quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O direito de cidadania


Mensagem postada em facebook incita a participação de pessoas a se unirem em movimento para se tornarem mais fortes e constituírem maioria.
O texto da aludida mensagem diz exatamente o seguinte: ("Pobres, Negros, Nordestinos, Mulheres, LGBTQs, juntos somos a maioria (sic)".
É impossível se pensar em unidade nacional, em harmonia entre os brasileiros, quando ainda tem gente com ideologia possivelmente partidária defendendo a união de raças, gêneros etc., envolvendo brasileiros para se unirem em luta contra os demais brasileiros ou em defesa de alguma causa, dando a ideia absurda e retrógrada de força, de maioria, de poder sobre as demais pessoas, em clara disposição de disputa para derrotar os pseudos antagonistas.
Na realidade, essa forma de proceder evidencia verdadeira afronta aos princípios da fraternidade, do amor, da humanização e da união que precisam existir necessariamente e as pessoas, principalmente quando há o envolvimento da defesa e do interesse do Brasil.
É muito triste que as pessoas não consigam enxergar que essa forma de preconceito anda na contramão dos princípios humanos e deixa de contribuir para a construção de país menos odioso e vingativo.
Como justificar que pessoas fiquem incitando a disputa entre "nós" ("Pobres, Negros, Nordestinos, Mulheres, LGBTQs"), naturalmente contra "eles", incluídos aí ricos, brancos e outras raças, a população das outras regiões do país, homens, pessoas que não sejam consideradas LGBTQs, em clara forma de discriminação e preconceito absolutamente condenáveis?
Essa forma explícita de tratamento discriminatório tem viés de incitação que fere princípio fundamental da Carga Magna, segundo o qual todos os brasileiros são iguais perante a lei, o que vale dizer que ninguém pode ser tratado de forma diferenciada ou preconceituosa.
Quando se procura agregar pessoas distintas em um só propósito, como no caso da mensagem em comento, para a luta contra outras pessoas, em clara manifestação de defesa de interesses, indiscutivelmente cria-se repudiável forma de preconceito que afronta o princípio constitucional da isonomia, exatamente porque ninguém pode se considerar diferente de ninguém e muito menos formar grupos para defender seus interesses, de visíveis arbitrariedade e ilegitimidade.
É lamentável que a evolução da humanidade não tenha conseguido trazer luzes para muitos seres humanos, que ainda vivem nas trevas da sabedoria humana e ainda acham normal a disseminação de ideias caducadas há muito tempo nas nações cujo povo se orgulha de contribuir para a eliminação do preconceito e da disputa que não seja exclusivamente em defesa de seu país e da verdadeira cidadania, contrariamente do que ainda acontece na atualidade.
Infelizmente, no país tupiniquim, há pessoas que têm imaginação criadora de ideias questionáveis, por serem contrárias ao princípio humanitário de isonomia, e o pior é que elas ainda são aplaudidas e placitadas por outras com o mesmo pensamento ideológico, em forma de solidariedade a algo que jamais deveria ter sido suscitado, quanto mais que isso seria desaconselhável, por se tratar de disseminação de ideia com viés visivelmente agressivo e desrespeitoso às pessoas que não se enquadram na referida maioria daquelas indicadas na mensagem.
É preciso ficar muito claro que os direitos de expressão e individualidade são benefícios materializados em princípio constitucional de suma importância para os brasileiros, porém eles se tornam inaplicáveis quando passam a ser interpretados para agredir outros princípios constitucionais, como no caso de ser obrigatório o respeito às pessoas, evitando-se qualquer forma de sobrelevação de raças, gêneros, pessoas etc., dando a entender que somente são válidos e devem prevalecer seus direitos sobre os dos outros e os colocam acima dos demais, devendo ainda ser levado em conta o fato de que as pessoas que se julgarem ofendidas ou prejudicadas por qualquer forma de discriminação ou preconceito têm a via judicial, assegurada na Lei Maior do país, para a busca da reparação de seus direitos de cidadania e brasilidade. Acorda, Brasil!
Brasília, em 1º de novembro de 2018

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