sábado, 13 de junho de 2015

Necessidade de humanização

Recentemente, a presidente da República afirmou que as redes sociais têm sido usadas como “palco” para publicações de mensagens de discriminação e preconceito. Na avaliação dela, muitos internautas usam a liberdade de expressão no ciber espaço para desrespeitar as pessoas.
A petista disse que, “No Brasil, as redes sociais têm sido placo de manifestações de caráter ofensivo, preconceituoso, discriminatório e de grave intolerância, escondidas no anonimato que as redes sociais permitem ou o distanciamento que promovem. Algumas pessoas se sentem à vontade para expressar todo tipo de agressão e mentiras, de ferir a honra e a dignidade de outras pessoas. Como extensão da nossa vida real, o mundo virtual, a internet deveria também ser regida pelas mesmas regras éticas, comportamentais e de civilidade que nós queremos que ocorram na sociedade, no nosso dia a dia. No entanto, não é isso que vem ocorrendo”.
A presidente brasileira disse ainda que o “desafio” do governo e da sociedade é tornar a internet um local de “humanidade”, no qual as pessoas se sintam respeitadas e valorizadas.
Ela ainda afirmou que o governo pretende conciliar, com urgência, as liberdades de expressão e informação, de suma importância para a preservação dos direitos individuais e do combate à discriminação e ao incentivo à violência.
Em conclusão, a presidente ressaltou que “Embora estejamos amparados por uma extensa e eficiente legislação, inclusive pela nossa Constituição que garante direitos individuais, nós ainda registramos condutas – tanto na vida do dia a dia, a chamada vida ‘offline’, como na vida como usuários, a vida online – que são ofensivas e que não só são ofensivas a terceiros, mas são, francamente, ilegais”.
A presidente do país tem absoluta razão, ao afirmar que o uso da internet tem sido pródigo em permitir que haja facilidades para as pessoas agredirem seu próximo por meio de mensagens discriminatórias e preconceituosas, sob o pretexto de se encontrarem respaldadas em dispositivos da Carta Magna, que dão plenas liberdades de expressão, liberalidade esta que não se estende ao direito de desrespeitar e agredir a dignidade de ninguém.
As afirmações da mandatária do país foram contrariadas, com abundância, em passado recente, na última campanha eleitoral, quando a internet foi usada para discriminar, difamar e distorcer a verdade pelo partido da candidata oficial, por blogueiros e outros usuários da internet, que não tiveram o menor pudor nem sensibilidade para fazer acusações indevidas e injustas, com a finalidade de destruir e prejudicar a imagem e a dignidade dos candidatos adversários da petista, com duras e levianas agressões, por disseminarem inverdades sobre os candidatos de oposição, como, entre tantos absurdos, que eles iriam acabar o programa Bolsa Família e somente o PT tinha o compromisso de mantê-lo em pleno funcionamento, ou seja, as redes virtuais favoráveis à candidata oficial não se comportaram com civilidade e honestidade, por difamarem os candidatos da oposição, que não tinham como se defender das acusações inverídicas.
Trata-se de evidente incoerência por parte da petista, que tem ideias bonitas e revestidas de princípios humanitários, com viés direcionado à construção do entendimento e do bem comum, evidentemente em dissonância com o que ela classificou de manifestações de caráter ofensivo, preconceituoso, discriminatório e de grave intolerância, que não condizem com a real finalidade de utilidade desse relevante instrumento de comunicação moderna.
Compete à sociedade repudiar os homens públicos que se manifestam de forma completamente diferente do que praticam, quando deveriam observar rigorosamente as regras éticas, comportamentais e de civilidade que são exigência da sociedade moderna, como forma de se contribuir para o desenvolvimento da humanidade. Acorda, Brasil!   
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de junho de 2015

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