Ao se aproximar do término do primeiro semestre do
seu segundo mandato, a presidente da República é obrigada a amargar pesada avaliada
como ruim ou péssima, por 65% do eleitorado, que é novo recorde na série do
Datafolha, desde janeiro de 2011, início da sua primeira gestão.
O histórico de pesquisas nacionais de avaliação
presidencial do instituto registra que a aludida taxa de reprovação só perde
para os 68% de ruim e péssimo alcançados pelo ex-presidente da República
alagoano, levantados em setembro de 1992, há alguns dias antes de seu
impeachment.
Por sua vez, o levantamento realizado pelo
Datafolha registrou que apenas 10% dos brasileiros consideram o governo da
petista como bom ou ótimo, observando-se queda de 3%, em relação à última
pesquisa.
Segundo a pesquisa, a taxa de aprovação da
presidente é muito baixa e se origina entre eleitores de diferentes níveis de
renda. No grupo classificado como os mais pobres, com renda familiar mensal de
até dois salários mínimos, 11% a aprovam, 62% a reprovam, enquanto na classe dos
mais ricos, com renda acima de 10 salários, 12% a aprovam, 66% a reprovam.
A aprovação da presidente, no Sudeste, região mais
populosa, é de apenas 7%, enquanto no Nordeste é de 14%. Já a reprovação nos
nove Estados do Nordeste, região onde ela obteve enorme votação na ultima
eleição, é de 58%, não muito distante da média nacional.
É evidente que o péssimo desempenho da petista se
mede, sem o menor esforço, pelos resultados das políticas de seu governo,
principalmente quanto aos pífios indicadores econômicos que batem recordes
sucessivamente, em números sempre alarmantes e frustrantes, contribuindo para o
estarrecimento do país e até mesmo das agências de classificação de risco, que
ameaçam a todo instante o rebaixamento da situação de investimentos do país,
ante a desconfiança sobre o poder de recuperação de incumbência do governo, que
não consegue se desvincular de suas precariedades e dos casos sistêmicos de
corrupção, à vista das investigações da Operação Lava-Jato, um dos maiores escândalos
de roubalheiras do mundo.
É até possível que outros resultados possam ter
contribuído para o malogro da avaliação da presidente, a exemplo do potencial
risco de rejeição das contas do governo, referentes ao exercício de 2014, pelo
Tribunal de Contas da União e do aprofundamento da Operação Lava Jato, que
apura terrível esquema de corrupção na Petrobras, além da estonteante elevação
da taxa de desemprego, conjuminada com o famigerado ajuste fiscal e econômico,
cujas medidas afetam diretamente a classe mais pobre da sociedade, que está
sendo penalizada com expressivo índice de desemprego, justamente no momento em que
os preços administrados pelo governo aumentaram desgraçadamente até 70%, como
no caso da energia elétrica, os quais contribuíram para a elevação da inflação,
dificultando ainda mais a vida da população mais carente.
Na
realidade, o mundo com um pouco de consciência política não deve estar
acreditando que a presidente de um país com tanta rejeição e tão pouca
aprovação ainda consiga se manter no governo, uma vez que existe alto nível de
desaprovação da sociedade, que se encontra insatisfeita com o desempenho
administrativo dela, que põe em risco não somente a estabilidade das
instituições públicas, mas os sistemas social, político e econômico, em razão da
desconfiança em grau bastante perigoso, para afetar seriamente os princípios
republicano e democrático.
Segundo
os especialistas políticos, nem mesmo o próprio mentor político da presidente
acredita na gestão dela, conforme ele tem dito aos quatro cantos que não mais a
apoio e já chegou a declarar que ela mentiu na campanha eleitoral, o que vale
dizer que, se ela não é mais apoiada nem mesmo por seu padrinho político, por
quem ela será apoiada?
O governo que estabelece a meta de proclamar, como
prioridade da gestão, o lema de "Pátria Educadora", dando a entender
que, enfim, a administração teria se conscientizado sobre as terríveis
deficiências também da educação, que se encontra posicionada além do quinto
mundo, mas tem o desplante de promover significativos cortes no orçamento do
setor, em substanciais valores de mais de R$ 16 bilhões, causando sérios
transtornos inclusive quanto aos programas já implantados, realmente merece
avaliação bem pior do que os resultados da pesquisa em causa, pela demonstração
de completa dissonância com a realidade do país, que se encontra em profundo e
horroroso atoleiro.
Em qualquer país sério e com a população conscientizada
sobre o desserviço de governo com índice tão baixo de aprovação e
expressivamente alto de rejeição, devido à precariedade da gestão pública, o
resultado da pesquisa em comento seria suficientemente motivador para que
houvesse imediata manifestação popular, no sentido de se puder dizer o quanto
representa de dano para os interesses nacionais a completa inaptidão do
governante de conduzir com eficiência a nação, que não suporta continuar
acéfala e sendo administrada de forma deletéria, à vista da situação
periclitante não somente da economia, mas do restante das políticas públicas,
que são conduzidas sem qualquer prioridade ou estratégia de gestão eficiente,
por haver sua clara e explícita submissão aos interesses oportunistas e
politiqueiros, em consonância com a ideologia de suprema dominação do poder,
como forma única de realização política, não importando os inescrupulosos fins
empregados para o atingimento dos objetivos perseguidos.
O resultado da pesquisa deve representar o real
sentimento dos brasileiros sobre a indiscutível mediocridade e inutilidade da
administração do país, sob a visão das pessoas avaliadas, embora se trate de
quantidade de pouca expressividade de apenas 2.840 pessoas. Não obstante, essa
reprovação tem a importância de confirmar as manifestações de protestos das
ruas de que a insatisfação é muito grande, no que diz respeito às
não-realizações do governo, que demonstra total inapetência e insensibilidade
para reagir às reprovações da sociedade, que não suporta mais o peso da falta
de governabilidade.
Os
brasileiros precisam se conscientizar que o país não suporta ser administrado
com tanta incapacidade, incompetência e ineficiência, à vista dos nefastos e
perniciosos indicadores de desempenho da presidente da República, que são
terrivelmente desalentadores na condução das políticas públicas, sem o esboço
de estratégias e prioridades quanto aos fins a serem alcançados como metas em
benefício do país e da sociedade, que estão sendo prejudicados pela inépcia,
inaptidão e sensibilidade para equacionar as graves e tormentosas questões que
afligem seriamente a consecução dos fatores econômicos e das políticas públicas
de qualidade, comprometendo a capacidade de desenvolvimento do país, exatamente
pela demonstração de impotência e de falta de reação para a viabilização de
medidas concretas de completa reformulação das arcaicas e ultrapassadas
estruturas que emperraram os mecanismos capazes de solavancar os instrumentos
de progresso. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de junho de 2015
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