quarta-feira, 30 de abril de 2014

A face espúria da politicagem

Em face das enormes pressões protagonizadas por aliados para que o ex-presidente da República petista aceite disputar a corrida pelo Palácio do Planalto, nas próximas eleições, a presidente da República afirmou que irá "tocar em frente" sua candidatura pela reeleição, mesmo que não conte com o apoio dos partidos governistas, tendo em vista que muitos dos quais demonstram o desejo do afastamento dela, por meio de movimento que vem se intensificando sobre a "Volta, Lula", com característica que já foi denominado "fogo amigo". Ela disse que "Este é um ano eleitoral. Em um ano eleitoral, é possível que ocorram todas as hipóteses que você conceber e ainda aquelas que você não conceber (...) Gostaria muito que, quando eu for candidata, eu tivesse o apoio da minha própria base. Agora, não havendo esse apoio, a gente vai tocar em frente". Caso concreto de insatisfação partiu da bancada do PR na Câmara dos Deputados, integrante da base governista, que anunciou apoio ao movimento "Volta, Lula", tendo expedido manifesto alertando sobre a reavaliação do partido caso seja mantida a candidatura da presidente. O ministro das Relações Institucionais afirmou que "A presidenta Dilma tem o direito da eleição e certamente vai exercer esse direito com o apoio do PT e de vários outros partidos. Então, não é razoável que nós entremos agora em um debate que não tem muito senso prático, com todo o respeito àquelas pessoas que defendem o 'Volta, Lula'". Já o secretário-geral da Presidência da República garantiu que o ex-presidente da República está "incomodado" e constrangido com as manifestações favoráveis à substituição na corrida presidencial, por entender que a presidente é legitima candidata do partido. Enfim, a verdadeira face da incompetência administrativa do país está sendo revelada pelos próprios aliados, que já não se conformam com o desgoverno e a falta de prioridades das políticas públicas em benefício do país. Nessa mesma linha de entendimento, governistas também mostram inconformismo com a falta de projeto do governo para atender seus indecentes anseios fisiológicos, os quais são capazes de fazer qualquer negócio para conseguir seus objetivos maléficos, inclusive imolar a presidente, que não teve capacidade para aumentar o número de ministérios, para lotear entre os inconformados, que entendem que seriam bem tratados e teriam seus anseios atendidos pelo ex-presidente exemplo de falta de escrúpulo com a gestão político-administrativa do país. Não há a menor dúvida de que o secretário-geral da Presidência da República está coberto de razão, ao afirmar que o ex-presidente se encontra bastante incomodado com essa famigerada e insuportável ideia "Volta, Lula", porque ele sabe perfeitamente que o povo não suporta mais ser sacrificado com a completa desmoralização dos princípios democráticos, consolidados entre o ex-presidente e a banda podre dos políticos tupiniquins, que sempre abusaram do poder para se beneficiarem e se enriquecerem nos exercícios de cargos públicos eletivos. O certo é que o povo já cansou dos procedimentos espúrios praticados em nome da "governabilidade" e da continuidade no poder, mas ainda é obrigado a participar dessa terrível encenação que não passa de jogo de cena, como mera preparação sobre a volta triunfante do "todo-poderoso" à atividade pública, de onde, na verdade, nunca saiu, pois esteve sempre atuante na Presidência, dando as cartas e as orientações sobre as questões cruéis do governo que seria da responsabilidade da sua companheira, mas jamais ela teve, conforme comprovam os fatos, iniciativa para decidir em plena autonomia sobre os fatos importantes da administração do país. Todo esse quadro representado pelo "Volta, Lula" não passa de mero movimento preparado estrategicamente para lembrar à presidente que ela deve cumprir o trato feito por ocasião da sua indicação à presidência, apenas para cumprir o mandato tampão e permitir o regresso do seu antecessor à atividade pública, para dar continuidade às alianças espúrias, como forma de se perpetuar no poder, como é o seu desejo político de se tornar o grande e eterno caudilho da política tupiniquim. Compete à sociedade repudiar a forma indigna, inescrupulosa e vergonhosa como políticos se rebelam contra o próprio governo, por mero inconformismo por não terem sido aquinhoados por cargos públicos e espaços no poder, em troca de apoio político com o uso de cargos públicos eletivos, em evidente contraposição aos princípios republicanos, democráticos, éticos, morais e do decoro. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de abril de 2014

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