Conforme resultado de pesquisa
divulgada pelo Datafolha, o ex-presidente da República petista, com 28% dos
entrevistados, é o mais preparado para promover mudanças no Brasil, vindo em
seguida a atual presidente, com 19% das opiniões. É curioso que a terceira
preferência dos mais bem preparados recai sobre cidadão que não atua na
política partidária. Trata-se do presidente do Supremo Tribunal Federal, com
14%, e, em seguida, aparece a ex-senadora do partido da Rede Solidariedade, com
11%. O senador tucano, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, teve 10% dos
entrevistados e o governador pernambucano, que disputará o Palácio do Planalto
pelo PSB, foi apontado por 5%. Os candidatos da oposição ainda são pouco
conhecidos pelo povo, fato que permite a abertura de vantagem nesse quesito
para os políticos petistas, que estão em permanente aparição na mídia e são
conhecidos nacionalmente, mas, em absoluto, isso não significa que eles estejam
mais preparados para mudar coisa alguma, à vista das excelentes oportunidades
que já tiveram para mudar para melhor o país e as condições de vida do povo,
mas conseguiram senão empurrar a nação para a caótica situação atual, por não
tem a visão de estadista com a competência para aproveitar as vantagens
políticas e econômicas, inclusive no contexto mundial, para realizar as
reformas estruturais do Estado, tão carente de transformação, da liberação do
imobilismo ideológico partidário, da implantação de ideias republicanas, da eliminação
da centralização das manobras políticas de conveniências e da reafirmação de
propósitos destinados à exclusiva satisfação do interesse público. Não há
dúvida de que a preferência dos entrevistados pelos petistas se justifica
porque parcela significativa da população entende que a dupla petista já tenha sido
capaz de promover mudanças na vida da população mais necessitada,
principalmente com a substancial destinação de recursos para os programas assistencialistas,
visivelmente com a finalidade de angariar a simpatia em termos eleitoreiros,
como demonstram os resultados das eleições. Na verdade, eles somente
conseguiram fazer esse trabalho, em conjunto com as criticadas obras da Copa do
Mundo, em detrimento das politicas públicas necessárias à satisfação das
carências da sociedade, que padece pela falta de melhoria das infraestruturas e
do saneamento básico, que são precários para parcela expressiva da população. O
certo é que o país não pode continuar apenas privilegiando políticas
assistencialistas, deixando as questões capitais e essenciais em planos secundários,
como se as estratégias nacionais não dependessem de políticas amplas e abrangentes,
principalmente no que diz respeito às metas econômicas e outras tantas
políticas que precisam ser estudadas e reformuladas, a exemplo do custo Brasil,
que tem sido crucial para o desenvolvimento nacional. A avaliação do desempenho
dos mandatários do país, nos últimos doze anos, não aconselha, em absoluto, se
concluir que os petistas sejam capacitados para mudar coisa alguma, porque
outros governantes, de capacidade medíocre, certamente teriam feito muito mais
e melhor do que eles fizeram. Verifica-se a paixão desenfreada dos
simpatizantes por esses governantes, que não medem adjetivos para qualificar e
enaltecer suas realizações na área social, como se outros administradores não
tivessem a sensibilidade de dar cumprimento às incumbências do Estado, por
força de imposições previstas na Constituição Federal de o Estado ter o dever de
promover assistência à população que se encontre em condições de necessidade
econômico-financeira. É verdade que os governos anteriores talvez tivessem
feito bem menos do que o atual governo, tanto que este deu continuidade aos
projetos assistenciais do seu antecessor. Enquanto os últimos governantes
petistas tiveram o cuidado de priorizar o programa Bolsa Família, com a
destinação de bilhões de reais para sua execução, eles não se preocuparam
quanto à organização e à eficiência do cadastramento dos beneficiários, que nem
sempre são carentes de verdade, segundo demonstram os fatos. O certo é que não
existe controle e muito menos fiscalização capazes de moralizar o programa que
é a menina dos olhos do governo, que permite que ele seja executado sem a necessária
organização, em clara demonstração de desperdício de recursos públicos, ante a
inescrupulosa forma como eles estão sendo aplicados, conforme as denúncias que
são feitas amiúde nos meios de comunicação. Esse fato se revela grave porque inexiste
medida saneadora das falhas nem há notícia sobre responsabilização pela má
gestão dos dinheiros dos bestas dos contribuintes, que ainda são obrigados a arcar
com uma das maiores cargas tributárias do mundo. Afora os cuidados com os
importantes programas assistencialistas, as obras para a Copa do Mundo e os investimentos no moderno porto de Mariel, em Cuba, este também com
recursos dos otários dos contribuintes, os dois últimos governantes investiram muito
pouco nas obras estruturais, permitindo que as estradas, o saneamento básico, os
portos, os aeroportos, os hospitais, as escolas e demais políticas de governo
ficassem a desejar e à mercê da incompetência administrativa, a ponto de a
segurança pública não conseguir combater a criminalidade e a violência, que atingiram
escaladas progressivas e incontroláveis. Graças à atuação irresponsável dos
últimos governantes, o Brasil figura entre os piores países na avaliação que
mede o Índice de Desenvolvimento Humano, sendo ultrapassado por nações sem
qualquer expressividade econômica, fato que entristece o povo brasileiro, que
não merece passar por situação vexatória de ser potência econômica mundial e ainda
ser é obrigado a padecer nas trevas do subdesenvolvimento, à mercê dos serviços
públicos de má qualidade, justamente por falta de prioridades quanto às políticas
verdadeiramente voltadas para a resolução dos problemas e das questões que
afetam diretamente a sociedade. Os dois últimos governantes já tiveram bastante
tempo para se sensibilizarem sobre a necessidade de mudar a situação de
precariedade e deficiência que são visíveis e inadiáveis, mas sequer pensaram
em promover as reformas capazes de eliminar os gargalos que impedem a
transformação das políticas retrógradas que beneficiam tão somente as classes
dominantes, em total detrimento dos interesses do país. Trata-se de verdadeira ironia
se imaginar que os petistas tenham o mínimo de interesse em promover mudanças
no país, enquanto o status quo lhes é
amplamente favorável e vantajoso, que tem o beneplácito do povo, que se
beneficia dos programas assistencialistas e não ambiciona por substanciais melhorias
e mudanças político-administrativas. A sociedade almeja por que os governantes elejam,
com embargo da ideologia partidária, o princípio republicano como forma de
administrar a nação com eficiência e competência, de modo que seja possível a viabilização
das mudanças tão urgentes e indispensáveis ao desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de fevereiro de 2014
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