As pesquisas de intenção
de voto à carreira presidencial revelam que a presidente da República sofreu
pequena derrapada, saltando de 40% em março para 37% neste mês. Apesar da queda
na disputa, o Ibope, responsável pela realização e divulgação do resultado da
pesquisa, afirma que ela venceria a eleição no primeiro turno se tivesse hoje
como adversários o senador tucano e o socialista ex-governador de Pernambuco,
além de outros sete candidatos de pequenos partidos, tendo em conta que a soma
dos votos válidos dos concorrentes dela é inferior àquele percentual. Convém se
atentar que as candidaturas para a eleição de 2014 somente serão oficializadas no
próximo mês de junho, ocasião em que os partidos deverão realizar convenções
para escolher seus representantes na corrida presidencial de 5 de outubro
vindouro. O Ibope informa que o tucano atingiu 14% das intenções de voto e o
socialista não passou de 6% dos entrevistados, no total de 2.002 ouvidos, entre
pessoas com mais de 16 anos, em 140 municípios. Parece induvidoso que, se os
organizadores e os interessados quisessem saber a real intenção de votos para a
eleição presidencial, teriam a dignidade democrática de estender a pesquisa à
maior abrangência possível, inclusive permitindo a participação de internautas,
devidamente identificados, para que a população pudesse se manifestar de forma
espontânea e consciente sobre o que pensa sobre a continuidade ou não do
governo que, à toda evidência, não convence, por sua fragilidade como administra
e gerencia a nação, principalmente quanto à sua omissão acerca das questões
prioritárias e essenciais ao desenvolvimento do país. É inacreditável que mesmo
uma quantidade irrisória de eleitores, tão somente de 2.002 pessoas, tenha
condições de avaliar a real capacidade do governo que foi capaz de empurrar a
maior empresa brasileira para o precipício econômico-financeiro, com a desastrosa
realização de empreendimentos que causaram enormes prejuízos ao país, a exemplo
da aquisição de uma refinaria quebrada e deficitária, além de tantas e
inumeráveis precariedades administrativas. Não há dúvida de que o governo já
demonstrou claramente que não tem as condições mínimas de governar o país, à
vista das enormes questões que permanecem intocáveis e sequer foram pensadas
nos últimos doze anos, em especial a modernidade e a reformulação das
estruturas do Estado, que impedem o crescimento social e econômico da nação. Chega
a ser ridículo e até risível que tão somente 2.002 pessoas pesquisadas sirvam
de parâmetro para o instituto de pesquisa se arvorar a dizer, de forma
precipitada e irresponsável, que a presidente seria eleita ainda no primeiro
turno, como se essa parcela superínfima tivesse condições de respaldar a
avaliação legítima que compete aos aproximados 140 milhões de eleitores. Esse
fato tanto significa de ridículo como é fruto de conclusão absolutamente
compatível com integral irresponsabilidade de avaliação da pesquisa, cuja
origem deveria ter a dignidade de dizer que a presidente seria eleita ainda no primeiro
turno se a eleição fosse decidida somente por 2.002 eleitores pesquisados. O
resultado da pesquisa em apreço caracteriza verdadeiro crime de avaliação,
porque induz às pessoas concluírem sobre o desempenho dos candidatos à Presidência
com base em elementos absolutamente imprecisos e insuficientes. Além do mais, o
percentual atribuído à presidente do país tem o condão de se permitir que ela
possa imaginar que estaria realmente administrando o país, quando esse fato é
bastante prejudicial aos interesses nacionais, porque a nação vem passando por
visível carência de governabilidade, conforme mostraram as manifestações dos
protestos das ruas. Cada vez que sai o resultado de pesquisa sobre intenção de
voto para presidente da Republica, as pessoas com um pouco de consciência e de maturidade
política percebem claramente que o país precisa evoluir muito e com o máximo de
urgência para sair desse eterno atraso de incompetência, precariedade e
ineficiência da administração pública, que não consegue sair da mesmice de
gerenciar apenas os programas assistencialistas, a exemplo do Bolsa Família,
com suas visíveis deficiências de organização e de controle, em que os
benefícios são pagos até a quem não faz jus, além das coalizões espúrias e
inescrupulosas exclusivamente para possibilitar a continuidade no poder. A
sociedade não pode permitir que as precariedades, as deficiências e as
incompetências gerenciais continuem tendo prevalência na administração pública,
por não se vislumbrar que o atual governo tenha condições de promover as reformulações
estruturais e estratégicas do Estado, como forma capaz de possibilitar o real
desenvolvimento do país. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de abril de 2014
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