O ex-presidente da República petista, em recente
discurso proferido em Pernambuco, garantiu que a presidente brasileira voltará
a fazer os brasileiros sorrir e ainda que quem acredita que o Brasil não vai dar
certo “irá quebrar a cara”.
Segundo o petista, jornais, revistas e postagens em
redes sociais estão disseminando pessimismo que não pode ser aceito, tendo
aproveitado a ocasião para ironizar e debochar a oposição e os economistas, com
a afirmação de que “Não fiz universidade,
mas se tivesse tido a oportunidade, faria economia. Se tem um bicho sabido é o
economista, principalmente quando está na oposição”.
Ao finalizar seu discurso, o ex-presidente defendeu,
de forma enfática, o polêmico ajuste fiscal promovido pelo governo petista, tendo
afirmado que é necessário implementá-lo.
Em seguida a essa defesa, ele concluiu que a
presidente petista voltará a fazer as pessoas sorrirem, repisando ao que teria
afirmado recentemente de que os manifestantes que foram às ruas em 15 de março
e 12 de abril do fluente ano irão se “ajoelhar
aos pés de Dilma, para agradecê-la”.
Nunca se viu numa única pessoa tanta hipocrisia e
incoerência, ao se indignar diante da insatisfação e do repúdio da população
sobre a incompetência e a ineficiência da administração do país, diante das alarmantes
precariedades da gestão petista, que é reconhecida de forma quase unânime pela
população, à vista do pífio desempenho do governo na condução das políticas
públicas, evidenciadas na prestação dos serviços públicos, que saltam aos olhos
pelas deficiências na saúde, na educação, na segurança pública, no saneamento
básico, nos transportes, na infraestrutura e, enfim, em todos os setores de
incumbência privativa constitucional do governo, que demonstra enorme incapacidade
para equacionar as questões e solucioná-las com a devida prioridade de governo.
Além da inépcia no que tange à implementação das
atividades político-administrativas, o governo apenas se sucumbiu em
consequência das desastradas medidas econômicas adotadas na sua primeira
gestão, que contribuíram, de forma drástica, para levar o país ao estado
crítico da recessão, à vista do fragílimo desempenho do Produto Interno Bruto,
em razão dos gargalos decorrentes, entre outros, da exacerbação do custo
Brasil, que tem o condão de potencializar a falta de competitividade da produção
nacional, a desindustrialização e a retirada do capital estrangeiro do país,
fatos que estão tendo reflexo no desemprego, na redução da renda, na diminuição
da arrecadação dos tributos, na falta de investimentos públicos e privados e,
finalmente, no desenvolvimento da nação, que terá enorme dificuldade para
retomar o caminho da normalidade econômica desejável.
Diante desse horrível quadro de definhamento
administrativo, por conta da evidente e manifesta incapacidade para a solução,
principalmente, das questões econômicas, o petista ainda fica zombando da
dignidade e da capacidade dos brasileiros quanto à sua avaliação sobre o
governo, ao recriminar a soberana vontade popular de se manifestar nas ruas,
para dizer que o país se encontra acéfalo, à vista das mazelas que grassam nos
seus quatro cantos.
Ao invés de o petista mostrar sua revolta contra a
população, ao expressar a inoportuna forma de pura repulsa, quando vaticina que
os manifestantes vão se “ajoelhar aos pés
de Dilma, para agradecê-la”, ele deveria pôr a mão na consciência, para refletir
sobre o momento de crise político-administrativa, no sentido de buscar medidas
capazes de, pelo menos, amenizá-la, como forma de contribuir para a retomada do
progresso.
É inconcebível que, em pleno século XXI, ainda
tenha político com a mentalidade de criticar aqueles que não comungam com seu
ideário político, fato que contraria os princípios republicano e democrático,
segundo os quais devem ser respeitados os sentimentos e os pensamentos das
pessoas, que têm pleno direito de se manifestar livremente sobre qualquer
assunto, notadamente em se tratando das políticas e da administração do país,
que estão suscitando acaloradas discussões do interesse da sociedade para que
isso possa contribuir para a solução dos problemas que estão entravando o progresso
do país.
Na verdade, a única forma possível e imaginável de
a presidente brasileira fazer o povo voltar a sorrir seria por meio da aprovação
de medida legislativa para a realização de urgente plebiscito, na forma legal,
para possibilitar que o povo pudesse decidir pela continuidade ou não dela no
cargo, ante os estragos por ela causados à nação.
Como isso é totalmente impossível, por haver falta
de previsão constitucional e legal, a população vai continuar com cara de
poucos amigos, em face desse quadro desesperador, tendo que aturar a desastrada
gestão que o próprio petista-mor reconhece que vem causando muito mal-estar,
incômodo e insatisfação para a sociedade, conforme afirmam também os resultados
das pesquisas divulgadas recentemente sobre o desempenho administrativo da
gestão petista.
Os brasileiros somente vão voltar a sorrir quando
os homens públicos tiverem a sensibilidade de tratar as questões políticas e
administrativas com a devida dignidade, respeitando, à luz dos princípios republicano
e democrático, as opiniões dos cidadãos livres e independentes para se
manifestarem, notadamente, quanto às questões relacionadas ao interesse da
nação, independentemente das ideologias político-partidárias de quem quer que
seja, em consonância com os fins inerentes ao desenvolvimento da nação. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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