Há,
no Palácio do Planalto, verdadeiro clima de fim de mandato, ante o visível desânimo
nos semblantes dos assessores palacianos, que não conseguem esconder a
insatisfação com o resultado do desempenho da presidenta da República, nos três
meses após a posse dela, para o seu segundo mandato. O clima é de desânimo e de
incertezas sobre o porvir, com alternância de sentimentos de intranquilidade e
de desesperança.
Os
fortes desarranjos e desestruturas da economia sinalizam que não se tem
conhecimento, na história contemporânea, que algum governo tenha sido capaz de
se desmanchar e se desorganizar como se estivesse caindo em queda livre, numa rapidez
sem precedentes, em direção ao fundo do poço - como se, nesse governo,
existisse poço tem fundo -, uma vez que sempre surge crise ainda maior em sequência
à última, ante a evidente incapacidade administrativa de se cuidar dos
problemas surgidos na governança do país.
As
evidências mostram que os fatos ruins estão atraindo outros ainda piores, numa
sequência que somente contribui para a destruição das práticas
político-administrativas, sem perspectivas de melhoras em curto prazo.
O
governo consegue se autodestruir, por não ter a mínima condição de perceber que
seus atos não se compatibilizam com os anseios da sociedade, mas sim com seus próprios
sentimentos que, cada vez mais, se distanciam da vontade popular de completa
mudança das políticas retrógradas e anacrônicas, que têm por objetivo o
atendimento da sua freguesia paroquiana, como forma exclusiva de satisfação da classe
política dominante.
A
presidente do país se encontra acuada e recolhida nos seus aposentos palacianos,
distanciada da sociedade, que grita e anuncia seus desejos sobre a urgente renovação
das práticas deletérias da administração do país, mas ela não dá mostra da
mínima reação, ante a total incapacidade da avaliação sobre a gravidade da
crise que impera no país.
Causa
perplexidade que a trupe palaciana, de forma imprudente, tenta contornar a
insatisfação popular com medidas pertinentes à melhoria das comunicações do
governo, na insana tentativa de convencer o povo com meras informações sobre possíveis
realizações dos governos petistas do passado distante, quando a crise se passa
agora e o governo se mostra impotente para equacioná-la e solucioná-la com a
urgência pretendida pela sociedade, que sobre com o arroxo imposto para
debelá-la.
As
pesquisas sobre o desempenho da presidente petista deixam muito claro o
sentimento da população sobre as precariedades da execução das políticas
públicas, notadamente no que se refere à economia, cujos indicadores são altamente
prejudiciais aos interesses da sociedade e do país, à vista do pífio resultado
do Produto Interno Bruto, com tendência para prolongada recessão econômica e
dificuldades de recuperação dos fatores econômicos.
Ao
meio da tremura da fornalha onde se assenta a crise, o ex-presidente da
República petista comete a loucura de convocar o “exército do Stédile”, medida repudiada
pelo Clube Militar, ante o incitamento ao confronto. Já os líderes da oposição
ficam se divertindo com a desgraça resultante da crise político-administrativa
e todos estão apenas contribuindo para atiçar o fogo que queima muito próximo do
barril de pólvora, prestes a explodir a qualquer momento.
O
certo é que não se vislumbra, em curto prazo, alternativa capaz de se evitar
mal maior e a consequência recairá na conta do povo, com mais aperto no seu
bolso, com os inevitáveis aumentos de tributos, das contas de água e luz e de
outros ajustes econômicos, enquanto a máquina pública continua gastadeira e
absolutamente imune à crise que grassa no país, com a presidente refém da sua
plena incapacidade para solucioná-la.
Não
se trata da imposição do impeachment da presidente do país, mas sim da
conscientização sobre a urgente, profunda e abrangente reformulação das
estruturas do Estado, de modo que a administração pública seja completamente reformada,
com a racionalização, o aperfeiçoamento e a modernidade dos instrumentos e
sistemas falidos, anacrônicos e ultrapassados, notadamente no que diz respeito à
pesada e escorchante carga tributária, a anárquica e desacreditada política, o
drástico enxugamento da máquina pública, a eliminação da desavergonhada
ideologia fisiológica, à falta de priorização das políticas públicas e tantas precariedades
que estão contribuindo decisivamente para vexaminoso subdesenvolvimento social,
político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de abril de 2015
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