O candidato petista ao Palácio do Planalto fez análise
do que foi a sua campanha eleitoral e falou sobre suas expectativas para o
futuro, na forma da sua primeira entrevista concedidas desde que saiu derrotado
para o presidente eleito.
Ao falar com importante jornalista da Folha de S. Paulo, o petista ressaltou,
no âmbito do poder futurologista, que já previa a chegada da extrema direita ao
cenário político nacional.
Ele afirmou que "Eu dizia: Existe uma onda que tem a ver com a crise (econômica) de 2008, que é a crise do neoliberalismo,
provocada pela desregulamentação financeira de um lado e pela descentralização
das atividades industriais do Ocidente para o leste asiático. Os EUA estavam
perdendo plantas industrias para a China. E a resposta foi Trump. Isso abriria
espaço para a extrema direita no mundo. Mas a extrema direita dos EUA não tem
nada a ver com a brasileira. Trump é tão regressivo quanto o Bolsonaro. Mas não
é, do ponto de vista econômico, neoliberal. E o chamado Trump dos trópicos é
neoliberal".
O ex-prefeito de São Paulo disse que “Se equivocou em um único ponto quanto à sua
previsão. Eu imaginava (há dois anos) que o Doria, que é essencialmente o
Bolsonaro, fosse ser essa figura (o presidente eleito). Achava que a elite econômica não abriria mão do verniz que sempre fez
parte da história do Brasil. As classes dirigentes nunca quiseram parecer ao
mundo o que de fato são".
Em resposta sobre pergunta por que ele não pensou no
ex-presidente como vencedor da última eleição, ele afirmou: “Já naquela época, não sabia o que poderiam
fazer com o ex-presidente. Fazia a ressalva: eu não sei o que vão fazer com o
Lula. Está claríssimo que, se não tivessem condenado o Lula num processo
frágil, que nenhum jurista sério reconhece como robusto, ele teria ganhado a
eleição. Eu fiz 45% dos votos. Ele teria feito mais de 50%".
Por ter sido contestado pela jornalista sobre esse
raciocínio contrastar com a ideia de crescimento da extrema direita, o petista
justifica: "O Lula tem um
significado histórico profundo. Saiu das entranhas da pobreza, chegou à Presidência
e deixou o maior legado reconhecido nesse país. Ele teria força para conter
essa onda.".
O petista defendeu o seu partido do estigma de não ceder
a sua hegemonia, tendo afirmado que "O
PT é um player no sentido pleno da palavra. É um jogador de alta patente, que
sabe fazer política. Sabe entrar em campo e defender o seu legado.".
Ele também fez análise sobre o futuro governo do
presidente eleito, tendo declarado: "A
durabilidade desse projeto depende de muitos fatores. Do quanto um eventual
aumento da desigualdade no Brasil vai ser compatível com a agenda regressiva
que mantém o governo no protagonismo do debate cultural do país. Haverá a
tentativa de compra de tempo pela alienação de patrimônio público, seja o
pré-sal ou as estatais. Com dinheiro, você ganha tempo para consolidar uma base
política para promover as reformas liberalizantes.".
Com
as devidas vênias, mas essa terrível justificativa de se dizer que "(...) Existe uma onda que tem a ver com a crise
[econômica] de 2008, que é a crise do neoliberalismo, (...)" não tem a
menor plausibilidade, conquanto a perda da eleição para o adversário do petista
nunca ficou tão clara, da maior nitidez, não somente para os analistas e
especialistas políticos, mas em especial para os brasileiros honrados e dignos,
algo que se resume naquilo que os petistas nunca vão aceitar, exatamente por
falta de humildade e por se tratar de verdade, que foi a necessidade de mudança
nas desgastadas, espúrias e inescrupulosas práticas políticas, haja vista que
estavam em jogo na eleição presidencial não eram, nem de longe, os interesses
do povo e muito menos os do Brasil.
É
evidente que o único objetivo do PT era defender, com unhas e dentes, os
projetos políticos de um cidadão que se encontra trancafiado, em razão de ter
sido condenado prática de crimes contra o decoro cívico, tanto que ele tentou,
com todas forças, emplacar a sua candidatura, mesmo sabendo que era inelegível,
e, não a conseguindo, indicou seu candidato, com a condição que este dissesse ao
povo e se passasse pela pessoa dele, com o slogan: “Eu sou Lula”, como querendo dizer com isso que, se o candidato se elegesse,
o eleito seria o petista-mor, mas a farsa deu n’água, justamente pela
gigantesca rejeição à imagem de presidiário em plena disfarçada campanha
eleitoral, embora o principal interessado estivesse por traz das grandes.
O
certo é que foram tentados mostrar, sem sucesso, a influência e o poder de político
decadente, em termos de moralmente, perante seus seguidores fanatizados, muitos
dos quais foram beneficiados por programas de distribuição de renda, diga-se de
passagem, com recursos dos contribuintes, em situação absolutamente necessária
e indispensável, que qualquer governante era e é obrigado a fazê-lo, em
consonância com a incumbência constitucional de o Estado prestar inarredáveis assistências
social e financeira às famílias de extrema carência.
