preferência dos empresários americanos, uma vez que a relação fria resultante do imbróglio entre os dois países poderia causar-lhe a antipatia do governo americano perante investidores do país. A atual situação se tornou bastante desfavorável à presidente, ante a frieza demonstrada ao caso pelo governo norte-americano, com possibilidade de “os gringos” puderem estimular visão mais negativa da situação fiscal brasileira, a ponto de criar preferência aos políticos da oposição, que estão alheios à birra encenada pela mandatária brasileira. O raciocínio pragmático do petista decorre do fato de a presidente já ter faturado dividendos políticos, com o cancelamento da visita oficial aos Estados Unidos e se manifestado contra as ações de espionagem do Tio Sam na Assembleia Geral da ONU, quando conseguiu importante apoio da Alemanha. Percebe-se claramente que o foco do petista é a batalha que se avizinha da reeleição presidencial, na qual não pode haver nenhuma espécie de inimizade, principalmente se ela tiver origem no país mais poderoso do mundo, em menosprezo do desgaste sofrido pela nação, com o seu indevido envolvimento nesse rumoroso caso. O petista pretende descartar eventual retaliação econômica, para não ter reflexo negativo, pasmem, na reeleição da presidente. Não há dúvida de que o risco da perda de investimentos estrangeiros não foi vislumbrado quando a presidente, sem a menor diplomacia nem preocupação com os interesses nacionais, exigiu explicações aos americanos sobre as espionagens. Agora fica claro que a arrogância presidência tinha apenas motivação eleitoreira, ao pretender se retratar, no presente, para ficar de bem com os empresários norte-americanos e faturar politicamente. O político petista parece ter razão, porque desde que houve o entrevero entre os presidentes dos dois países, as relações entre eles arrefeceram a ponto de não se falar mais no assunto de espionagem, ante o tamanho da importância e do incômodo causados pelos arrogantes pedidos de esclarecimentos sobre as espionagens, que nunca vieram e nem virão, porque os americanos estão nem aí para as incompetências tupiniquins, que não tiveram capacidade para implantar sistema eficiente de controle sobre suas comunicações, deixando-as devassas às lupas estrangeiras. O governo brasileiro, ao invés de ficar choramingando mundo afora, pedindo socorro, que não vai aparecer, poderia cuidar da proteção contra os abelhudos de plantão, com a implantação de mecanismos eficientes para impedir que suas deficiências de controle facilitem as espionagens além-fronteiras. Como disse muito bem o ex-presidente, a mandatária tupiniquim já conseguiu os dividendos políticos que ela pretendia com as escaramuças protagonizadas, em aproveitamento das denúncias de espionagem americana, mas tão somente com relação às pessoas menos instruídas e despreparadas, que não tiveram a percepção de que toda encenação não passou de dramatização bufa com a exclusiva finalidade de tirar proveito eleitoreiro, evidentemente seguindo orientação dos marqueteiros palacianos, que devem explorar o episódio como audácia e intrepidez da mandatária brasileira, por ter enfrentado com singular bravura o presidente mais poderoso do mundo, dando prova da sua invulgar coragem e determinação. Não obstante, os marqueteiros certamente vão omitir que a pantomima não resultou senão estrondoso desgaste perante a opinião pública esclarecida e a imprensa, que perceberam, de forma cristalina, que toda armação ardilosa não passou de estratégia maquiavelicamente arquitetada, que serviu para pôr o Brasil bem distante dos interesses econômicos e diplomáticos norte-americanos, em evidente prejuízo para as causas brasileiras, obrigando que, agora, o país deva correr, porém com estratégias eficientes e mais inteligentes, para recuperar o enorme estrago causado à imagem e aos interesses do Brasil, que nunca foram bons junto aos norte-americanos, por não aprovarem as relações e os galanteios do governo tupiniquim com governos antagônicos aos princípios democráticos e aos direitos humanos. Causa perplexidade que o ex-presidente petista defenda apenas a melhoria da imagem da presidente, tendo como preocupação se evitar perda de prestígio dela, tendo em conta que ela não pode ser prejudicada no pleito eleitoral, quando o correto seria urgente trabalho quanto ao soerguimento da imagem do país, que foi envolvido indevida e injustamente em briga de interesse pessoal da presidente, mas os efeitos negativos respingaram sobre a nação. A sociedade anseia por que sejam corrigidas, com urgência, as graves falhas praticadas no governo, quanto ao episódio das denúncias de espionagem dos Estados Unidos da América, ante os estragos econômicos e diplomáticos agora reconhecidos, em se tratando da importância do Brasil, causados aos interesses da sociedade e da nação, que jamais deveriam ter a iniciativa e a participação de governo capaz e responsável. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de novembro de 2013

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