Em coletiva concedida à imprensa, o presidente
eleito disse que o programa Mais Médicos "destruiu famílias", porque, no seu entendimento, "Há muitos cubanos que têm famílias lá em
Cuba e já constituíram famílias aqui. Esse projeto destruiu famílias. Também
tem muita mulher cubana que está aqui há um ano sem ver o seu filho. Isso é
mais do que tortura. É um ato criminoso praticado pelo governo de Cuba e pelo
desgoverno do PT".
O presidente eleito afirmou ainda que o Brasil não
pode deixar pessoas vivendo em regime "de
semiescravidão", referindo-se aos cubanos do programa, sobretudo
porque, "Qualquer um de fora que
trabalhe aqui tem que ser submetido às mesmas leis que vocês. Não podem
confiscar salários, afastar famílias".
O político ressaltou também que o governo atual
está fazendo seleção para preencher as vagas deixadas pelos médicos cubanos,
tendo informado que "Praticamente,
já temos o número suficiente", para não haver solução de continuidade.
De acordo com balanço do Ministério da Saúde,
divulgado na última sexta-feira, 92% das vagas disponibilizadas no programa já
foram preenchidas, entre os 25.901 médicos inscritos com registro (CRM) no
Brasil e que, desse total, 17.519 foram efetivados e 7.871 profissionais já
estão disponíveis para atuação imediata, nas localidades onde os cubanos trabalhavam.
Os médicos cubanos começaram a deixar o Brasil, depois
de terem sido desligados das atividades no programa Mais Médicos.
Não
há a menor dúvida de que os brasileiros, com verdadeiro sentimento humanitário,
precisam se conscientizar de que a participação dos profissionais cubanos no
programa Mais Médicos não condizia com os comezinhos princípios civilizatórios
e humanitários, diante da imposição de condições indignas com a evolução do
Homo sapiens, por meio da submissão dos cubanos à condição diferenciada de
trabalho, no que diz respeito à igualdade de tratamento de trabalho, em clara afronta
às conquistas de liberdade, individualidade e principalmente respeito aos
direitos humanos, conquanto aqueles profissionais faziam o mesmo trabalho dos
outros médicos integrantes do programa.
À
toda evidência, os cubanos trabalhavam em condições abjetas, ante a falta de
independência, autonomia cívica e remuneratória, visto que eles foram
segregados de suas famílias, que ficaram em Cuba, e recebiam apenas acerca de
25% do que era pago aos outros médicos também estrangeiros, embora eles
fizessem exatamente trabalho semelhante, não justificando tamanha discriminação.
O
mais grave era que essa repudiável situação tinha o inadmissível conhecimento
do governo brasileiro, que mesmo assim permitiu que tudo isso acontecesse
normalmente sob a sua aquiescência, posto que o que importava mesmo era que
essa forma desumana de tratamento tivesse por propósito não atender à carência
médica de parte de brasileiros, mas sim de beneficiar, em termos financeiros, o
truculento regime ditatorial cubano.
Prova
disso é que, depois da saída deles do Mais Médicos, por imposição do governo
cubano, por não ter aceitado as condições de regularização das violências
contra os cubanos, oferecidas pelo presidente eleito brasileiro, acorreram, em pouco
período de três dias, nada mais nada menos do que 25.901 inscrições de médicos com
registros (CRM junto aos conselhos da classe médica) no Brasil, sendo que,
conforme contabilização do Ministério da Saúde, em poucos dias, já foram
preenchidas 92% das vagas disponibilizadas no programa, inclusive com as
indicações das cidades nas quais eles vão trabalhar.
Tudo
isso demonstra que os cubanos poderiam ter sido dispensados há bastante tempo
do Mais Médicos, diante da disponibilização de médicos brasileiros, em
condições satisfatórias de substituí-los, em plenas condições humanitárias e
sobretudo na forma prevista nas leis jurídicas e humanas.
Não
se pode negar a importante contribuição dada pelos profissionais cubanos aos
brasileiros, mas é preciso também condenar, em especial, o governo brasileiro,
que foi cúmplice com os métodos desumanos adotados pelo ditador cubano, na retenção
de parte expressiva da remuneração de seus trabalhadores e ainda privá-los do
convívio de seus bens mais preciosos: a sua família, enquanto eles estiveram
servindo no Brasil.
Trata-se
de lição político-administrativa extremamente deplorável aos sentimentos e princípios
humanitários, que precisa ficar registrada nos anais da história republicana, de
tão negativa como procedimento administrativo, para que contratações
semelhantes jamais venham a acontecer, diante do gigantesco ferimento ao
salutar conceito de dignidade do ser humano, que não pode ser sobreposto pelos
escusos interesses de governos ditatorial e cúmplice com a truculência contra a
humanidade.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 24 de novembro de 2018
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