Esse
fato tanto é verídico que o atual presidente do país mantém, depois do afastamento
do governo petista do cargo, o pagamento do Bolsa Família e do mesmo modo ele será
mantido pelo próximo mandatário, que é da extrema oposição ao político que quis
privilegiar esse benefício, evidentemente diante de tais necessidades, embora ele
o fizesse de tal forma que resultasse em viés visivelmente eleitoreiro, à vista
do resultado da última eleição presidencial no Nordeste, região onde se
concentra maciça quantidade de beneficiários e que foi a única zona eleitoral
do país que prestou apoio espetacular e extraordinário ao candidato indicado
pelo político petista, a despeito da expressiva rejeição a ele, manifestada nas
outras quatro regiões brasileiras, que decidiram pela necessidade de mudança na
administração do Brasil.
À
toda evidência, nunca o Brasil esteve tão carente de oxigenação das práticas
políticas, diante de tantas e graves precariedades na gestão do patrimônio dos
brasileiros, para, entre muitas ineficiências, acabar, em definitivo, com o famigerado
presidencialismo de coalizão, onde certamente se reside a principal gênese da
roubalheira dos recursos públicos, perpetrada no seio da República, a exemplo,
em especial, da deformação e da degeneração econômico-financeiras da Petrobras,
à vista de as investigações pertinentes terem constatado e afirmado o desvio de
montanhas de dinheiros para os cofres de partidos políticos com as siglas PP,
PT e PMDB, que se beneficiaram irregularmente de percentual de contratos
celebrados por aquela estatal, entre 2% a 3%, para o financiamento de campanhas
milionárias, igualmente ilegais e prejudiciais ao sistema político-eleitoral.
Esses
fatos deletérios e prejudicais não somente à imagem do partido do entrevistado,
mas em especial do Brasil, por não condizerem com os princípios da moralidade e
da dignidade na gestão pública, não foram sequer tangenciados por ele, como
possível fator de afastamento dos eleitores da sua candidatura, que estes enxergavam
a imperiosa necessidade de mudanças político-eleitorais, não importando a
ideologia do candidato adversário do petista, porque, na última eleição, o que estava
em jogo era exatamente a suprema rejeição às desastradas práticas políticas
petistas e isso ficou patenteado com todas as letras.
O
certo é que, a despeito de tudo de ruim e deplorável que foi atribuído ao PT,
de degenerativo, imoral, indigno e desaconselhável, em termos de gestão pública,
não havia, por parte de seus candidatos, o menor sentimento de culpa,
responsabilidade e muito menos reconhecimento pelos fatos gravíssimos, recrimináveis
e censuráveis, em se tratando do envolvimento de recursos públicos desviados
para finalidades escusas, em benefício dos interesses diretos do partido, em especial
para se manter no poder, não importando os fins empregados para o atingimento
dos meios.
Finalmente,
cabe esclarecer ao principal líder petista da atualidade, já que ele tem o
respaldo para isso emergido das urnas, que, ao contrário do que ele apregoa,
porque o faz sem o menor compromisso com os princípios da sensibilidade e da
responsabilidade, com o devido apego aos fatos, que o processo no qual houve a
condenação do mais importante cacique do seu partido não tem nada de fragilidade
e é preciso ter a dignidade de reconhecer a seriedade dos magistrados que
proferiram suas sentenças sobre o caso, que tiveram competência e capacidade
jurídicas para enxergarem a robusteza das provas sobre a materialidade da
autoria dos crimes denunciados à Justiça, que vem seguidamente negando recursos
impetrados pela defesa, porque estes sim se mostram ineptos e frágeis, à luz do
ordenamento jurídico e das respeitáveis decisões judiciais, a exemplo da
firmeza dos elementos constantes dos autos, que se encontram incólume na sua
integralidade, desdizendo a leviana afirmação do entrevistado.
Na
verdade, a entrevista em comento mostra exatamente a fidelidade de políticos
com as caras e as mentes envernizadas e impermeáveis diante da imperiosa necessidade
da dignidade para o reconhecimento da verdade nua e crua sobre os fatos
notórios, porque isso não interessa e também não serve para a robusteza de seus
objetivos políticos, que ainda contam com o beneplácito apoio de parcela
expressiva do povo, que, nas suas magnânimas ingenuidade e desinformação, não
consegue vislumbrar o real sentido dessa destrutiva e maquiavélica forma de se
praticar atividades políticas, quando se é negada a verdade sobre os fatos desfavoráveis
e ainda se permite a invenção, sem o menor escrúpulo, de desculpas esfarrapadas
e até pueris, para se justificar as suas mazelas e deficiências, quando a
evolução da humanidade, a par das suas conquistas verdadeiras, em cristalino
benefício do ser humano, clama pelo sentimento mais puro do entendimento do que
sejam nobreza e verdade, também no seio das atividades políticas, em harmonia
com o ansiado aperfeiçoamento da sempre respeitável Ciência Política.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 29 de novembro de 2018
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