Em
sua primeira entrevista coletiva à imprensa, após ter sido anunciado como
próximo ministro da Justiça, o juiz da Operação Lava-Jato fez explanação, em
rápidas pinceladas, acerca de temas polêmicos de interesse da sociedade,
especialmente com alguns pertinentes à segurança pública, em sintonia com as
preocupações e as prioridades do presidente eleito.
No
geral, ele demonstrou pequenas e naturais discordâncias com relação às bandeiras
defendidas pelo presidente eleito, que fazem parte das suas metas de governo,
tendo sido amplamente divulgadas ao longo da campanha eleitoral, em especial a
tipificação de organizações sociais como terroristas, a flexibilização do
porte de armas e a licença para não punir policiais que atiram para matar
criminosos - os chamados excludentes de ilicitude.
Não
obstante, o futuro superministro da Justiça - por passar a congregar outras importantes
atribuições a nível ministerial, no
próximo governo - tem mais convergências de pensamento do que divergências com
o presidente eleito, que deixou clara a autoridade dele, por ter sido colocado como
seu fiel subordinado, ao afirmar que “O
governo é dele. Ele dá a última palavra em relação a essas proposições”.
O
futuro ministro da Justiça deixou patente que não se trata de caracterização ou
enquadramento em crime de terrorismo as invasões, as depredações ou vandalismos,
mas sim com a definição, precisa e juridicamente sábia, de prejuízos a
terceiros, vítimas destas ações altamente criminosas, consideradas corretamente
fora da lei, tendo assinalado, como figura de linguagem, que "O bolso é o órgão mais sensível do corpo
humano", dando a entender que, ao invés de politizar os crimes contra
o patrimônio, é preciso punir com severidade, em consonância com o ordenamento
jurídico, principalmente condenando os envolvidos à prisão e ao ressarcimento
dos valores correspondentes ao danos causados a terceiros prejudicados.
Em
síntese, o ainda magistrado da Lava-Jato disse como pretende trabalhar no comando
do Ministério da Justiça, com relação aos temas que despertam maior interesse perante
a sociedade, por serem polêmicos e difíceis de condução, conforme a seguir: - Redução da maioridade penal: Favorável
à redução para 16 anos, nos casos de crimes graves, como homicídio, lesão
corporal grave e estupro; - Flexibilização
da posse de armas: Favorável, mas com limitações para não facilitar
o acesso a armamento por facções criminosas. No caso do porte, defende que as
regras sejam mais restritas; -
Revisão dos excludentes de ilicitude (licença em algumas situações para não
punir policial que atira e mata): Favorável, mas sem que o
confronto policial seja adotado como estratégia para coibir a criminalidade. Ele
defende que “o confronto tem que ser
evitado”; - Fim da
progressão de pena e saídas temporárias: Favorável, no caso de
membros de facções criminosas. Ele defende a revisão dos critérios para crimes
graves, incluindo corrupção; - Tipificação
de organizações sociais como terroristas: Contrário, por considerar
que tal definição, defendida pelo presidente eleito “não é consistente”; - Fechamento
da fronteira com a Venezuela: Contrário, porque os “princípios de solidariedade devem ser
observados”, seja em relação à Venezuela como em relação a outros países vizinhos.
O
Ministério da Justiça vai contar com a incorporação da Segurança Pública, da
Controladoria Geral da União e do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, hoje vinculado à Fazenda, cujo reforço da pasta tem por finalidade
propiciar melhores condições de atuação nas frentes que o presidente eleito considera
fundamentais, como o combate ao crime organizado e à corrupção.
Com
base na entrevista em comento, o futuro ministro da Justiça demonstrou que vai
defender mais rigor contra a progressão e a prescrição de crimes, além de ter
evidenciado que será também favorável a temas bastante ansiados pela população,
a exemplo da redução da maioridade penal, para 16 anos, em casos específicos de
crimes contra a vida, por entender que jovens com essa idade já têm consciência
sobre seus atos, principalmente no que se referem aos delitos.
O
juiz federal foi enfático em negar qualquer possibilidade de o futuro governo ser
favorável à “discriminação contra
minorias.”, deixando claro que “Todos
têm direito à segurança pública. Crimes de ódio são intoleráveis.” e que,
se necessário, o cidadão deverá acionar a Polícia Federal, para combater esse
tipo de crime.
Com
a finalidade de tranquilizar a população, o juiz federal declarou que “Não existe nada de política persecutória
contra homossexuais e outras minorias. Não existe nada disso na mesa ou sendo
gestado; nenhuma intenção de política discriminatória. As minorias vão poder
exercer seus direitos livremente. Não vejo nada além de receios infundados”.
Nunca
na história deste país, um futuro ministro de tão importante ministério teve
tanto discernimento para identificar e equacionar, com tanta clarividência, as
principais questões que afligem a sociedade e, ao mesmo tempo, afirmar o seu
lúcido e seguro pensamento sobre como pretende combater os crimes com os devidos
destemor e segurança, dando a impressão de que ninguém teria sido melhor
escolhido para dirigir um dos principais órgãos da República que até o presente
momento tem sido exemplo de incompetência, ineficiência e irresponsabilidade,
ante o exagerado tamanho da violência e da desordem que afligem a sociedade.
Os
brasileiros nutrem especial esperança no sentido de que o magistrado da
Lava-Jato, como assim vai ser chamado para o resto da sua vida, consiga imprimir
o mesmo ou melhor desempenho como mostrou na sua atual missão de eficiente combate
à corrupção e à impunidade, na expectativa de que, em se tratando de missão
especial de reverter o deplorável quadro de verdadeira insegurança pública, o
país consiga reconquistar a tão sonhada tranquilidade que os brasileiros
merecem, em satisfação do quanto tem se despendido em segurança pública
completamente desacreditada, em razão da predominância das insuportáveis
violência e criminalidade.
É
evidente que uma pessoa só não terá condições de imprimir ritmo de excelência
no combate à corrupção e à criminalidade se não houver a cumplicidade do Congresso
Nacional, quando se sabe que, em termos de moralização, muitos parlamentares se
mostram arautos da discórdia, justamente por isso não condizer com seus
sentimentos de civilidade e brasilidade, a exemplo da votação das famosas dez
medidas moralizadoras, que foram derrotadas e arquivadas, em votação que ficou
marcada como traição ao sentimento dos brasileiros honrados e dignos, que
anseiam pela moralização da administração do país.
Convém
que sejam louvados os brasileiros honrados e dignos que, vislumbrando
exatamente essa formidável esperança de efetiva mudança no contexto da segurança
pública, desacreditada e carcomida pela retrógrada política oligárquica, diante
da sua indiscutível cumplicidade com a criminalidade, a vista da monstruosidade
das estatísticas da violência, decidiram banir da política aqueles homens
públicos obedientes ao status quo,
que não ofereciam nenhuma perspectiva de melhoras, principalmente acerca da segurança
pública, e eleger quadro político com nova mentalidade de compreensão sobre os
temas de valorização e dignificação dos princípios de cidadania e humanidade,
que precisam ser cuidados de forma prioritária, em harmonia com a devida competência
e eficiência ínsitas da administração pública, sobretudo em valorização dos
princípios humanitários. Brasil: fique aqui e o ame!
Brasília,
em 11 de novembro de 2018
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