A aprovação da
presidente da República da polêmica aquisição pela Petrobrás, por preço
superfaturada, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), revelada com pormenores
pela imprensa, ganhou destaque na mídia internacional, em especial pela revista
especializada em economia “The Economist”, que teve bastante repercussão, pelo
fato de a presidente tupiniquim ter alegado, de forma leviana e impensada, que
a decisão da compra da refinaria se deu com base em relatório “falho”. A
revista britânica disse que "As
revelações do Estado
sobre a responsabilidade da presidente Dilma na compra atingem sua imagem de
boa gestora. O mercado está cansado
da interferência governamental na empresa que, na onda de más notícias, teve
uma queda em suas ações”. A “The Economist” menciona ainda a última
pesquisa eleitoral divulgada pelo Ibope, que apontava a mandatária brasileira
ainda como favorita nas próximas eleições, com 47% de aprovação. Não obstante, a
publicação entende que o episódio da estatal petrolífera envolvendo “a promessa de grande riqueza atrapalhada
pelo mau gerenciamento e a interferência governamental é uma história que afeta
a própria trajetória do Brasil”. Não há a menor dúvida de que a revelação,
nos últimos dias, dos fatos envolvendo negociações e transações prejudiciais
aos resultados econômico-financeiros da Petrobras, não somente acenam para a
deficiência gerencial sob a integral direção e responsabilidade do governo
federal, que vem demonstrando completa incompetência para gerenciar, com
eficiência, empresa de capital importância para a economia nacional e
internacional, que já foi uma das mais atrativas de investimentos pelos
brasileiros e pelo capital estrangeiro, mas a ingerência, a falta de profissionalismo
e os investimentos maus sucedidos contribuíram para podarem os planos
vitoriosos e exitosos da empresa possuidora de componentes favoráveis ao pleno
desenvolvimento, caso ela tivesse sido gerenciada com competência e eficiência,
mediante a rigorosa observância ao princípio da racionalidade científica da
administração dos recursos econômico-financeiros. Embora a responsabilidade direta
pela aquisição da aludida refinaria deva ser atribuída ao Conselho de Administração
da empresa, o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás foi apontado pela
presidente da República como responsável pelo relatório que subsidiou a compra em
questão e, por isso, somente agora, depois de eclodido o desastroso negócio,
ele acaba de ser exonerado pelo Conselho de Administração da Petrobras do cargo
de diretor da Diretoria Financeira da BR Distribuidora, fato que evidencia
extrema incompetência do governo, por permitir que quem teria induzido a presidente
do citado conselho ao gravíssimo erro continuasse exercendo cargo relevante da
empresa, por mais oito anos continuados. Na verdade, apesar de a revista
britânica se referir à presidente brasileira de possuir imagem de boa gestora,
os fatos estarrecedores vindos à lume deixam muito claro exatamente o contrário
do que foi alardeado por muito tempo sobre a sua competência, que teria sido
bem diferente se ele tivesse evitado os estrondosos prejuízos causados ao
patrimônio da sociedade brasileira, não aprovando, de imediato e sem acurada
análise sobre a matéria, mas sim votando, à oportunidade, por diligência
saneadora, já que ela alega falha do relatório, por omissão de dados, somente
agora revelada, quando a sua manifestação teria sido fundamental para se evitar
grandioso rombo aos cofres da Petrobras, de difícil recuperação, depois de
transcorrido tanto tempo. Não à toa que o Senado Federal vai investigar as
irregularidades na estatal, que já é objeto de investigação pela Polícia
Federal, pelo Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal. Na
realidade, a administração do país está acéfala há mais de década, à vista da
falta de ações de efetividade às causas nacionais, salvo dos conchavos em
benefícios dos interesses pessoais e partidários, tendo em mira a exclusiva
perenidade no poder, em detrimento do interesse público. O Brasil não sabe o
que é gestão pública de verdade desde que seus mandatários se apossaram do
Palácio do Planalto, nesse interregno de governo, para praticarem política da
boa vizinhança com os partidos da coalizão republicana, que não funciona nem no
nome, porque prevalece a satisfação dos interesses políticos, que predominam na
forma do indecente e inescrupuloso loteamento dos ministérios e empresas
estatais entre os partidos que apoiam os projetos do governo no Congresso
Nacional, em espúria e vergonhosa composição denominada popularmente de “toma
lá, dá cá”, em cristalino prejuízo aos interesses da nação e da sociedade,
principalmente porque os entendimentos políticos estão voltados para a
consolidação do relevante e único projeto do partido que comando o país, qual
seja, de se manter eternamente no poder, em consonância com o ideário
socialista, que tenta e demonstra fazer algo em prol das massas carentes, visando,
em troca, seu voto, como forma de constituir poderoso curral eleitoral e dele
se beneficiar nas eleições, mas, para tanto, há errôneo e espúrio envolvimento
dos dinheiros públicos para a manutenção dos programas assistencialistas, como
se o Estado fosse o próprio partido representado pela mandatária do país. O povo
brasileiro demonstra extrema falta de percepção política, que não consegue enxergar
as manobras maquiavelicamente engendradas com a exclusiva finalidade de permanecer
o encastelamento e a predominância do poder. Urge que a sociedade se desperte
dessa irresponsável letargia política, que contribui, de maneira indevida, para
que o país seja administrado sem o indispensável acautelamento da eficiência e
da competência, que são exigidos em se tratando da execução de recursos públicos.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de março de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário