sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Retrocesso não é pouco?

A ex-senadora da Rede de Sustentabilidade afirmou que o retrocesso deve ser a marca do atual governo. Ela disse: "Torço que a presidente Dilma deixe a sua marca. Por enquanto, a marca que tem deixado é a do retrocesso ou risco do retrocesso. O retrocesso na área ambiental é inegável. O modelo de governabilidade chegou ao limite. Chegamos a 40 ministérios e, para manter base, novos têm sido criados, e isso é insustentável". Ela também fez comentário sobre afirmação da lavra da presidente da República de que seus adversários nas próximas eleições precisam "estudar muito" o Brasil. A conclusão da ex-senadora foi bem apropriada ao caso: "Eu acho que ela deu um conselho de professora. Eu fui alfabetizada aos 16 anos. Isso é uma coisa que eu gosto de valorizar aqueles que se dispõem a estudar. E eu vi que o Eduardo é uma pessoa que pega as coisas assim, com muita consistência. Nas conversas que temos tido, na experiência de governo, eu acho que ela dá um conselho muito bom porque aprender é sempre uma coisa muito boa, difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar". A ex-senadora é simpatizante da restauração do tripé econômico, com controle da inflação, câmbio flutuante e superávit primário: "Tudo que nós conquistamos foi pelo fato de termos um compromisso com a meta de inflação, mas, nos últimos anos, o teto dessa meta foi a realidade e, algumas vezes, até extrapolado. Reafirmamos essas diretrizes, aprofundando com a evolução programática com o PSB". Não há dúvida de que a maior prova do retrocesso, não somente do governo em atividade, mas em especial da longeva gestão petista, entre muitas deficiências gerenciais e administrativas, é a completa falta de iniciativa e da incapacidade para a realização, por minimamente que sejam, de reformas estruturais que há tanto tempo o país clama e necessita com urgência delas, em que pese tratar-se de medida inserida nas promessas de campanha do então presidente da República, que nada fez nesse sentido. Enquanto as reformas essenciais ao desenvolvimento socioeconômico sequer são imaginadas, a nação é obrigada a respirar os malévolos ares próprios dos sistemas arcaicos e deformados do continuísmo administrativo, em desprezo aos benfazejos ensinamentos da evolução e da modernidade que se impõem como mecanismos indispensáveis ao aperfeiçoamento dos segmentos de eficiência que devem imperar na gestão dos recursos públicos e dos negócios da nação. É fora de dúvida que, diante do lamentável comodismo obsequioso e extremamente prejudicial aos interesses nacionais, o caminho natural tem sido o inevitável retrocesso preconizado pela ex-senadora, com implicação cada vez mais ao rumo do desanimador patamar do atraso e do subdesenvolvimento. Um dos exemplos irreprocháveis disso é a carga tributária, cuja eficiência ajuda a arrecadação bater sucessivos recordes, se tornando uma das mais elevadas do mundo, que sacrifica impiedosamente a sociedade e muito mais ainda o parque industrial brasileiro, que não consegue competir com a sua produção com a concorrência internacional. Os resultados administrativos e econômicos não deixam dúvida de que o retrocesso do governo e do país é patente, porquanto, se tivesse havido o mínimo de competência gerencial do Estado, o Produto Interno Bruto não seria tão mirrado e acanhado como tem sido, em contraposição à grandeza econômica e às potencialidades produtivas do país, que estão em estágio cada vez mais minguante, em face da inexistência de visão estratégica por parte das autoridades públicas. A sociedade precisa perceber, com urgência, que a administração do país, inclusive a execução dos recursos públicos, encontra-se em dissonância com a persecução do indispensável desenvolvimento socioeconômico, ante a inconcebível falta de políticas destinadas a eliminação dos graves gargalos que contribuem fortemente para o retrocesso e o subdesenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 31 de outubro de 2013

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