sexta-feira, 7 de março de 2014

Retrocesso político-democrático

O ex-presidente da República petista aproveitou sua visita a Cuba, para, em nome do governo brasileiro, negociar, entre tantos assuntos considerados inconfessáveis, por serem classificados secretos, mudança no programa Mais Médicos, tendo obtido a anuência do presidente cubano para elevar o salário dos médicos caribenhos para R$ 3 mil, a partir deste mês. O ex-presidente petista, embora não integre oficialmente o governo, tem mostrado atuação bem superior ao que muitos ministros brasileiros, que se limitam apenas a cumprir seu expediente na Esplanada mais importante do país, justamente por não ter absolutamente nada para realizar, ante a falta de orientação presidencial, ou simplesmente por executar apenas as metas estratégicas do seu partido, ou seja, nada. Trata-se de missão diplomática disfarçada e absolutamente irregular, por envolver assunto que deveria ser discutido diretamente entre os governos, embora a importação de profissionais para o Brasil não tenha sido concretizada em conformidade com os trâmites do Direito Internacional, entre os dois países, visto que a vinda dos médicos cubanos foi intermediada entre uma organização internacional e o governo brasileiro, sem a assinatura do governo ditatorial de Cuba. Daí a estranheza de o ex-presidente petista negociar o salário de R$ 3 mil para o médico cubano, quanto os demais médicos já estão recebendo R$ 10 mil mensais. Essa dicotomia de tratamento tem algo sujo e mal explicado, que não pega bem entre governos que escondem do seu povo a transparência dos seus atos. Ademais, as visitas de lideranças petistas à ilha maldita, para, em princípio, prestarem adulação e reverência aos ditadores sanguinolentos, sinônimos de retrocesso político-democrático, demonstra o quanto o país tupiniquim ainda precisa se despertar e dar salto de qualidade quanto ao respeito aos princípios de civilidade e de sensibilidade sobre a evolução da humanidade. Custa acreditar sobre os reais propósitos dessas constantes idas dos petistas a Cuba, pois, sabidamente, ali não existe manancial de coisa alguma que sirva de lição para as salutares práticas do exercício político-administrativo, à vista das atividades retrógradas que ainda são desenvolvidas numa das piores ditaduras que se tem conhecimento nos tempos hodiernos. Basta se mirar para o caso da importação dos médicos do país caribenho, para se perceber a gritante dicotomia existente aquele país e o resto do mundo, quando ali ainda se proíbe que os profissionais sejam tratados com o mínimo de dignidade dispensável ao ser humano, como no caso de poder trazer a sua família para o Brasil, onde eles vão ficar por, no mínimo, três anos, em cujo interregno os contatos familiares poderão ser feitos apenas mediante as comunicações existentes entre os dois países. Além de o governo cubano ainda manter rigoroso controle sobre as atividades desempenhadas por seus profissionais no país tupiniquim, por intermédio de agentes de segurança daquele país, com a exclusiva finalidade de monitorar os passos dos profissionais da ilha caribenha, que não têm direito sequer de transitar livremente aqui no país, considerando que eles são obrigados a declarar qualquer afastamento do local de trabalho. Ou seja, mesmo distantes de Cuba, os médicos vivem em permanente estado de escravidão, inclusive quanto aos valores que percebem pelos mesmos serviços prestados por outros médicos contratados pelo governo brasileiro. Enquanto os médicos cubanos vão passar a ganhar salário de R$ 3 mil, a partir deste mês, visto que percebiam bem menos do isso, os demais profissionais já estão ganhando R$ 10 mil livres. Tudo isso somente demonstra as ruindades e as perversidades do governo ditatorial de Cuba, que, mesmo desprezando os direitos humanos e os princípios democráticos, ainda são idolatrados e adorados pela cúpula petista, como se os irmãos castristas fossem o suprassumo da ideologia a ser seguida como exemplo de governantes capazes e eficientes, embora o regime comunista implantado no seu país evidencia tenebroso desastre de destruição da espécie humana, que a submete ao capricho do eterno atraso e subdesenvolvimento sob as condições menos ideais de sobrevivência, de conhecimento e de modernidade, tendo por base os recursos sociais e econômicos existentes no resto do mundo. É lamentável que os governantes brasileiros elejam os ditadores cubanos como aliados, parceiros e orientadores, em demonstração de verdadeiro retrocesso estratégico, político, social, econômico, democrático etc., quando os governantes do resto do mundo, que têm sensibilidade e responsabilidade com a vanguarda das questões mundiais, estão interessados em manter relações diplomáticas com países que se evoluíram e são destaques quanto à consecução do desenvolvimento social e econômico do seu povo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 06 de março de 2014

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