terça-feira, 8 de abril de 2014

Repúdio à imoralidade

O ex-presidente da República petista voltou à cena política, com a exclusiva finalidade de defender a presidente da República, como forma de prestar relevante serviço de blindagem e de escudo político do governo, que, apesar das enormes prejuízos causados à Petrobras, com a compra, por preços superfaturados, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos da América, o PT resiste à prestação dos devidos esclarecimentos sobre os fatos lamentáveis, não permitindo sequer que o Senado Federal promova as investigações da sua competência constitucional. Entre outras declarações, o petista disse que "Normalmente, em época de eleição, quando a oposição não tem bandeira, não tem programa e não tem voto, a oposição então levanta essa ideia de se fazer uma CPI". Não há a menor dúvida de que a defesa da presidente da República pelo seu antecessor demonstra, de forma cristalina, o lastimável nível da democracia tupiniquim, a se verificar que, nos países desenvolvidos, qualquer caso de suposta irregularidade é imediatamente investigado e mostrado o seu resultado à sociedade, como forma de transparência que deve nortear, por força de exigência constitucional e legal, os administradores públicos. É absolutamente inadmissível que escândalos de extrema gravidade venham ocorrendo na Petrobras e o governo petista simplesmente se nega a apurar os fatos, fazendo absurdas manobras e criando os maiores obstáculos para blindar a pele da mandatária do país, que, conforme sua confissão, ela teria ajudado o Conselho de Administração da estatal a autorizar a compra da refinaria de Pasadena, nos Texas/EUA, por preço supostamente superfaturado, sob o argumento dela de que não teria concordado com a aquisição da refinaria se tivessem constado nos autos as cláusulas que obrigavam a compra de uma das partes, no caso de divergência de entendimento de qualquer das partes. Ocorre que a alegação presidencial caiu por terra depois que a então direção da estatal garantiu que os termos do contrato e demais documentos essenciais ao negócio constavam do processo de compra da refinaria, fato esse que permite se inferir que a presidente não teve os necessários zelo e cuidados que se exigem em transação de tamanha magnitude, que jamais aconselharia a omissão quanto à falta da profunda análise sobre os detalhes circunstanciados ao negócio, dando a entender que a petista somente teria lido o resumo colocado em mesa, o que pouco representa em relação ao tamanho da responsabilidade atribuída ao Conselho de Administração da empresa. Os brasileiros honrados e não dependentes dos programas assistencialistas têm dificuldade em saber se a verdadeira bandeira petista atende realmente aos interesses nacionais, considerando que os integrantes do PT estão sempre envolvidos, quer em época de eleição ou não, em casos de graves irregularidades, que são capazes de desmoralizar completamente os princípios político e democrático, a exemplo dos clamorosos casos do mensalão e da compra superfaturada da refinaria de Pasadena/EUA, que teve o beneplácito da presidente da República, que poderia ter evitado enorme rombo aos cofres da Petrobras, caso houvesse acurado exame do caso. Com certeza, há de surgir uma bandeira de verdade, diante dos fatos desastrosos protagonizados no governo do PT, em que o país foi obrigado a conviver com terríveis situações nada recomendáveis nos países evoluídos, política e democraticamente. Os péssimos exemplos de corrupção e de politicagens, construídos com base na impunidade e no fisiologismo, tiveram a finalidade de fortalecer o projeto político da continuidade no poder, em total detrimento dos evoluídos princípios democráticos, que têm por escopo a satisfação do bem comum da sociedade, com a prestação de serviços públicos de qualidade. Certamente que fatos semelhantes ocorridos nos países evoluídos, em termos de civilidade, causariam enorme repercussão e exigiria que os envolvidos prestassem, de moto próprio, os indispensáveis esclarecimentos acerca dos fatos considerados irregulares ou então se esforçassem para que os órgãos de fiscalização e controle promovessem as investigações pertinentes. Não obstante, em conformidade com o estilo nitidamente antidemocrático, próprio dos sistemas socialistas, os governistas, em absoluta contramão dos princípios da modernidade e da civilidade, evitam a todo custo que os fatos não possam ser investigados e esclarecidos, que certamente parcela de responsabilidade poderia ser atribuída à presidente da República, que não pode ser prejudicada, neste momento, ante os reflexos desastrosos na sua reeleição. No passado, o “todo-poderoso” qualificava de bandos de aloprados os políticos que cometiam atos semelhantes aos que são praticados agora pelos companheiros, com a diferença de serem ignorados seus efeitos maléficos à dignidade da gestão pública, em nome da escrachada ganância pela perenidade do poder, com total atropelo, de forma vergonhosa, aos saudáveis princípios da ética, da moralidade e do decoro. As urdidas manobras governistas para salvar a pele da presidente demonstram, com nitidez solar, que os interesses pessoais e partidários são sobrelevados muito acima das causas nacionais, justamente pela tentativa de não se apurar nada nem de não se poder atribuir, se for o caso, responsabilidades aos culpados, caso os fatos fossem investigados. A sociedade, consciente do seu poder cívico, não pode permitir, de forma passiva, a irresponsável imposição da total desmoralização dos princípios da dignidade, legalidade e honorabilidade, que são inarredáveis e devem predominar na administração do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de abril de 2014

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