quinta-feira, 30 de abril de 2015

O temor do panelaço?

       O Palácio do Planalto afirmou que realmente a presidente da República, pela primeira vez desde que assumiu a Presidência da nação, em 2011, não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV em 1º de maio, Dia do Trabalhador.
A versão do governo é a de que a petista teria optado se manifestar por meio das redes sociais, como valorização desse instrumento para o seu diálogo com a sociedade, ante o cenário político-administrativo do momento, fato esse que atende aos estrategistas palacianos.
Assessores da presidente negaram que o objetivo da decisão de não se pronunciar em rede de rádio e televisão seja evitar novo panelaço, como aquele verificado por ocasião do pronunciamento dela na comemoração do Dia Internacional da Mulher.
Um ministro disse que "Não é por isso. Penso que a presidenta vai continuar utilizando a televisão, vai continuar utilizando a cadeia nacional quando for necessário".
O pronunciamento presidencial, no dia 1º de maio, já tinha sido se firmado como tradição do governo da petista desde o seu começo, em 2011.
No seu primeiro ano de governo, em 2011, a petista ressaltou, no Dia do Trabalhador, o crescimento no número de empregos e renda no Brasil, tendo se comprometido a continuar com a política de valorização do salário mínimo. Atualmente, o emprego encontra-se em escala descendente.
No pronunciamento de 2012, a presidente cobrou redução nas taxas de juros por parte dos bancos privados, por ter considerado "inadmissível" que o Brasil, com um dos sistemas financeiros "mais sólidos e lucrativos", continuasse com taxas de juros entre as mais altas do mundo. Atualmente, a taxa de juros está no patamar vergonhoso de 13,25% a.a.
Já em 2013, a petista disse no do Dia do Trabalhador que seu governo não iria "descuidar nunca" do controle da inflação. A presidente disse ainda que continuaria “sua luta firme” pela redução de impostos e pela diminuição dos custos para produtores e consumidores, além de ter destacado o aumento no número de empregos durante o seu governo. Neste 1º de maio, a inflação se encontra em ascensão, houve recente aumento de tributos, dificultando a competitividade da produção nacional e o emprego sofre queda histórica.
Em 2014, o pronunciamento ficou a marca indelével da decepção, quando a mandatária do país teve a insensibilidade de se ufanar de orgulho para anunciar reajuste de 10% sobre o pagamento do programa Bolsa Família, exatamente sobre o benefício da classe considerada não trabalhadora e não produtora de coisa alguma, ou seja, anúncio totalmente fora de sintonia com o Dia do Trabalhador, porem com viés visivelmente eleitoreiro, por ter sido ano eleitoral.
Na verdade, o governo beneficiou exatamente quem não tem nada com trabalho, ou seja, atitude em clara contraposição às comemorações daquela importante data dedicada, como o próprio nome diz, ao verdadeiro trabalhador brasileiro, aquele que produz para o desenvolvimento econômico do país e contribui efetivamente para a formação positiva do Produto Interno Bruto, cujo trabalhador do bem, a propósito, não se beneficiou de coisa alguma das medidas anunciadas pela presidente do país.
Seria mais prudente e sensato que o dia 1º de maio fosse transferido para 2019 e assim a presidente do país não precisaria inventar essa história sem pé nem cabeça sobre a valorização das redes sociais, pois seria mais honesto se afirmar que ela realmente tem medo do panelaço, com a demonstração da sua rejeição pela sociedade, ante o seu já tradicional discurso recheado de fatos inverídicos. Com a transferência dessa data para as calendas, ela evitaria o pesadelo do panelaço, deixando para o próximo governo tal constrangimento. Afinal de contas, seu governo mantém, sem trabalhar, verdadeiro exército de mais de 56 milhões, não fazendo sentido a comemoração do Dia do Trabalhador.
Trata-se de decisão bastante equilibrada e sensata de não haver pronunciamento da presidente, por não se permitir que o país seja novamente inflado com palavras vazias e muitas falácias justamente na data que se comemora, com a devida justiça, o Dia do Trabalhador, em homenagem a quem efetivamente trabalha e gostaria que a presidente tivesse algo bom para ser anunciado.
O Dia do Trabalhador será muito importante, uma excelente data, para a petista se conscientizar sobre a necessidade de se encontrar maneira ideal de o seu trabalho puder contribuir para se encontrar saídas mágicas para o país contornar as graves crises econômica, política, administrativa e principalmente de credibilidade sobre a sua capacidade de mostrar trabalho para remover, com a maior urgência possível, os entulhos, entraves e gargalos que impedem em definitivo que esse Dia do Trabalhador não tenha comemoração por parte do governo, que não conseguiu mostrar ainda para o que veio, ante a desastrada condução das políticas públicas, a exemplo da precária prestação dos serviços públicos e da ineficiente adoção das políticas econômicas, que estão levando o país ao mais profundo poço do caos econômico, político e administrativo.
A nação implora, por tudo que é mais sensato, que as panelas brasileiras sejam preservadas de maus tratos nesse importante Dia do Trabalhador, com a sensível e inteligente contribuição por parte da presidente do país, no sentido de permanecer calada nessa data, impedindo também que seus assessores, ao se manifestarem sobre o evento, passem pelo constrangimento de eventual panelaço, exatamente em represália à falta de trabalho por parte do seu governo e de benefício para a população.
Sem dúvida, constitui ineditismo o governo comandado pelo Partido dos Trabalhadores não ter motivos e muito menos moral para encorajar a presidente do país a fazer pronunciamento, por meio de rádio e TV, nas comemorações do Dia do Trabalhador, justamente por temer ser vaiada e “panelada”, em repúdio à sua administração desastrada e prejudicial aos interesses nacionais, notadamente na precariedade quanto à prestação dos serviços públicos, péssima condução das políticas econômicas e desmoralização dos princípios da dignidade e probidade na gestão dos recursos públicos, fatos que representam extrema vergonha no contexto político-administrativo nacional. Acorda, Brasil
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 30 de abril de 2015

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