quinta-feira, 9 de abril de 2015

Há motivos para o ódio?

O PT divulga duas propagandas partidárias no rádio e na televisão, ressaltando a existência de "ódio" contra ele, que se origina, basicamente, segundo as peças publicitárias, de o governo petista ter colocado "mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos".
A sigla alega que “Tem gente que vê motivos para odiar o PT. Afinal, o PT governa para todos e não apenas para uns poucos. Colocamos negros e pobres nas faculdades, nos aviões, na posse de seus direitos. Colocamos mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos. Quem é contra tudo isso acha que pode nos odiar, mas nós temos motivos de sobra para seguir amando e lutando pelo Brasil e eles não vão nos impedir”.
Desta feita, as propagandas da legenda, diferentemente de outras vezes, não exibirão quadros históricos do partido, como o ex-presidente da República petista nem a presidente da República e muito menos outros figurões, que já se tornaram praxe como figurinhas carimbadas em casos que tais.
Em inserção audaciosa e nada modéstia, o partido diz que ajudou a “reescrever” a história do Brasil e aproveita para convidar os telespectadores a participar do congresso nacional a realizar-se este ano pelo partido.
Realmente, assiste razão ao PT sobre a sua ajuda de ter reescrito a história do país, mas, como ele próprio reconhece, ela tem a marca do ódio dos brasileiros, que, na sua expressiva maioria, representada por mais de 60%, gostaria que ela jamais tivesse existido, ante a patenteada linhagem negativa dos escândalos protagonizados pela legenda, que se dizia ser verdadeiro poço de ética, mas terminou se envolvendo em profundo lamaçal de falcatruas e maracutaias, a partir da sua gestão dos recursos dos brasileiros, sobressaindo os famigerados escândalos do mensalão e do petrolão, irregularidades essas que envergonham a nação, à exceção do partido do governo, que se vangloria de ter governado para todos, como se isso não fosse mera obrigação ínsita no princípio republicano, que exige também dignidade e decência na administração do país.
O mais estranho é que, diante de todos os escândalos e administrações temerárias e deletérias do patrimônio dos brasileiros, à vista da quebra da Petrobras e periclitante condução das políticas econômicas, que levaram o país à recessão, a legenda ainda tem a insensibilidade de dizer que “Agora é hora de reescrever nossa história. Participe do 5º Congresso do PT. Vamos para as ruas discutir novas ideias”, como verdadeiro convite ao sepultamento da sua inglória gestão, para o fim de serem discutidas novas ideologias, como se o povo, com sua dignidade ferida e ultrajada pelo desgoverno de incapacidade administrativa e de reiterados casos de corrupção, ainda tivesse estômago para suportar mais inverdades e disposição para a continuidade de incertezas.
O ódio que o PT reconhece que realmente existe por parte da sociedade é indiscutível realidade, em razão da repulsa dela à inflação, ao aumento abusivo e extorsivo dos tributos, ao reajuste das contas de energia elétrica e dos combustíveis, à incompetência administrativa, pela precária prestação dos serviços públicos, à corrupção, à impunidade e a outras deficiências que contribuem para a consolidação do desgoverno da nação.
É verdade que há importantes corruptos presos, mas alguns foram nomeados pelo governo do PT ou e outros integram empresas contratadas pela Petrobras, que participavam da mesma quadrilha composta por partidos da base de sustentação do governo, com o único detalhe que eles não foram presos pelo PT, mas sim por sentença da Justiça, os quais jamais seriam trancafiados a mando desse partido, que teve a insensatez de qualificou de heróis os criminosos condenados no processo do mensalão.
Com a sua soberba atitude de grandeza, o partido continua se achando que inventou o mundo e, apesar dos pesares, ele demonstra que não há o menor motivo para que a legenda seja odiada, como se os brasileiros tivessem o instinto de Amélia, que era mulher de verdade e não reclamava de nada, a exemplo do que devem ser os brasileiros, que não devem ter motivo para reclamar de absolutamente nada, devendo achar bonito faltar competência e eficiência na administração do país, com a economia se esvaindo aos frangalhos, em franco processo de recessão, além da fragilidade da moralidade e dos bons princípios na gestão do patrimônio dos brasileiros.
