A Petrobras
desembolsou, entre 2006 e 2012, o valor de US$ 1,18 bilhão pela refinaria de
Pasadena, no Texas (EUA), que, em 2005, havia sido comprada, pasmem, pela
empresa belga Astra Oil pela quantia de US$ 42,5 milhões. Um ex-diretor da
Petrobras disse que "O Conselho de
Administração decidiu por indicação da presidente do conselho, senhora Rousseff,
não aceitar a decisão arbitral. Mandou para a Justiça. A Petrobras foi derrotada
na Justiça e com isso o ônus aumentou em mais US$ 171 milhões", valor
esse que poderia ter sido economizado na compra da refinaria, caso o negócio
não tivesse sido levado à Justiça americana. No entendimento dele, o prejuízo
teria sido menor se o desentendimento com a antiga sócia da Petrobras tivesse
sido resolvido na Câmara Internacional de Arbitragem, instância extrajudicial
para conflitos comerciais, mas a empresa brasileira foi derrotada na Justiça,
tendo sido obrigada a arcar com ônus a mais daquele valor. Essa aquisição está recheada
de desacertos e ninguém que assumir a culpa pelos atos, nem mesmo a presidente do
então Conselho Administrativo da empresa, que apenas tenta transferir para
outrem o seu grave erro crasso no episódio, por alegar omissão de elementos
essenciais no resumo de mesa, fato esse que apenas evidencia ignorância da
matéria extremamente relevante, em especial por se tratar de investimento altíssimo,
que exigia o maior acautelamento possível, no mínimo, a leitura, para
conhecimento, dos autos antes da autorização da compra da refinaria, que não
deveria ter sido objeto de posterior discussão na Justiça, por ter sido
desprezado o caminho da negociação, que seria o mais aconselhável ao caso, de
modo a se evitar o prejuízo de milhões de dólares. O certo é que, de tropeço e em parecer jurídico “falho”, de ingerência e
em incompetência, as ações da maior empresa petrolífera brasileira encarnam
estrondosos prejuízos, tendo a direta e decisiva participação dos cardeais
petistas, que conseguiram reduzir, graças à sua fracassada administração,
mediante o gerenciamento ineficiente, o patrimônio da Petrobras a um terço do
seu valor real. Além de ter contribuído, de forma efetiva, para diminuir a
capacidade de investimentos nas explorações de petróleo e nas condições
empreendedoras da petrolífera, fruto da adoção de políticas expansionistas
infrutíferas como a aquisição de refinaria absolutamente inoperante, por preço
injustificável. Os fatos que estão ocupando, com absoluta razão, o noticiário
da mídia, evidenciam completa incompetência e irresponsabilidade por parte do
Conselho de Administração da Petrobras, que tinha a obrigação de evitá-los caso
ele tivesse desincumbido da sua missão institucional com indispensáveis zelo e
cuidado quanto ao detido e minucioso exame da documentação e do contrato
pertinente. A irresponsabilidade ficou caracterizada pelo simples fato de a
aprovação, no caso da refinaria de Pasadena, ter sido apoiada em mero resumo, que
foi considerado pela então presidente do conselho de parecer "falho",
por imprecisão, embora constassem nos autos a documentação e os elementos
essenciais e esclarecedores sobre o negócio. Diante das desastrosas decisões
adotadas pelo Conselho de Administração da Petrobras, dirigido pela mandatária
do país, fica muito claro que os fatos são bastante graves, por resultarem em
prejuízos ao patrimônio da mais importante empresa brasileira. Nessas
circunstâncias, não há como passar a mão na cabeça de ninguém, nem mesmo dos
principais protagonistas dessa peça bufa, que jamais deveria ter sido encenada,
ante o envolvimento de bilhões de reais simplesmente jogados no ralo, eis que o
retorno dos investimentos é incerto. Contabilizado o prejuízo, resta a
atribuição de responsabilidades, na forma da lei, sob pena de se constituir
precedente perigoso. Os fatos relacionados com as aquisições das refinarias de
Pasadena e do Japão, comprovadamente de forma irregular, com estrondosos
prejuízos ao patrimônio da Petrobras, fruto da incompetência gerencial e
administrativa, recomendam o aprofundamento das investigações não somente das
compras dessas refinarias, mas também de todos os atos administrativos
examinados e aprovados pelo Conselho de Administração da Petrobras, como forma
de depuração e de demonstração do tamanho dos danos causados à petrolífera, que
tem sido alvo de seguidos prejuízos, em razão da má gestão, acolitada pelo
conselho que foi incapaz de evitá-los. Mesmo que os lamentáveis fatos
questionados não sejam devidamente investigados e aclarados, como se exige a
legislação pátria, inclusive para a atribuição de responsabilidades, a sua
revelação é mais do que suficiente para mostrar à sociedade e ao mundo o despreparo
gerencial e as precárias condições dos estadistas tupiniquins, que são capazes
de contribuir, sem o menor pudor, para que a principal empresa brasileira, com
capital público, tenha má gestão e perda significativa do seu patrimônio.
Compete à
sociedade decidir se a forma precária e temerária de gestão do patrimônio pública,
visivelmente prejudicial às causas nacionais, atende ou não os objetivos que
são almejados para o desenvolvimento social e econômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de março de 2014
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