terça-feira, 29 de abril de 2014

Fim à corrupção e à incompetência

Sondagens de especialistas políticos estão projetando que alguns candidatos deverão explorar o tema corrupção como um dos assuntos prediletos para serem debatidos na campanha eleitoral que se aproxima. Não será novidade que os escândalos na política voltem a ser lembrados pelos adversários ao governo, como forma de apontar a falta de ética e honestidade na administração pública. É bem verdade que, nos pleitos eleitorais anteriores, a incursão estratégica no campo minado e explosivo da corrupção não rendeu bons dividendos, porque todos partidos estão envolvimento com ela e isso certamente contribuiu para diminuir o nível da convicção sobre a forma da abordagem de tema tão importante para a discussão política. O que se espera, agora, é que, se a oposição pretende levar essa chaga da administração pública ao debate na próxima campanha eleitoral, ela deverá ter coragem e competência não somente para explicar com detalhes o que significa realmente essa forma cruel e criminosa de irregularidade com recursos públicos, mas de indicar, de forma pedagógica, os casos concretos e esmiuçar os fatos perniciosos, mostrando a maneira como ela se processou e o porquê da sua existência no âmbito da política e da administração pública, para que a sociedade possa realmente entender a perversidade dessa prática nos orçamentos públicos. Convém que seja esclarecido que o desvio de verbas públicas tem como consequência a falta de investimentos na construção de hospitais, escolas, creches, estradas e na aplicação no saneamento básico, na infraestrutura do país etc. Nem precisa apontar os corruptos, porque esses o país já sabe onde costumam se infiltrar, para fazerem carreira profissional no mundo do crime da corrupção na administração pública, normalmente para se beneficiar das influências próprias do poder, que, indefeso, escancara suas portas aos aproveitadores, que se esbaldam nas negociatas, nos conchavos e no fisiologismo, que são instrumentos fundamentais para que os corruptos exerçam suas maléficas e antagônicas atuações políticas. Convém frisar que aqueles que suscitarem o tema da corrupção para o debate político precisam mostrar à sociedade a sua ficha pregressa de homem público, onde conste o passado de lisura, honestidade e conduta ilibada, no que diz respeito à administração de recursos públicos. Não basta acusar os atos de corrupção e de improbidade administrativa, se não tiver condições de provar, com elementos probantes, a lisura que o cidadão é obrigado a carregar no currículo, sem o que ele poderá ser ridicularizado, a exemplo de importante partido que justificou o escandaloso esquema do mensalão com a prática de outro igualmente abominável mensalão mineiro, como se um erro fosse capaz de justificar práticas piores e mais graves, ante seu gigantesco efeito maléfico aos cofres públicos. É evidente que o político competente tem o dever não somente de fazer referência aos escabrosos casos de corrupção, como forma de combatê-la, mas sobretudo de atentar prioritariamente para os principais problemas que afetam seriamente o desenvolvimento do país, com especial destaque para as urgentes reformas estruturais do Estado, que se encontra estagnado justamente em razão do anacronismo das estruturas fundamentais da administração pública, que são os pilares de sustentação capazes de viabilizar o crescimento do país. Não adianta os candidatos à Presidência ficarem remoendo questões como aborto, privatização, governos passados e outros assuntos paroquianos, de somenos importância nacional, quando a sociedade exige urgentes reformas previdenciária, tributária, econômico, política, trabalhista, de infraestrutura etc., como mecanismo indispensável ao desenvolvimento socioeconômico da nação. O país já teve gigantesco prejuízo e significativo atraso, por confiar em governo preocupado na construção de programa de trabalho tendo por base tão somente comparações com realizações de governos anteriores e em gerenciamento de programas ineficientes de assistência social, quando as questões essenciais do país sequer são pensadas e priorizadas. O país não pode mais ficar à mercê de “lero-lero” infrutífero e contraproducente, que não leva a absolutamente nada, a não ser ao subdesenvolvimento como vem mostrando os pífios desempenhos da economia nacional, conforme o resultado do Produto Interno Bruto - PIB, que não decola devido ao empirismo das medidas econômicas em execução pelo governo, cuja meta principal está atrelada às espúrias alianças partidárias, como forma de fortalecimento da campanha da reeleição e da continuidade no poder, únicos projetos políticos do governo, em total detrimento dos objetivos nacionais. A sociedade precisa avaliar, com urgência, não somente a questão relacionada com a corrupção na política, mas, em especial, a conduta dos homens públicos que pensam realmente na melhoria das condições de vida da população e no progresso do país, tendo por base exatamente o que já foi implementado em proveito das elevadas cargas tributárias impostas ao povo de maneira impiedosa pelo Estado, que deixa de prestar, por força de imposição constitucional, serviços públicos de qualidade. É inaceitável a continuidade administrativa do país na forma como se encontra, claramente prejudicial ao interesse público, por não haver reformas estruturais do Estado, inexistirem maciços investimentos em projetos de impacto e muito menos ideias de novos modelos social, político, econômico e administrativo, como mecanismos capazes de contribuir para o desenvolvimento nacional, em contraposição à confirmação do retrocesso do país, que foi engessado com o pragmatismo ideológico socialista, permeado com o fisiologismo na administração pública, que são princípios antagônicos à reformulação e à modernização das estruturas do Estado. Urge que o povo, no cumprimento da sua responsabilidade cívica e patriótica, tenha capacidade de eleger estadista que possua visão de vanguarda política e administrativa e real competência para, não somente enxergar as mazelas do país, mas priorizar as ações e políticas públicas compatíveis com o desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de abril de 2014

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