Pesquisa
sobre pesquisa do Ibope, a partir de julho último, mostra que a presidente da
República tem conseguido recuperar o cacife eleitoral depois da onda de
manifestações que esfarelou a sua popularidade. Na última pesquisa divulgada, o
cenário evidencia que a petista lidera a corrida presidencial com 43% de
intenção de voto, vindo, na sequência, o senador tucano com 14% e o governador socialista
com 7%. O percentual de brancos e nulos atingiu a taxa alta de 21%, enquanto
outros 15% não souberam responder, evidenciando boa margem para os candidatos
que tiverem um pouco mais de competência para convencimento quanto à sua
capacidade para administrar o país com programa de governo consistente e
eficiente. De julho a novembro, a presidente conseguiu sair de 30% para 43%,
enquanto o tucano mantém desempenho quase estável, variando apenas entre 11% e
14%. Já o governador de Pernambuco partiu de 3% em julho para chegar a 7%
agora. O certo é que a presidente da República se encontra em franca reconquista
de parte significativa do que havia perdido depois das manifestações de protestos,
quando já estava no patamar folgado de 58% de intenção, o máximo que ela alcançou
no Ibope, em março deste ano, enquanto, naquela época, a senadora da Rede tinha
12%, o senador tucano estava com 11% e o governador socialista não passava de
4%. É evidente que ainda é longo o caminho a ser percorrido até o encerramento
da campanha presidencial, no qual muitos clarões, pesadas turbulências e
possíveis bonanças vão surgir, com possiblidade de beneficiar ou atrapalhar as
pretensões dos presidenciáveis, que podem conquistar ou perder preciosos pontos
nas avaliações do eleitorado, principalmente dos eleitores ainda indecisos.
Parece compreensível que os concorrentes da oposição sejam políticos pouco
conhecidos do povão, o peso do eleitorado, por ainda não administrar nenhum
programa do tipo Bolsa Família, principal mecanismo impulsionador da vitalidade
da presidente da República, no seu imbatível reconhecimento de popularidade de
quem se encontra no governo, com o poder de garantir a expansão desse programa,
que funciona em forma de distribuição de renda, que não deveria se estender
além das famílias estritamente carentes. O quadro atual demonstra que a
presidente não tem concorrente à sua altura e seria reeleita ainda no primeiro
turno. Na realidade, a oposição precisa se esforçar bastante para criar
estrutura capaz de mostrar à sociedade que a forma de administrar o país carece
de significativas mudanças, principalmente de qualidade de gestão que possa satisfazer
os princípios da eficiência, legalidade, moralidade, competência, economicidade
e principalmente de seriedade com a coisa pública. A pesquisa mostra, com absoluta clareza, que os candidatos têm pouca
qualificação para implementar reformas estruturais no país e o pior é que a
pessoa mais conhecida, embora sem maiores predicativos, estranhamente se
destaca com bastante vantagem e desenvoltura sobre os demais candidatos, a
ponto de surfar de braçadas rumo à reeleição, que parece se encaminhar para
desfecho tranquilo, caso não aconteça grande desastre de percurso. Não
obstante, causa enorme perplexidade se verificar que a presidente da República,
depois de quase três anos à frente do governo, consiga conquistar a simpatia de
parcela significativa da população, conforme revela a pesquisa em apreço,
apesar de ter apresentado desempenho sofrível na sua gestão, em termos de obras
públicas e investimentos de impacto capazes de gerar crescimento econômico e
social. Além disso, ela foi incapaz de promover a reformulação das estruturas
do Estado, notadamente fragilizadas pelo total descaso quanto aos seus reflexos
principalmente nas atividades econômicas, terrivelmente prejudiciais ao desempenho
do parque industrial, ante os pesados tributos, elevados encargos
previdenciários, juros escorchantes, injustificáveis obrigações fiscais e
burocráticos, entre tantos gargalos que impedem a competitividade da produção
nacional e a expansão dos segmentos econômicos. A presidente também teve a
invulgar habilidade de patrocinar o fortalecimento do indecoroso fisiologismo
na administração pública, ao dar continuidade ao vergonhoso loteamento dos
ministérios e das empresas estatais entre os partidos da sua base de
sustentação política, em troca de apoio ao seu famigerado projeto de reeleição
e de continuidade no poder. Também constituiu falha grave da presidente da
República a falta de iniciativa de exonerar os ministros denunciados em
envolvimento nos casos de corrupção com recursos públicos. Na verdade, ela foi
salva do maior vexame porque os ministros tidos por corruptos pediram para sair
do governo, se retirando pelas portas dos fundos dos ministérios, fatos
conhecidos por faxina que nunca houve. Na realidade, é certo que, nos
assentamentos de desempenho da presidente, não se contabiliza nenhum fato
relevante que seja motivador do reconhecimento do eleitor consciente sobre o
seu real merecimento de continuar na administração da nação, ante a falta de
realizações consideráveis. No entanto, a pesquisa mostra que o quadro de
estadista para dirigir os destinos do país é simplesmente preocupante, por
sinalizar pela continuidade da inapetência quanto às priorizações das políticas
públicas capazes de promover o desenvolvimento do país. A sociedade aspira por
que os candidatos tenham inspiração nos grandes estadistas mundiais, de modo a formular
programas de governo compatíveis com a grandeza das pretensões de crescimento e
de modernidade do país, observada a essencialidade dos princípios democráticos
e constitucionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de novembro de 2013
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