quarta-feira, 1 de abril de 2015

O reflexo da desaprovação

Conforme pesquisa divulgada pelo Ibope, o governo da presidente da República despencou para tão somente 12% de aprovação entre 2.002 entrevistados, no percentual das pessoas que acham que o governo é “ótimo” ou “bom”. Na última pesquisa, realizada em dezembro de 2014, o governo da petista tinha o apoio positivo de 40% dos entrevistados.
Este último levantamento confirma a pesquisa da Datafolha, que mostrava aprovação do governo petista por 13% dos entrevistados.
De acordo com o Ibope, os eleitores que acham o governo “ruim” ou “péssimo” são 64% e “regular” são 23%.
Quanto ao nível de confiança, a pesquisa mostra que 24% dos entrevistados disseram ter confiança na presidente, enquanto 74% afirmaram não confiar nela e 3% não souberam ou não opinaram.
O percentual dos eleitores que aprovam a maneira de a presidente governar também caiu no levantamento do Ibope, tendo passado de 52% para 19%.
A pesquisa aponta que 78% dos entrevistados desaprovam a maneira de a petista governar o país e 76% disseram que o segundo governo dela está sendo pior que o primeiro, enquanto para 18% está sendo igual.
A pesquisa também divulgou resultados pertinentes à avaliação do governo, por área, sendo que, nos setores pesquisados, o percentual de desaprovação é superior a 60% dos entrevistados, conforme se destacam os seguintes temas: imposto, em 90%; taxas de juros, em 89%; combate ao desemprego, em 79%: segurança pública, em 81%; combate à inflação, em 84%; combate à fome e pobreza, em 64%; meio ambiente, em 66%; saúde, em 85%; educação, em 73%; e percepção do noticiário sobre o governo, em 72%.
A imagem da presidente está tão desanimadora que não surtiram o menor efeito as tentativas de exposição dela em encontro com o povo - restrito a poucos militantes -, em entrevistas, eventos para inauguração - até de chafariz -, porquanto a pesquisa reflete nítida e forte deterioração da popularidade do governo da petista, que tende a piorar depois das manifestações programadas para o próximo dia 12.
A avaliação negativa da petista, em torno de uma pessoa em dez, significa que ela foi capaz de conduzir o país para rumo de incerteza, desesperança e descrédito, à vista de indiscutíveis recessão econômica, aumento do desemprego, descontrole da inflação, das contas públicas e das dívidas públicas, diminuição nos direitos trabalhistas, falta de combate à corrupção, estelionato eleitoral, dificuldades de investimentos, escassez de recursos público e privado, entre outras precariedades que contribuem fortemente para consolidar a recessão econômica e o inevitável crescimento negativo do país.
Por enquanto, o povo ainda não sentiu no bolso o peso dos aumentos que deverão aparecer na cadeia do custo de vida, graças ao reflexo dos reajustes dos combustíveis, da energia elétrica e dos juros, quando, a partir de então, o dragão da inflação há de mostrar suas ferozes garras e isso ajudará a complicar ainda mais para o crescimento das dificuldades da economia, com desindustrialização, desemprego, redução de salários e outros complicadores econômicos, que hão de contribuir para a falta de investimentos públicos, ante a retração das arrecadações, tudo tendo por consequência as desastradas medidas políticas e econômicas adotadas pelo governo que desdenhava daqueles que sinalizavam para a iminência de terríveis crises.
          O resultado da pesquisa somente confirma o alto grau de desaprovação e insustentabilidade quanto ao desempeno da governante, cuja continuidade no poder somente agrava o quadro de incompatibilidade e insuportabilidade no comando do país, ante a demonstração de incapacidade gerencial e administrativa, por não se vislumbrar medidas capazes de sequer amenizar a gravidade das questões econômicas e políticas, que se tornam cada vez mais tormentosas, justamente por falta de opção para solucioná-las em curto prazo.
Ainda na campanha eleitoral, já se sabia que o país estava tomado por grave crise econômica, política e institucional, mas a classe política dominante, liderada pela candidata oficial, tudo fez para dissimular a realidade nua e crua, que seria fatal para os objetivos palacianos caso houvesse a sua revelação para o povo que decidiu o pleito, o que poderia ter desmantelado os reais planos de consolidação da continuidade do poder.
Ainda em pleno pleito eleitoral, sabia-se que o país atravessava grandes dificuldades na sua administração, mas a máquina de propaganda destruidora e devoradora do partido oficial conseguiu mostra outra face da realidade, fazendo com que muitos desinformados acreditassem na farsa montada sobre fatos que pouco resistiria ao confronto da verdade e da realidade, pondo em risco até mesmo a continuidade do governo, que se encontra, agora, completamente isolado, desacreditado e impotente até mesmo para abrir a boca ou transitar livremente no país, sem ser hostilizado e repudiado, como comprova o resultado da pesquisa em apreço.
A avaliação da mandatária petista confirma velho adágio, segundo o qual quem planta vento colhe tempestade, tendo em vista que as mentiras disseminadas contra os adversários políticos e a situação irreal da administração do país ajudam a desmascarar a desonestidade protagonizada perante a nação, que, agora, sabedora das maléficas intenções de acobertar a realidade dos fatos, a sociedade apenas mostra insatisfação e rejeição à forma desonesta de burlar a boa vontade dos brasileiros, que foram enganados por meio de estelionato eleitoral, quando votaram em quem não teve o menor pudor de mentir para conquistar o apoio do eleitorado.
A reprovação do desempenho da presidente do país se harmoniza com a mediocridade das mentiram deslavadas disseminadas por ela por ocasião do pleito eleitoral, cujos frutos são agora debitados na conta política dela justamente no Dia da Mentira, em justa homenagem a quem não teve a menor cerimônia em trair a confiança e a esperança dos brasileiros.
É lamentável que o país como Brasil seja submetido à governança tão desprestigiada e desmoralizada, em termos de competência e moralidade, à vista dos péssimos exemplos de inércia e de falta de prioridades das políticas públicas, com pior destaque para a condução da economia.
Embora a pesquisa em causa tenha sido publicada no Dia da Mentira, a avaliação da presidente ainda não reflete a verdade, apesar de o percentual de eleitores que a aprova não representar a realidade dos fatos, visto que 12% se refere à parcela dos brasileiros que preferem que o país continue sendo governado pelo lastimável princípio da incompetência e pela disseminação da corrupção, onde os fatores econômicos teimam em ditar os rumos maléficos da estagnação e do subdesenvolvimento e as irregularidades com recursos públicos se manifestam com incomum desenvoltura na administração pública, conquanto ainda haja quem considera normal todo esse quadro de precariedades na administração do país. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 1º de abril de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário