“Aprendemos a voar como os pássaros e a
nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.”. Martin Luther King – ex-líder social
norte-americano
O Dia da
Consciência Negra é marcado por celebrações no território nacional, por meio da
realização de uma série de atividades que visam à promoção da visibilidade das
discussões sobre a negritude, sobre os aspectos da discriminação contra o negro,
entre outras manifestações efusivas à defesa das comunidades negras.
As
comemorações são concentradas em reuniões, entidades de defesa dos afrodescendentes,
praças públicas, universidades etc., tendo por finalidade mostrar a necessidade
de acabar com estereótipos carregados de problemáticas sociais, por meio de palestras,
entrevistas e outras formas versando sobre a necessidade da conquista de
igualdade racial.
As
questões que mais sobressaem dizem respeito ao preconceito e à violência contra
os negros, que são manifestadas no cotidiano e surgem de várias formas e
lugares diversificados, em demonstração de desprezo à raça negra.
Embora seja
notória a evolução da humanidade, o preconceito ainda é responsável pela vitimização
de parcela expressiva da raça negra, que apenas se diferencia uma da outra tão
somente pela cor, mas isso é apenas mero traço biológico, ínsito do ser humano,
que, em essência, é absolutamente igual entre si, em todos os demais aspectos, principalmente
no que é mais importante, que diz respeito aos sentimentos, a exemplo da dor,
da alegria, da saudade, da inteligência, entre outros muitíssimos importantes,
como o amor que se manifesta mais intensamente e precisa existir para a necessária
valorização dos sentimentos que se manifestam espontaneamente entre as pessoas,
independentemente da cor, da raça, da religião etc.
Com
relação à conscientização negra, com data especial para dá destaque ao tema,
sob o aspecto formal da sua existência, o que é evidente para chamar a atenção
da sociedade sobre a existência traumática do preconceito racial, ficando a
nítida impressão de que isso também nada mais é do que forma consciente e
patente de discriminação contra as demais raças, a quem se atribuem a
responsabilidade pelos atos atrozes contra os negros.
Com o
mínimo esforço de elucubração mental, vislumbra-se que o ideal para a
consciência a ser buscada não é exatamente a negra, diante do esforço e da
tentativa de se combater o preconceito contra a raça afrodescendente, mas sim é
preciso se resgatar, de forma prioritária, a “conscientização humana”, de maior
abrangência e com o propósito de congregação em um só pensamento superior todas
as raças, para se unirem contra todas as formas de preconceitos e
discriminações, não importando contra qual seja os objetivos, haja vista que a
conscientização negra leva ao inevitável corolário de que ainda não existe a
plena efetividade sobre esse estado de diferenciação racial, em desprezo da
união de forças das demais raças envolvidas na questão.
Outra
situação que precisa acabar, o quanto antes, para o bem do próprio negro, é a
que diz respeito ao normal entendimento segundo o qual as entidades e pessoas
não se cansam de alegar a faltar de políticas de Estado para evitarem o racismo
e outras formas de violências contra a população negra e que o Estado também precisa
promover políticas para a reparação do que foi feito contra essa comunidade.
Essa
forma preconceituosa de ideologia deixa evidenciado, de forma cristalina, pensamento
que apenas condiz com o crônico e inadmissível sentimento de que os negros
esperam ser eternamente cuidados, como se eles fossem pobres coitados, quando,
na verdade, eles tão batalhadores, esforçados e inteligentes do que qualquer
pessoa, não precisando dessa dependência do Estado, que só eterniza o
entendimento sobre a sua incapacidade crônica de autonomia e autoafirmação
sociais.
É preciso
que a comunidade negra negue toda forma preconceituosa de que sempre há culpado
pelo preconceito ou pela violência, elegendo o Estado como um dos responsáveis pelas
dificuldades enfrentadas por eles, quando elas existem para toda a sociedade e
não é justo que o Estado precise dedicar políticas exclusivas para determinada
raça, em detrimento das outras a exemplo do que vem sendo feito com as cotas
raciais exclusivamente para os negros, quando o Estado, à luz do princípio
constitucional da igualdade entre os brasileiros, não pode deixar de estender e
contemplar as cotas raciais para as demais raças, simplesmente pelo fato de que
isso se insere harmoniosamente no conceito de igualdade de tratamento.
É
evidente que as desigualdades entre negros e brancos são notoriamente seculares
e isso precisa ser combatido entre as raças, em benefício delas, de forma
racional, harmoniosa e humanitária, porém a institucionalização do sentimento da
consciência negra é forma nítida de que os negros precisam se unir contra os
brancos, quando o ideal, preferencialmente, à luz do pensamento construtivo, é
a aprovação do “Dia da Consciência Humana”, por ficar positivado o firme entendimento
sobre a necessidade da convergência de pensamento que precisa existir somente quanto
à valorização da espécie ser humano, sem diferenciação entre o Homo sapiens pela
cor, porque esta não significa a existência nem de superioridade e muito menos
de inferioridade, diante da igualdade determinada pela sabedoria da espécie humana.
Concluo
esta crônica com belo pensamento do venerado pastor e líder social norte-americano Martin Luther King,
que proferiu esse expressivo pensamento, ipsis
litteris: “Saiba que
seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força
que venha de fora. O seu pensamento é a planta concebida por um arquiteto para
construir um edifício denominado prosperidade. Você deve tornar o seu
pensamento mais elevado, mais belo e mais próspero.”.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 20 de novembro de 2018
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