Segundo importante ativista petista, que não tem cara de pobre, deixou bastante explícito seu ódio contra a burguesia, classe que o partido classifica todos aqueles que não concordam com a sua ideologia socialista, ou seja, o PT procura sempre dividir os brasileiros, promovendo o ódio de diversas formas, como: racial (negros contra brancos), classe (pobres contra ricos), gênero (gays contra héteros), origem (nordestinos contra sulistas), como, no caso, se ser rico fosse crime ou algo desprezível num país capitalista, que tem como princípio a produção e o lucro, justamente para manter o emprego, a renda, e sustentar a pesada e ineficiente máquina pública, que somente é competente para arrecadar tributos, além da capacidade contributiva da sociedade.
Não se pode negar que o PT, antes de assumir o poder, se dizia ser o partido mais ético da face da terra, mas, tão logo passou a comandar o país, se uniu aos piores políticos, aqueles que ele proclamava como ladrões, desonestos, corruptos, picaretas e outros adjetivos pejorativos, tendo por finalidade a consolidação de coalizões espúrias e inescrupulosas, notadamente com a instituição do fisiologismo na administração pública, com o loteamento de órgãos públicos entre os aliados, em troca de apoio político, para possibilitar a continuidade no poder.
Na verdade, o PT não é odiado simplesmente por ter colocado negros e pobres nas faculdades, nos aviões, na posse de seus direitos, e mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos, mas, sobretudo, por ter conseguido institucionalizar, no seu governo, não somente a marca da incompetência, a exemplo da precariedade da prestação de serviços públicos e da condução das políticas econômicas, mas também a corrupção na administração pública, sem que a legenda tenha sequer punido ou afastado do cargo o seu atual tesoureiro, que responde a inquérito na Justiça Federal, por ter sido acusado de participação nas propinas com dinheiro sujo desviado da Petrobras. Também tem sido no governo do PT que o país se encontra totalmente atolado em grave crise político e econômica.
O ódio ao PT é realmente com justo merecimento pelo conjunto da sua obra nefasta e maléfica aos interesses da sociedade e da nação, ante a comprovação de incompetência administrativa, à vista da precariedade da condução das políticas públicas, em especial na execução das ações econômicas, onde o desempenho do Produto Interno Bruto é terrivelmente sofrível, a ponto de o país se encontrar em pleno processo de recessão, e na prestação dos serviços públicos, com notável deficiência na saúde, na educação, na segurança pública, nos transportes etc.
O pouco que o PT diz ter feito para os negros e os pobres não passa de obrigação de quem governa com recursos públicos e não existe mérito algum nisso, porque o direcionamento de benefício exclusivo para negros e pobres também representa nítida discriminação contra brancos e pobres, em clara agressão ao consagrado princípio constitucional da igualdade entre os brasileiros, que são agredidos com atos de puro racismo, nesse caso, contra as demais etnias, em razão da distinção entre negro e as demais raças, que são prejudicadas de forma absolutamente injustificada e inconstitucional, por não terem os mesmos direitos concedidos aos negros.
Ao contrário da conclusão do PT, o povo não tem ódio ao partido em si, mas às suas práticas deletérias de corrupção e de destruição do patrimônio nacional, principalmente no que diz respeito aos lastimáveis episódios de dilapidação do patrimônio da Petrobras, tendo à frente pessoas ligadas ao PT, PMDB e PP, conforme denúncias de delatores que se encontram presos.
O ódio ao PT parece se encaixar numa conduta reflexiva natural, normal e justa ao partido que conseguiu agregar somente numa única legenda uma série de atos e fatos prejudiciais ao interesse da sociedade e do país, à vista dos acontecimentos pululantes na mídia e nos meios de comunicação.
Nunca na história republicana, uma frase célebre, pronunciada pelo famoso ex-presidente Abraham Lincoln, se encaixa com absoluta perfeição ao melancólico caso do partido do governo, a qual estabelece, ipsis litteris: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; podem-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”. Acorda, Brasil!
 
            ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 09 de abril de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário