domingo, 5 de abril de 2015

Combate à crise com reformas

Há, no Palácio do Planalto, verdadeiro clima de fim de mandato, ante o visível desânimo nos semblantes dos assessores palacianos, que não conseguem esconder a insatisfação com o resultado do desempenho da presidenta da República, nos três meses após a posse dela, para o seu segundo mandato. O clima é de desânimo e de incertezas sobre o porvir, com alternância de sentimentos de intranquilidade e de desesperança.
Os fortes desarranjos e desestruturas da economia sinalizam que não se tem conhecimento, na história contemporânea, que algum governo tenha sido capaz de se desmanchar e se desorganizar como se estivesse caindo em queda livre, numa rapidez sem precedentes, em direção ao fundo do poço - como se, nesse governo, existisse poço tem fundo -, uma vez que sempre surge crise ainda maior em sequência à última, ante a evidente incapacidade administrativa de se cuidar dos problemas surgidos na governança do país.
As evidências mostram que os fatos ruins estão atraindo outros ainda piores, numa sequência que somente contribui para a destruição das práticas político-administrativas, sem perspectivas de melhoras em curto prazo.
          O governo consegue se autodestruir, por não ter a mínima condição de perceber que seus atos não se compatibilizam com os anseios da sociedade, mas sim com seus próprios sentimentos que, cada vez mais, se distanciam da vontade popular de completa mudança das políticas retrógradas e anacrônicas, que têm por objetivo o atendimento da sua freguesia paroquiana, como forma exclusiva de satisfação da classe política dominante.
A presidente do país se encontra acuada e recolhida nos seus aposentos palacianos, distanciada da sociedade, que grita e anuncia seus desejos sobre a urgente renovação das práticas deletérias da administração do país, mas ela não dá mostra da mínima reação, ante a total incapacidade da avaliação sobre a gravidade da crise que impera no país.
Causa perplexidade que a trupe palaciana, de forma imprudente, tenta contornar a insatisfação popular com medidas pertinentes à melhoria das comunicações do governo, na insana tentativa de convencer o povo com meras informações sobre possíveis realizações dos governos petistas do passado distante, quando a crise se passa agora e o governo se mostra impotente para equacioná-la e solucioná-la com a urgência pretendida pela sociedade, que sobre com o arroxo imposto para debelá-la.
As pesquisas sobre o desempenho da presidente petista deixam muito claro o sentimento da população sobre as precariedades da execução das políticas públicas, notadamente no que se refere à economia, cujos indicadores são altamente prejudiciais aos interesses da sociedade e do país, à vista do pífio resultado do Produto Interno Bruto, com tendência para prolongada recessão econômica e dificuldades de recuperação dos fatores econômicos.
Ao meio da tremura da fornalha onde se assenta a crise, o ex-presidente da República petista comete a loucura de convocar o “exército do Stédile”, medida repudiada pelo Clube Militar, ante o incitamento ao confronto. Já os líderes da oposição ficam se divertindo com a desgraça resultante da crise político-administrativa e todos estão apenas contribuindo para atiçar o fogo que queima muito próximo do barril de pólvora, prestes a explodir a qualquer momento.
O certo é que não se vislumbra, em curto prazo, alternativa capaz de se evitar mal maior e a consequência recairá na conta do povo, com mais aperto no seu bolso, com os inevitáveis aumentos de tributos, das contas de água e luz e de outros ajustes econômicos, enquanto a máquina pública continua gastadeira e absolutamente imune à crise que grassa no país, com a presidente refém da sua plena incapacidade para solucioná-la.
Não se trata da imposição do impeachment da presidente do país, mas sim da conscientização sobre a urgente, profunda e abrangente reformulação das estruturas do Estado, de modo que a administração pública seja completamente reformada, com a racionalização, o aperfeiçoamento e a modernidade dos instrumentos e sistemas falidos, anacrônicos e ultrapassados, notadamente no que diz respeito à pesada e escorchante carga tributária, a anárquica e desacreditada política, o drástico enxugamento da máquina pública, a eliminação da desavergonhada ideologia fisiológica, à falta de priorização das políticas públicas e tantas precariedades que estão contribuindo decisivamente para vexaminoso subdesenvolvimento social, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 05 de abril de 2015

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