O governo da Itália autorizou a extradição do ex-diretor de marketing do
Banco do Brasil para o Brasil, onde deverá cumprir o restante da condenação,
pelo Supremo Tribunal Federal, de 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do
mensalão do PT, pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de
dinheiro.
Em 2013, ele fugiu para a Itália, antes de sair o
seu mandado de prisão. Mais tarde, ele foi encontrado e preso pela Interpol em
Maranello, já em 2014, sendo que, na ocasião, ele portava documentos falsos, em
nome de um irmão dele, já falecido.
Esse fato se tornou inusitado, porque é a primeira
vez que a Itália extradita cidadão italiano para o Brasil, em que pese a
negativa deste quanto à extradição de um italiano, mesmo que ele tenha sido
condenado, naquele país, pelo assassinato de quatro italianos.
A defesa do mensaleiro resistia quanto à concessão
da extradição, sob a alegação de que os presídios brasileiros, mais conhecidos
pelo próprio ministro da Justiça como verdadeiras masmorras, não possuem
condições para propiciar garantia de proteção dos direitos humanos dos presos.
Argumento nesse sentido teve peso na primeira decisão, quando o mensaleiro foi
autorizado a permanecer na Itália.
Após a primeira negativa, a Procuradoria Geral da
República recorreu à Justiça italiana, tendo apresentado justificativas de que
o país tem presídios, como a penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, para
acomodar condignamente o ex-diretor de marketing do BB, e citou como exemplo a
penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, tendo convencido o governo
italiano, que decidiu pela extradição em comento.
Segundo o Governo do Distrito Federal, a ala do
presídio onde o mensaleiro vai ficar é "destinada a internos que apresentem vulnerabilidade ao sistema
carcerário, por razões de segurança, bem como por apresentarem condições
peculiares que impeçam o seu recolhimento junto à massa carcerária".
O mencionado criminoso disse, na Itália, em tom de
muita espiritualidade, que ele não tinha fugido do Brasil, mas sim
"salvado a vida".
A extradição do
criminoso ítalo-brasileiro para o Brasil, que negou igual tratamento àquele
país, com relação a assassino italiano, representa alto nível de compreensão da
Itália, quanto à necessidade de se contribuir para a definitiva eliminação da
impunidade que, infelizmente, impera, como nunca, no país tupiniquim, tendo
terrível reflexo na vida dos brasileiros, que são reféns da bandidagem, diante
da inércia e da omissão das autoridades incumbidas de combater a violência e a
criminalidade.
A decisão da Itália mostra apenas a diferença entre
um país evoluído e desenvolvido juridicamente e uma republiqueta comandada por
políticos com mentalidade atrasada e distanciada da realidade mundial, em que
os fatos são analisados à luz da modernidade da humanidade e da evolução dos
acontecimentos.
A Itália não disse, mas a sua decisão é uma tapa de
luva de pelica na prepotência, na ignorância e no obsoletismo dos governantes
tupiniquins, que se acham os donos da razão e da nação e ainda pensam que podem
contrariar os princípios da civilidade e da razoabilidade, quando as demais
nações gravitam em órbita superior, dominando os verdadeiros sentimentos sobre
as relações diplomáticas modernas, que não se coadunam com o espírito de
revanchismo predominante nas republiquetas, à vista do lamentável episódio
protagonizado recentemente pelo governo tupiniquim, em circunstância similar à
tratada agora.
Os brasileiros esperam que o presente caso sirva de
lição para o exame mais racional e civilizado por parte do governante do
Brasil, em relação às situações semelhantes, de modo que as decisões adotadas em
casos análogos possam contribuir para a eliminação das abomináveis e
prejudiciais impunidades de criminosos, como forma de aperfeiçoamento das
relações diplomáticas entre nações tradicionalmente amigas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de abril de 2015
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