quarta-feira, 24 de junho de 2015

A perda da utopia e da dignidade

O ex-presidente da República petista disse que o PT “perdeu” a utopia e defendeu “revolução” no partido, com vistas à abertura de espaço para lideranças mais “jovens e com mais coragem”.
O petista disse que “Perdemos um pouco da utopia. (...) Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido e ter lideranças mais jovens, ousadas, com mais coragem".
Ele afirmou ainda que, para se mudar a realidade, é preciso entrar na política. Ele ressaltou que foi isso que fez quando criou o PT e promoveu as reiteradas tentativas de galgar até a Presidência da República, por meio do voto.
Em seguida ele disse que "Quando você é oposição, é muito fácil. Você pensa, acha, acredita. No governo, tem de fazer e tomar posições. Agora, não dá pra mudar se você não entra na política. Quando decidimos mudar o Brasil, criamos um partido e uma central sindical. Se perguntarem qual foi meu maior legado, foi o exercício de democracia que praticamos no governo".
Embora o petista seja favorável ao emprego de revolução interna do PT, ele também defende os governos do seu partido, com a afirmação de que houve estímulo à participação popular na tomada de decisões.
Em conclusão, ele afirmou que "Nunca antes na história do Brasil o povo exerceu tanto a democracia e participou das decisões do governo como no governo do PT. Dos movimentos de hoje, que surja um partido melhor que o PT, mas que surja. Porque quando se nega a política, o que vem é muito pior.".
As argumentações do petista dão o entendimento de que os governos petistas não passaram de verdadeira utopia, em que tudo se circunscreveu às práticas que não foram além de fantasias, quimeras, sonhos e sociedade imaginária, cujo partido foi erigido ao poder por meio de votos de grande parte de ineptos, oportunistas, fanatizados e outros sem a menor convicção do valor do seu voto, que conseguiram transformar a utopia, como reconhece o petista, em realidade que, agora, se mostra imprestável para os propósitos do partido que subsistiu sob o signo do imaginário, porque os fatos da realidade nua e crua já não se apresentam válidos para a absoluta dominação.
Segundo o pensamento do petista-mor, é preciso reinventar o partido, para que nova utopia se encaixe aos planos miraculosos dessa nova agremiação, que possa propiciar melhores oportunidades aos projetos dela, que são a continuidade da dominação política e do poder.
É evidente que o malogro do governo petista, também reconhecido pelo petista, respinga fortemente na imagem muito desgastada do ex-presidente e isso contribui para incomodá-lo e preocupa-lo quanto aos seus planos políticos do futuro, que começam a ser desarranjados e desmoronar, conforme o resultado de pesquisa que mostra o petista perdendo a preferência da disputa presidencial para um tucano, potencial candidato à Presidência da República.
É indiscutível que os planos de revolução do PT evidenciam real desespero de causa e apontam para inteligente estratégica com vistas à mudança do holofote da imprensa para assunto diferente de corrupção, incompetência administrativa e incapacidade de reversão das crises político-administrativas que dominaram o governo brasileiro.
Convém que a revolução petista seja capaz de desprezar as utopias do passado e do presente, que foram plantadas em terras férteis e vicejaram muitas maldades contra a população, que agora colhe, em abundância, frutos amargos em forma de desemprego, inflação, juros altos, péssimos serviços públicos, descrédito, corrupção, inadimplência, encolhimento da economia, aumento dos gastos públicos, endividamento do povo, falta de investimentos, pesada carga tributária, falta de reformas estruturais, muitas mentiras, vergonhoso fisiologismo, máquina pública inchada, ineficiente e onerosa, entre outras mazelas que contribuem para a completa perda de qualidade das condições de vida dos brasileiros e do distanciamento das grandes nações desenvolvidas, que abominam as utopias ideológicas, por não condizerem com a dignidade e a nobreza na administração do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 24 de junho de 2015

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