terça-feira, 9 de junho de 2015

Condenação ao revanchismo

Agora que o leite entornou de vez, com a onda de antipatia ao partido do governo e à vista da completa degeneração dos princípios de governabilidade, moralidade, legalidade, transparência, dignidade, eficiência, honestidade... sob o comando da agremiação que era considerada a mais ética até assumir o governo, quando ela se uniu àqueles que ela acusava de corruptos, ladrões, bandidos, picaretas..., o PT vem com essa ideia de mudança de ideologia, sem mencionar que pretende abdicar as espúrias coligações fisiológicas, politiqueiras e interesseiras com a pior classe política que faz parte da base de sustentação do governo.
O país foi literalmente conduzido para o fundo do poço, graças à crônica incompetência administrativa e às irregularidades com recursos públicos, que redundaram em profunda desaprovação do governo e de seu partido, que se encontram encurralados entre as próprias armadilhas, espertamente preparadas para se ganhar a eleição e se manter dominando o poder, a todo custo, inclusive com a indiscutível quebra do país, que agora se encontra em plena recessão econômica, conforme demonstram todos os indicadores.
À vista da situação periclitante do país, o governo se mostra sem a menor condição para recuperar, em curto prazo, a economia, ante a fragilidade dos instrumentos e fatores econômicos, que foram enfraquecidos diante das ineficientes e irresponsáveis gestões das contas públicas, em razão dos gastos governamentais superiores às receitas.
Diante de todas as precariedades da gestão pública, o PT vem agora defender a mudança da sua ideologia e também a aprovação do imposto sobre grandes fortunas, sendo que esta medida nada mais é do que inequívoca demonstração de revanche às manifestações de reprovação ao governo, que ele atribui às elites e à burguesia contra a incompetência da atual gestão, que, de moto próprio, conseguiu conduzir o país à recessão e ao subdesenvolvimento econômico, à vista do pífio desempenho do Produto Interno Bruto, da desindustrialização, da retirada do capital estrangeiro, da elevação da inflação, dos altos juros, dos descontroles das dívidas públicas e das contas públicas e da falta de investimentos, entre outras mazelas, em clara demonstração de verdadeira inabilidade administrativa e instabilidade das instituições públicas.
Embora até possa ser genial e engenhosa a ideia de se defender a aprovação do imposto sobre grandes fortunas, o PT se mostra extremamente na contramão da realidade brasileira, por desconhecer que o país tem a carga tributária que é uma das maiores do planeta e se fundamenta em aproximadamente 36% do Produto Interno Bruto.
Na realidade, o PT demonstraria sensatez e competência gerenciais se se dignasse a defender a urgente reforma do sistema tributário, com a finalidade de racionalizar e reduzir a escorchante carga tributária, de modo a adequá-la à realidade brasileira e à capacidade contributiva dos brasileiros, por se encontrarem sacrificados com a transferência compulsória para o governo de substancial parcela de seus já minguados rendimentos.
Em se tratando que o PT, nos últimos tempos, não tem sido modelo de virtudes e de competências, e muito menos de não ter histórico de grandes realizações, uma vez que suas obras sempre demoram eternamente para conclusão, a exemplo da transposição do Rio São Francisco, parece contraditório ele defender a necessidade de retorno às origens da sua fundação, ao defender a retomada às bases do seu ideário político, na forma desesperada do manifesto petista, elaborado para discussão no congresso do partido, a realizar-se ainda neste mês.
          À toda evidência, não é com medidas revanchistas, na forma de ameaça à criação de mais tributos, com a finalidade de penalizar ainda mais os contribuintes, em demonstração do sentimento dos terríveis efeitos da imensa insatisfação manifestada pela sociedade contra a forma nada republicana de se administrar o pais, que o governo vai conseguir contornar as desastrosas incompetência e ineficiência da gestão pública, quando tudo se recomendaria que as falhas e as impropriedades prejudiciais aos interesses públicos fossem imediatamente reconhecidas e saneadas, com medidas de racionalidade da administração pública, principalmente com o enxugamento da máquina pública, que tem sido forte exemplo de desperdício de recursos públicos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 09 de junho de 2015

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