segunda-feira, 22 de junho de 2015

O preço da incompetência?

Ao se aproximar do término do primeiro semestre do seu segundo mandato, a presidente da República é obrigada a amargar pesada avaliada como ruim ou péssima, por 65% do eleitorado, que é novo recorde na série do Datafolha, desde janeiro de 2011, início da sua primeira gestão.
O histórico de pesquisas nacionais de avaliação presidencial do instituto registra que a aludida taxa de reprovação só perde para os 68% de ruim e péssimo alcançados pelo ex-presidente da República alagoano, levantados em setembro de 1992, há alguns dias antes de seu impeachment.
Por sua vez, o levantamento realizado pelo Datafolha registrou que apenas 10% dos brasileiros consideram o governo da petista como bom ou ótimo, observando-se queda de 3%, em relação à última pesquisa.
Segundo a pesquisa, a taxa de aprovação da presidente é muito baixa e se origina entre eleitores de diferentes níveis de renda. No grupo classificado como os mais pobres, com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, 11% a aprovam, 62% a reprovam, enquanto na classe dos mais ricos, com renda acima de 10 salários, 12% a aprovam, 66% a reprovam.
A aprovação da presidente, no Sudeste, região mais populosa, é de apenas 7%, enquanto no Nordeste é de 14%. Já a reprovação nos nove Estados do Nordeste, região onde ela obteve enorme votação na ultima eleição, é de 58%, não muito distante da média nacional.
É evidente que o péssimo desempenho da petista se mede, sem o menor esforço, pelos resultados das políticas de seu governo, principalmente quanto aos pífios indicadores econômicos que batem recordes sucessivamente, em números sempre alarmantes e frustrantes, contribuindo para o estarrecimento do país e até mesmo das agências de classificação de risco, que ameaçam a todo instante o rebaixamento da situação de investimentos do país, ante a desconfiança sobre o poder de recuperação de incumbência do governo, que não consegue se desvincular de suas precariedades e dos casos sistêmicos de corrupção, à vista das investigações da Operação Lava-Jato, um dos maiores escândalos de roubalheiras do mundo.
É até possível que outros resultados possam ter contribuído para o malogro da avaliação da presidente, a exemplo do potencial risco de rejeição das contas do governo, referentes ao exercício de 2014, pelo Tribunal de Contas da União e do aprofundamento da Operação Lava Jato, que apura terrível esquema de corrupção na Petrobras, além da estonteante elevação da taxa de desemprego, conjuminada com o famigerado ajuste fiscal e econômico, cujas medidas afetam diretamente a classe mais pobre da sociedade, que está sendo penalizada com expressivo índice de desemprego, justamente no momento em que os preços administrados pelo governo aumentaram desgraçadamente até 70%, como no caso da energia elétrica, os quais contribuíram para a elevação da inflação, dificultando ainda mais a vida da população mais carente.
Na realidade, o mundo com um pouco de consciência política não deve estar acreditando que a presidente de um país com tanta rejeição e tão pouca aprovação ainda consiga se manter no governo, uma vez que existe alto nível de desaprovação da sociedade, que se encontra insatisfeita com o desempenho administrativo dela, que põe em risco não somente a estabilidade das instituições públicas, mas os sistemas social, político e econômico, em razão da desconfiança em grau bastante perigoso, para afetar seriamente os princípios republicano e democrático.
Segundo os especialistas políticos, nem mesmo o próprio mentor político da presidente acredita na gestão dela, conforme ele tem dito aos quatro cantos que não mais a apoio e já chegou a declarar que ela mentiu na campanha eleitoral, o que vale dizer que, se ela não é mais apoiada nem mesmo por seu padrinho político, por quem ela será apoiada?
O governo que estabelece a meta de proclamar, como prioridade da gestão, o lema de "Pátria Educadora", dando a entender que, enfim, a administração teria se conscientizado sobre as terríveis deficiências também da educação, que se encontra posicionada além do quinto mundo, mas tem o desplante de promover significativos cortes no orçamento do setor, em substanciais valores de mais de R$ 16 bilhões, causando sérios transtornos inclusive quanto aos programas já implantados, realmente merece avaliação bem pior do que os resultados da pesquisa em causa, pela demonstração de completa dissonância com a realidade do país, que se encontra em profundo e horroroso atoleiro. 
Em qualquer país sério e com a população conscientizada sobre o desserviço de governo com índice tão baixo de aprovação e expressivamente alto de rejeição, devido à precariedade da gestão pública, o resultado da pesquisa em comento seria suficientemente motivador para que houvesse imediata manifestação popular, no sentido de se puder dizer o quanto representa de dano para os interesses nacionais a completa inaptidão do governante de conduzir com eficiência a nação, que não suporta continuar acéfala e sendo administrada de forma deletéria, à vista da situação periclitante não somente da economia, mas do restante das políticas públicas, que são conduzidas sem qualquer prioridade ou estratégia de gestão eficiente, por haver sua clara e explícita submissão aos interesses oportunistas e politiqueiros, em consonância com a ideologia de suprema dominação do poder, como forma única de realização política, não importando os inescrupulosos fins empregados para o atingimento dos objetivos perseguidos.
O resultado da pesquisa deve representar o real sentimento dos brasileiros sobre a indiscutível mediocridade e inutilidade da administração do país, sob a visão das pessoas avaliadas, embora se trate de quantidade de pouca expressividade de apenas 2.840 pessoas. Não obstante, essa reprovação tem a importância de confirmar as manifestações de protestos das ruas de que a insatisfação é muito grande, no que diz respeito às não-realizações do governo, que demonstra total inapetência e insensibilidade para reagir às reprovações da sociedade, que não suporta mais o peso da falta de governabilidade.
Os brasileiros precisam se conscientizar que o país não suporta ser administrado com tanta incapacidade, incompetência e ineficiência, à vista dos nefastos e perniciosos indicadores de desempenho da presidente da República, que são terrivelmente desalentadores na condução das políticas públicas, sem o esboço de estratégias e prioridades quanto aos fins a serem alcançados como metas em benefício do país e da sociedade, que estão sendo prejudicados pela inépcia, inaptidão e sensibilidade para equacionar as graves e tormentosas questões que afligem seriamente a consecução dos fatores econômicos e das políticas públicas de qualidade, comprometendo a capacidade de desenvolvimento do país, exatamente pela demonstração de impotência e de falta de reação para a viabilização de medidas concretas de completa reformulação das arcaicas e ultrapassadas estruturas que emperraram os mecanismos capazes de solavancar os instrumentos de progresso. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de junho de 2015

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