Sondagens de especialistas políticos estão
projetando que alguns candidatos deverão explorar o tema corrupção como um dos
assuntos prediletos para serem debatidos na campanha eleitoral que se aproxima.
Não será novidade que os escândalos na política voltem a ser lembrados pelos
adversários ao governo, como forma de apontar a falta de ética e honestidade na
administração pública. É bem verdade que, nos pleitos eleitorais anteriores, a incursão
estratégica no campo minado e explosivo da corrupção não rendeu bons
dividendos, porque todos partidos estão envolvimento com ela e isso certamente
contribuiu para diminuir o nível da convicção sobre a forma da abordagem de
tema tão importante para a discussão política. O que se espera, agora, é que, se a oposição
pretende levar essa chaga da administração pública ao debate na próxima
campanha eleitoral, ela deverá ter coragem e competência não somente para
explicar com detalhes o que significa realmente essa forma cruel e criminosa de
irregularidade com recursos públicos, mas de indicar, de forma pedagógica, os
casos concretos e esmiuçar os fatos perniciosos, mostrando a maneira como ela
se processou e o porquê da sua existência no âmbito da política e da
administração pública, para que a sociedade possa realmente entender a
perversidade dessa prática nos orçamentos públicos. Convém que seja esclarecido
que o desvio de verbas públicas tem como consequência a falta de investimentos
na construção de hospitais, escolas, creches, estradas e na aplicação no
saneamento básico, na infraestrutura do país etc. Nem precisa apontar os
corruptos, porque esses o país já sabe onde costumam se infiltrar, para fazerem
carreira profissional no mundo do crime da corrupção na administração pública,
normalmente para se beneficiar das influências próprias do poder, que,
indefeso, escancara suas portas aos aproveitadores, que se esbaldam nas
negociatas, nos conchavos e no fisiologismo, que são instrumentos fundamentais
para que os corruptos exerçam suas maléficas e antagônicas atuações políticas.
Convém frisar que aqueles que suscitarem o tema da corrupção para o debate
político precisam mostrar à sociedade a sua ficha pregressa de homem público, onde
conste o passado de lisura, honestidade e conduta ilibada, no que diz respeito à
administração de recursos públicos. Não basta acusar os atos de corrupção e de improbidade
administrativa, se não tiver condições de provar, com elementos probantes, a
lisura que o cidadão é obrigado a carregar no currículo, sem o que ele poderá
ser ridicularizado, a exemplo de importante partido que justificou o
escandaloso esquema do mensalão com a prática de outro igualmente abominável
mensalão mineiro, como se um erro fosse capaz de justificar práticas piores e
mais graves, ante seu gigantesco efeito maléfico aos cofres públicos. É
evidente que o político competente tem o dever não somente de fazer referência aos
escabrosos casos de corrupção, como forma de combatê-la, mas sobretudo de atentar
prioritariamente para os principais problemas que afetam seriamente o
desenvolvimento do país, com especial destaque para as urgentes reformas
estruturais do Estado, que se encontra estagnado justamente em razão do
anacronismo das estruturas fundamentais da administração pública, que são os
pilares de sustentação capazes de viabilizar o crescimento do país. Não adianta
os candidatos à Presidência ficarem remoendo questões como aborto,
privatização, governos passados e outros assuntos paroquianos, de somenos
importância nacional, quando a sociedade exige urgentes reformas previdenciária,
tributária, econômico, política, trabalhista, de infraestrutura etc., como
mecanismo indispensável ao desenvolvimento socioeconômico da nação. O país já
teve gigantesco prejuízo e significativo atraso, por confiar em governo
preocupado na construção de programa de trabalho tendo por base tão somente comparações
com realizações de governos anteriores e em gerenciamento de programas
ineficientes de assistência social, quando as questões essenciais do país
sequer são pensadas e priorizadas. O país não pode mais ficar à mercê de “lero-lero”
infrutífero e contraproducente, que não leva a absolutamente nada, a não ser ao
subdesenvolvimento como vem mostrando os pífios desempenhos da economia
nacional, conforme o resultado do Produto Interno Bruto - PIB, que não decola
devido ao empirismo das medidas econômicas em execução pelo governo, cuja meta
principal está atrelada às espúrias alianças partidárias, como forma de
fortalecimento da campanha da reeleição e da continuidade no poder, únicos
projetos políticos do governo, em total detrimento dos objetivos nacionais. A
sociedade precisa avaliar, com urgência, não somente a questão relacionada com
a corrupção na política, mas, em especial, a conduta dos homens públicos que pensam
realmente na melhoria das condições de vida da população e no progresso do país,
tendo por base exatamente o que já foi implementado em proveito das elevadas
cargas tributárias impostas ao povo de maneira impiedosa pelo Estado, que deixa
de prestar, por força de imposição constitucional, serviços públicos de
qualidade. É inaceitável a continuidade administrativa do país na forma como se
encontra, claramente prejudicial ao interesse público, por não haver reformas
estruturais do Estado, inexistirem maciços investimentos em projetos de impacto
e muito menos ideias de novos modelos social, político, econômico e
administrativo, como mecanismos capazes de contribuir para o desenvolvimento nacional, em
contraposição à confirmação do retrocesso do país, que foi engessado com o
pragmatismo ideológico socialista, permeado com o fisiologismo na administração
pública, que são princípios antagônicos à reformulação e à modernização das estruturas
do Estado. Urge que o povo, no cumprimento da sua responsabilidade cívica e patriótica,
tenha capacidade de eleger estadista que possua visão de vanguarda política e
administrativa e real competência para, não somente enxergar as mazelas do país,
mas priorizar as ações e políticas públicas compatíveis com o
desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de abril de 2014
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