sexta-feira, 12 de junho de 2015

Desinformação e incompetência

          Diante do desempenho do governo e dos resultados da administração do país, no que diz respeito, em especial, à prestação dos serviços públicos, aos indicadores econômicos e às reiteradas incidências de irregularidades com recursos públicos, sob a responsabilidade de pessoa pública eleita em votação majoritária, constata-se facilmente que, na verdade, os eleitores brasileiros não são ignorantes, no dizer, alhures, do ex-presidente da República tucano, porque parcela expressiva deles é apenas desinformada, que desconhece a realidade sobre o governo e a forma deletéria como a nação vem sendo administrada.
Em razão disso, muitos eleitores são levados a votar em políticos que não têm programas sérios e consistentes de governo para o país, mas sim mero projeto com o viés de continuidade no poder, não importando os fins espúrios para o atingimento dos meios, com pleno desprezo às políticas de eficiência e desenvolvimento, a exemplo da resistência à promoção de reformas das estruturas obsoletas, arcaicas e distanciadas da realidade brasileira, que já deveriam ter sido aperfeiçoadas e modernizadas para o bem do país, que tem dificuldade para se desenvolver, que não o conseguira se não houver urgentes reformas dos sistemas tributário, previdenciário, administrativo, trabalhista, político, tecnológico, eleitoral e todos aqueles que estão emperrando o progresso, entre outros, econômico, social e político.
A verdade é que não haverá a retomada do crescimento se não houver a extirpação dos entulhos próprios dos arraigados apegos à antiguidade político-administrativa da politicagem reinante no país, que tem a feição exclusivamente adequada à absoluta dominação da classe política e do poder, como forma de atendimento aos propósitos pessoais e partidários, em evidente detrimento dos interesses nacionais.
Certamente que os brasileiros precisam se conscientizar de que não é correto se votar em candidatos que apenas priorizam, como metas de governo, a transferência de renda às famílias carentes, porque, embora isso se trate de medida importante, por contribuir um pouco para amenizar a falta de trabalho digno e de melhores condições de vida que deveriam ser propiciados pelo próprio governo, essa medida não constitui motivo capaz e suficiente para a vanglória de se puder considerar a existência de bom governo, haja vista que as políticas verdadeiramente essenciais ao desenvolvimento do país, principalmente as econômicas e as de prestação de serviços públicos, são simplesmente relegadas a planos secundários, permitindo que o seu crescimento fique prejudicado e estagnado, exatamente pela fata de iniciativa e de prioridades governamentais para se promover, pelo menos minimamente, as reformas do Estado, por exemplo, repita-se, a carga tributária, que é uma das maiores do mundo e tem significativo peso no bolso dos trabalhadores, além de contribuir para empanturrar o custo Brasil, que tem sido um dos gargalos da falta de competitividade da produção nacional.
Por certo, se os brasileiros fossem esclarecidos e bem informados sobre a real situação de precariedade e deficiência da administração do país, à vista da péssima prestação dos serviços públicos, das enxurradas de irregularidades e corrupções com recursos públicos, a exemplo de vários escândalos que se tornaram sistêmicos e endêmicos, surgidos nos governos petistas, como o mensalão e o petrolão, sendo que este enlameou e emporcalhou por completo as estruturas da Petrobras, onde foram desviadas montanhas de dinheiros para diretores da estatal e partidos do governo e aliados dele, em verdadeira orgia em conluio sustentada com recursos públicos, ninguém votava nos políticos do inescrupuloso partido do governo e de, de igual modo, no de seus aliados, que formam a pior e mais espúria coalizão de governabilidade da face do planeta Terra, fundada no inescrupuloso e repugnável fisiologismo, por meio do qual prevalece o processamento do indigno loteamento de ministérios e empresas estatais entre os partidos da base de sustentação do governo, os quais passam a ser dirigidos por políticos despreparados e incompetentes, com a única finalidade para empregar seus afilhados, apaniguados e assemelhados, em verdadeiro cabide de empregos jamais visto na história republicana.
Agora, a análise fria dos indicadores e resultados da economia, mostrando o conjunto dos desastres acumulados pelo governo, inclusive a incapacidade para sanar as incompetências da gestão e as irregularidades consistentes nas corrupções, ajuda a entender que muitos brasileiros deram prova de completa desinformação sobre as precariedades e deficiências administrativas do país, tendo em conta que, caso contrário, se soubessem sobre a realidade dos fatos prejudiciais ao interesse público, certamente eles teriam bastantes motivos para não votarem em quem está contribuindo para a desgraça do povo.
À luz da verdade, abstraindo-se as dificuldades e as crises político-administrativas, pode-se se inferir, com muita segurança, que os votos de muitos brasileiros não foram dados com absoluta convicção cívica, mas sim baseados em sentimentos de gratidão, por algum motivo que certamente não teria sido por pura bondade estrito senso do governo, uma vez que os programas de assistência às famílias carentes não passam de obrigação que qualquer administrador público mediano não pode negar a fazê-la, por imposição constitucional de o Estado assistir às pessoas carentes de ajuda, que é atendida com recursos públicos, em razão das mazelas institucionalizadas pela notória deficiência da execução das políticas públicas.
A sociedade precisa de conscientizar, com urgência, de que a administração do país exige competência para a priorização das políticas públicas, de modo que seja possível se cuidar igualmente e em conjunto as questões potencialmente importantes ao seu desenvolvimento, inclusive tendo a iniciativa de promover as reformas das estruturas do Estado, que vem funcionando sob bases ultrapassadas, ineficientes e contrárias aos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de junho de 2015

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