terça-feira, 20 de novembro de 2018

Dia da Consciência Humana?


“Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.”. Martin Luther King – ex-líder social norte-americano

O Dia da Consciência Negra é marcado por celebrações no território nacional, por meio da realização de uma série de atividades que visam à promoção da visibilidade das discussões sobre a negritude, sobre os aspectos da discriminação contra o negro, entre outras manifestações efusivas à defesa das comunidades negras.
As comemorações são concentradas em reuniões, entidades de defesa dos afrodescendentes, praças públicas, universidades etc., tendo por finalidade mostrar a necessidade de acabar com estereótipos carregados de problemáticas sociais, por meio de palestras, entrevistas e outras formas versando sobre a necessidade da conquista de igualdade racial.
As questões que mais sobressaem dizem respeito ao preconceito e à violência contra os negros, que são manifestadas no cotidiano e surgem de várias formas e lugares diversificados, em demonstração de desprezo à raça negra.
Embora seja notória a evolução da humanidade, o preconceito ainda é responsável pela vitimização de parcela expressiva da raça negra, que apenas se diferencia uma da outra tão somente pela cor, mas isso é apenas mero traço biológico, ínsito do ser humano, que, em essência, é absolutamente igual entre si, em todos os demais aspectos, principalmente no que é mais importante, que diz respeito aos sentimentos, a exemplo da dor, da alegria, da saudade, da inteligência, entre outros muitíssimos importantes, como o amor que se manifesta mais intensamente e precisa existir para a necessária valorização dos sentimentos que se manifestam espontaneamente entre as pessoas, independentemente da cor, da raça, da religião etc.
Com relação à conscientização negra, com data especial para dá destaque ao tema, sob o aspecto formal da sua existência, o que é evidente para chamar a atenção da sociedade sobre a existência traumática do preconceito racial, ficando a nítida impressão de que isso também nada mais é do que forma consciente e patente de discriminação contra as demais raças, a quem se atribuem a responsabilidade pelos atos atrozes contra os negros.
Com o mínimo esforço de elucubração mental, vislumbra-se que o ideal para a consciência a ser buscada não é exatamente a negra, diante do esforço e da tentativa de se combater o preconceito contra a raça afrodescendente, mas sim é preciso se resgatar, de forma prioritária, a “conscientização humana”, de maior abrangência e com o propósito de congregação em um só pensamento superior todas as raças, para se unirem contra todas as formas de preconceitos e discriminações, não importando contra qual seja os objetivos, haja vista que a conscientização negra leva ao inevitável corolário de que ainda não existe a plena efetividade sobre esse estado de diferenciação racial, em desprezo da união de forças das demais raças envolvidas na questão.
Outra situação que precisa acabar, o quanto antes, para o bem do próprio negro, é a que diz respeito ao normal entendimento segundo o qual as entidades e pessoas não se cansam de alegar a faltar de políticas de Estado para evitarem o racismo e outras formas de violências contra a população negra e que o Estado também precisa promover políticas para a reparação do que foi feito contra essa comunidade.
Essa forma preconceituosa de ideologia deixa evidenciado, de forma cristalina, pensamento que apenas condiz com o crônico e inadmissível sentimento de que os negros esperam ser eternamente cuidados, como se eles fossem pobres coitados, quando, na verdade, eles tão batalhadores, esforçados e inteligentes do que qualquer pessoa, não precisando dessa dependência do Estado, que só eterniza o entendimento sobre a sua incapacidade crônica de autonomia e autoafirmação sociais.
É preciso que a comunidade negra negue toda forma preconceituosa de que sempre há culpado pelo preconceito ou pela violência, elegendo o Estado como um dos responsáveis pelas dificuldades enfrentadas por eles, quando elas existem para toda a sociedade e não é justo que o Estado precise dedicar políticas exclusivas para determinada raça, em detrimento das outras a exemplo do que vem sendo feito com as cotas raciais exclusivamente para os negros, quando o Estado, à luz do princípio constitucional da igualdade entre os brasileiros, não pode deixar de estender e contemplar as cotas raciais para as demais raças, simplesmente pelo fato de que isso se insere harmoniosamente no conceito de igualdade de tratamento.
É evidente que as desigualdades entre negros e brancos são notoriamente seculares e isso precisa ser combatido entre as raças, em benefício delas, de forma racional, harmoniosa e humanitária, porém a institucionalização do sentimento da consciência negra é forma nítida de que os negros precisam se unir contra os brancos, quando o ideal, preferencialmente, à luz do pensamento construtivo, é a aprovação do “Dia da Consciência Humana”, por ficar positivado o firme entendimento sobre a necessidade da convergência de pensamento que precisa existir somente quanto à valorização da espécie ser humano, sem diferenciação entre o Homo sapiens pela cor, porque esta não significa a existência nem de superioridade e muito menos de inferioridade, diante da igualdade determinada pela sabedoria da espécie humana.
Concluo esta crônica com belo pensamento do venerado pastor e líder social norte-americano Martin Luther King, que proferiu esse expressivo pensamento, ipsis litteris: “Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força que venha de fora. O seu pensamento é a planta concebida por um arquiteto para construir um edifício denominado prosperidade. Você deve tornar o seu pensamento mais elevado, mais belo e mais próspero.”.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 20 de novembro de 2018

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