A presidente da República, em declaração, afirmou que “É muito usual durante os
períodos de pré-campanha no Brasil e nos períodos de campanha que haja a
utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar este ou aquele
governo. Nós temos experiência disso porque nós já enfrentamos isso em 2006 e
em 2010. Podem ter certeza: o meu governo continuará governando, continuará
mantendo seu caráter republicano, mas nós não iremos recuar um milímetro da
disputa política quando ela aparecer.". A afirmação foi feita quando o
momento político se mostra bastante delicado para o governo, que se encontra
totalmente envolto em inúmeras denúncias de irregularidades na Petrobras, com a
oposição no Congresso Nacional lutando bravamente, numa batalha muito bem
articulada, na tentativa da criação de Comissões Parlamentares de Inquérito,
destinadas às investigações dos fatos denunciados pela mídia, que se revelam
gravíssimos e bastantes prejudiciais ao interesse da estatal e do país. Além
disso, há o fato de que pesquisas realizadas sobre a preferência do eleitorado
acerca da corrida presidencial revelam súbita queda de 6% das intenções de voto
da mandatária do país. Apesar do quadro adverso, a presidente disse que seu
governo não vai "recuar um milímetro" da disputa política. O momento
político não tem sido muito generoso para os planos do governo, que se esforça
ao máximo apenas na tentativa de tapar o sol com a peneira, à vista da
deplorável situação econômico-financeira da principal estatal, cujo capital se
derreteu graças à ingerência, má gestão e incompetência, que certamente
contribuíram para a sucessão de escândalos, sempre um atrás do outro, cada qual
com muita gravidade, a evidenciar que somente a investigação não é suficiente
para contornar o imbróglio que parece não ter fim. A gravidade dos fatos só
complica a situação do governo, que tenta fugir de cena no momento exato que devia
assumir a responsabilidade por suas trapalhadas, que expuseram a gigantesca deficiência
gerencial da estatal. Por mais consistente que seja a empresa, ela não resiste à
terrível ingerência e ao inescrupuloso uso do cabide de empregos para acomodação
de afilhados, sindicalistas e políticos, normalmente sem competência para
exercer cargos na estatal. A administração pública recorre ao expediente da
maquiagem, com o objetivo de mostrar os fatos não como eles realmente são, mas
para evidenciar situações que atendem às suas conveniências políticas, em completa
distorção da plausibilidade dos acontecimentos. Percebe-se que as declarações
da presidente do país tem respaldo na orientação de marqueteiro político, que
jamais deveria ter influência na administração pública, por não se coadunar com
a realidade dos fatos, como no caso da Petrobras, que a mandatária o aproveita
para pousar de vítima, quando é irrefutável a sua culpa na má gestão da estatal,
a exemplo da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Como nas campanhas
eleitorais, a presidente demonstra agir no cargo como marionete, por dar declaração sobre fatos
que nem sempre correspondem à realidade ou aos seus pensamentos, por serem
colocações de estrita conveniência oportunistas, de cunho eleitoreiro. O país precisa
de homens públicos confiáveis, que sejam capazes de apresentar seu programa de
governo com base na solidez do seu pensamento político, sem a interveniência de
marqueteiro ou de padrinho político, para assumir integralmente as
responsabilidades de governo. É lamentável que, apesar da evolução da
humanidade e das conquistas do conhecimento, o povo ainda tenha que suportar
políticos indecisos e incapazes de defender ideologia consistente e
democrática. O povo anseia por que o governo tenha índole republicana e que a sua
administração seja direcionada integralmente para a nação e não para
determinadas agremiações políticas, que são beneficiárias de indevidos e
espúrios privilégios, a exemplo da entrega de ministérios e empresas estatais,
em troca de apoio político. O país precisa com urgência ser passado a limpo,
com expurgo das politicagens, das mentiras, a exemplo das falsas declarações
censurando as privatizações, mas agora o governo ignora as afirmações de
campanha e considera as privatizações, inclusive ao pré-sal, como a salvação da
pátria. Chega a ser risível se afirmar que, nas campanhas eleitorais, é normal
que haja a utilização de instrumentos destinados à destruição do governo, caso
os fatos que depõem contra o governo não falassem por si sós nem mostrassem a
verdadeira situação de calamidade denunciada pela mídia e pelas investigações
já iniciadas sobre a triste realidade da Petrobras. O certo é que, ao fugir da
realidade dos acontecimentos, o governo sofre enorme desgaste, ao insistir em não
assumir seus erros, a exemplo, entre outras precariedades, da desastrada
aquisição da refinaria de Pasadena, que contou com o beneplácito da presidente
da nação, por não ter tido o cuidado de lê os documentos pertinentes ao negócio
e ainda ter o disparate de atribuir a culpa a outrem, pela possível omissão de
importantes informações. Urge que a sociedade avalie e decida, com absoluto
rigor de justiça e sabedoria, quem realmente tem competência e condições de
moralizar a administração pública e pôr o país nos trilhos do progresso e do
desenvolvimento. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de abril de 2014
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