terça-feira, 4 de março de 2014

Mais investimentos em segurança

O governo anunciou a intenção de preparar projeto de lei com a finalidade de regulamentar os crimes praticados especificamente em protestos, que será encaminhado ao Congresso Nacional em regime de urgência. O ministro da Justiça disse que “A ideia é propor uma lei equilibrada e sem excessos, uma lei firmada no contexto da democracia brasileira, democracia esta que não aceita que os direitos de uns sejam pisoteados por outros. Teremos nos próximos dias definição desse texto que tem como objetivo assegurar a liberdade de manifestação.”. Ainda de acordo com o ministro, são imperiosas sanções para aqueles que transgridem o direito da população de se manifestar, independente de causa. Ele também entende que o governo tem a obrigação de garantir segurança ao cidadão que participa das manifestações e à imprensa que faz a cobertura de forma democrática, por ser indispensável nesse processo político, de modo que não sejam admitidos atos de vandalismo nos protestos. O ministro ressaltou que já existe vasta legislação sobre repressão à violência, mas há necessidade de nova lei, por atender a expectativa da maioria da sociedade que sinaliza positivamente para que ela trate especificamente sobre a atualidade das manifestações, que têm sido agitadas com foco na violência de grupos, que deve sem combatida com mecanismos apropriados, com base na orientação especializada da Polícia Militar, que é responsável para manter a ordem pública, cujo desempenho poderá contribuir para o êxito do controle dos exaltados manifestantes. Não há a menor dúvida de que a imaginação do governo de criação de lei para regulamentar os crimes decorrentes de violência nas manifestações não passa de invencionice sem a menor consequência. A legislação penal existente enquadra com a indispensável adequação também os crimes de vandalismo, não sendo o caso de nova lei para tratar de caso específico, o que torna inócua a impressionante rapidez do governo para tentar combater a grave situação de violência protagonizada pelos baderneiros. A competência da administração poderia ser evidenciada com medidas práticas de eficiência e objetividade, que consistiriam essencialmente na preparação, treinamento e qualificação do contingente devidamente compatível com a quantidade de manifestantes que se dispõem a perturbar a ordem pública e a segurança da sociedade. Caso o governo não investir em pessoal de segurança, com significativo aumento do seu quantitativo e aperfeiçoamento dos mecanismos de controle e combate à violência, certamente que não é com mera legislação que o governo vai conseguir evitar o progressivo caos nas passeatas. Não obstante, o governo precisa se conscientizar, com a máxima urgência, de que as manifestações são decorrência da sua atuação administrativa, que vem tratando as questões de interesse do povo, especificamente sobre segurança pública, transportes (estradas, portos, aeroportos, hidrovias etc.), moradia, educação, saúde, saneamento básico e investimentos em grandes obras, sem a prioridade compatível com as suas necessidades básicas, permitindo que os serviços públicos sejam prestados, quando prestados, com a questionável qualidade, que chega ano-luz das obras pertinentes às reformas e construções de estádios, para os quais foram destinados prioridades e substanciais recursos públicos, que deveriam, antes delas, ter sido destinados aos empreendimentos de interesse da população, que clama e muito por serviços públicos de padrões superiores aos costumeiramente oferecidos. Caso o governo tivesse conseguido melhorar os padrões que servem para parâmetro e avaliação do Índice de Desenvolvimento Humano, cuja medição indica sistematicamente a inferioridade do país, em relação às nações de menor importância econômica do que o Brasil, que é incapaz de superar as precariedades na gestão dos recursos públicos, certamente não haveria manifestações de protestos contra a incompetência gerencial do país, bem assim dispensaria qualquer medida pertinente à apenas disciplinar questão de violência decorrente de protestos. A sociedade entende que o efetivo combate às manifestações violentas deva ser promovido com competência e eficiência na administração do país, com o estabelecimento de prioridades das políticas públicas - com a prestação de serviços públicos de padrão superior - e dos investimentos em obras de impacto, em estrita observância aos princípios da moralidade, legalidade, transparência e economicidade, como forma de contribuir de verdade para o desenvolvimento da nação, que augura pela adoção de medidas capazes de propiciar melhoria das condições de vida população, inclusive da segurança e da ordem públicas. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 03 de março de 2014

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