Conforme
as avaliações dos meios de comunicação, as recentes manifestações de protestos contra
o desgoverno e a corrupção somente foram superadas, no caso de São Paulo, pelo
famoso movimento político das Diretas-Já, nos idos de 1894, que tinha a
importante finalidade de aprovar eleições diretamente pelo povo, eis que,
naquela época, elas se realizavam de forma indireta, pelo Congresso Nacional
para se eleger o presidente da República.
Agora,
o povo foi às ruas do país para declarar aos quatro cantos do mundo que o
limite de tolerância contra a incompetência e a ineficiência da administração
do país foi literalmente para o espaço sideral, porque o povo não suporta mais
a precária condução das políticas públicas, notadamente na área econômica, onde
os indicadores mostram o quanto o governo vem claudicando e permitindo que o
país entre em recessão e seja prejudicado com relação aos investimentos, à
arrecadação, às políticas de emprego e de salários, entre tantos outros
entraves e dificuldades causadores de inevitável subdesenvolvimento econômico.
A
grandiosidade do movimento popular surpreendeu não somente aos brasileiros, mas
ao governo, diante da multidão que acorreu às ruas, ávidas para mostrar sua
indignação à politicagem, à ineficiência e à corrupção que grassam desenfreadas
na administração pública, em evidente fragilidade do governo, que se mostra
impotente para contornar a crise que se aprofunda e arrasta com ela a
desconfiança e o descrédito da população, que não enxerga uma nesga de
esperança no fim do túnel, ante a demonstração de inabilidade do governo de
cuidar da pior crise política e administrativa do país.
A
própria presidente do país reconheceu o duro golpe, chegando a confidenciar
para assessores palacianos que as manifestações deixaram a situação política “mais complicada” do que em junho de
2013, quando uma série de protestos desmoronou a popularidade dela.
Já
integrantes do assessoramento direto do governo avaliaram no sentido de que a
grande mobilização popular em todo o Brasil é um sinal de alerta para o governo
petista, que precisa encontrar forma político-administrativa para assimilar as
gigantescas ondas de protestos contra a atual gestão.
Um
interlocutor da presidente disse que “Não
há como não admitir que haja uma grande insatisfação. É algo um pouco difuso.
Mas é uma insatisfação que serve de alerta. Afinal, o governo só está
começando”. O governo reconhece que as imagens das manifestações mostram,
com bastante clareza, grande adesão popular aos protestos, que são da maior
relevância como movimento de mobilização social.
Não
importa que tenham havido grupos divergentes nas manifestações, pois alguns
pediam impeachment da presidente, outros criticavam a corrupção, uma minoria
queria a volta dos militares, mas houve a unanimidade do registro da forte
insatisfação contra o desgoverno, que tem muitos motivos para se preocupar,
principalmente porque as manifestações demostraram muita sinceridade diante do
caráter pacífico dos protestos, que não foram importunados com as maléficas
infiltrações de grupos radicais de esquerda e de direita, que visam tumultuar,
de maneira imotivada, em casos que tais.
O
certo é que a mobilização de protestos conta o desgoverno foi absolutamente
espontânea e ordeira, em enorme contraste à manifestação em apoio ao governo e
à Petrobras, realizada dois dias antes, que teve a participação de pessoas que
receberam auxílio financeiro, lanche e uniforme, fatos que mostram a dignidade
ou a falta dela, nos movimentos realizados.
À toda evidência, a mobilização dos verdadeiros patriotas
foi a prova inequívoca da enorme insatisfação contra a administração deletéria
do país, bem assim da desaprovação do governo por parte da população que não
suporta mais tantas incompetência gerencial, corrupção com recursos púbicos, falta
de moralidade e incapacidade para se vislumbrar medidas capazes para contornar
as graves crises política e econômica e pôr a administração da nação no ritmo
da normalidade, à vista da desastrada condução das políticas púbicas,
principalmente econômicas, que são agravadas com a inexistência de reformas da
estrutura do Estado, que seriam capazes de contribuir para a eliminação dos
gargalos causados pelo custo Brasil, que estão emperrando o desenvolvimento do
país, pelas dificuldades, entre outras, de investimentos em obras públicas,
indispensáveis à melhoria das condições de vida da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de abril de 2015
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