A campanha do presidente eleito entregou a
prestação final de contas, que deve ser julgada pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) antes da diplomação, marcada para 10 de dezembro vindouro.
Segundo o relatório final, a campanha do presidente
eleito atingiu o valor de R$ 4,377 milhões em receitas, sendo a quantia de R$ 3,728
milhões recebida na modalidade “financiamento
coletivo”.
A campanha informou que não houve despesas com recursos
oriundos do Fundo Especial de Financiamento, mantido com recursos públicos.
Não obstante, o valor de R$ 615 mil reais foi
repassado pelo partido político do candidato, sendo que o valor de R$ 113,6 mil
é proveniente do Fundo Partidário.
No que se refere às despesas, a campanha informou
ter gasto o valor total de R$ 2,4 milhões, dos quais a maior parte (R$ 791,8
mil) foi contabilizada na rubrica “serviços
prestados por terceiros”.
Em seguida vêm os gastos com a produção de
programas de rádio, televisão ou vídeo, em que foram pagos R$ 660 mil e, em
terceiro, foi contabilizado o valor de R$ 345 mil referente a repasses a outros
candidatos e partidos.
A prestação de contas do presidente eleito informou
que foi gasto apenas o valor de R$ 470 mil com despesas de pessoal.
Em conclusão, a prestação de contras da campanha presidencial
informou ter ficado a sobra financeira do valor de R$ 1,565 milhão, ou seja, foi
gasto na campanha valor inferior ao montante arrecadado.
Conforme noticiado na mídia, a campanha do
adversário dele gastou 15 vezes mais e ainda extrapolou a receita arrecadada, o
que bem demonstra a falta de sensibilidade com relação aos gastos de campanha,
que precisam se enquadrar em parâmetros de civilidade e razoabilidade, quanto
aos princípios de moderação e economicidade, evitando-se o desperdício de recursos,
muitos dos quais provenientes do Fundo Especial de Financiamento, que públicos.
Imediatamente à entrega da prestação de contas em
apreço, o TSE publicou edital para que, quem quisesse - candidatos, partidos,
Ministério Público ou qualquer interessado - possa impugnar ou questionar as
contas referentes à campanha do presidente eleito, cujo prazo já se encerrou, não
havendo notícia de questionamentos, por terceiros, sobre os gastos em apreço.
Não
obstante, na verdade, a impugnação que precisa ser feita diz respeito, se for
possível, apenas no sentido de que o Superior Tribunal Eleitoral faça
circunstanciado relatório sobre a modicidade dos gastos, protestando, com a
devida justiça, como, ainda em pleno século XXI, quando os demais candidatos esbanjam
em gastança com milhões de reais às expensas dos escorchados contribuintes, o
presidente eleito tem a sensatez de informar à Justiça Eleitoral que recebeu
dos cofres públicos (Fundo Partidário) a bagatela, ou seja, o inexpressivo valor
de R$ 113,6 mil, que nem foi preciso gastar, diante do saldo contabilizado da
campanha, do valor de R$ 1,565 milhão.
Na
realidade, isso significa, em termos de sensibilidade e responsabilidade quanto
aos gastos em campanha eleitoral, algo extraordinário jamais visto e registrado
nos anais da história brasileira, em que um candidato a presidente da República
tenha gasto o valor bisonho e diminuto, pasmem, da quantia de R$ 2,4 milhões,
isso mesmo, apenas e inacreditáveis 2,4 milhões de reais, em dois turnos,
envolvendo inclusive despesa com publicidade, em que partidos gastam milhões
somente com pagamento de marqueteiros, que são encarregados, muitas das vezes,
de arquitetar fatos mentirosos e até sensacionalistas, para impressionarem os
incautos e desinformados.
Agora,
seria excelente, diante da demonstração de irracionalidade e abuso do dinheiro
suado dos brasileiros, compararem-se esses gastos com os valores astronômicos despendidos
na campanha da reeleição, em 2014, da presidente da República afastada do
cargo, avaliados, por baixo, em, pasmem, o valor de R$ 350,2 milhões, porquanto
o ex-ministro da Casa Civil do governo dela garantiu, em delação premiada à
Justiça, que o valor real da campanha dela atingiu a cifra recorde de R$ 800
milhões, isso mesmo, 800 milhões de reais, evidentemente computando o dinheiro
de caixa 2, que não teria sido contabilizado oficialmente nas contas, por ser
ilegal, ou seja, por se tratar de calor irregular, o que implica a
ilegitimidade da reeleição, pelo uso indevido de procedimento indiscutivelmente
ilegal.
Chega
a ser humilhante, no bom sentido, um candidato a presidente da República ter o “desplante”
de permitir tamanha economia com o dinheiro do contribuinte, em evidente
demonstração do quanto há gente que não tem o menor sentimento de escrúpulo e
muito menos sensibilidade cívica para com a coisa pública e ainda têm
brasileiros que acham normal essas verdadeiras esculhambação e orgia com
dinheiro público, em que pese a gritante escassez de recursos públicos para a
execução de serviços imprescindíveis e essenciais à satisfação do bem comum.
É
preciso que os brasileiros conheçam os valores das prestações de contas do
presidente eleito e da candidata à reeleição em 2014, para sentirem no bolso a
estrondosa diferença, em termos de responsabilidade com a gestão de recursos
públicos no Brasil, porque, tempos depois, um candidato presidencial gasta
apenas o valor insignificante de R$ 2,4 milhões em toda sua campanha, enquanto outra
candidata declara oficialmente ter gasto a potentosa cifra de R$ 350,2 milhões,
fatos que comprovam verdadeiro desprezo à coisa pública.
De
acordo com notícia divulgada na imprensa, o candidato do PT, na última eleição,
gastou, na sua campanha eleitoral, 15 vezes mais do que o presidente eleito, do
montante em torno de R$ 35 milhões, o que não deixa de ser verdadeiro absurdo, embora
se trate de fato que já é enorme avanço de consciências política e cívica, por
se referir à quantia de 10% menor do que o valor gasto e desperdiçado na
reeleição da presidente afastada, que foi do valor oficial de R$ 350,2 milhões.
Como
se trata de caso inusitado e histórico digno de registro, ante às irracionais
despesas gastas em milionárias campanhas eleitorais de candidatos sem a menor
ideia do que seja economicidade, parcimônia e principalmente respeito aos
recursos públicos, convém que os brasileiros tomem conhecimento da prestação de
contas referente à campanha eleitoral do presidente eleito, que precisa constituir
fato a ser eternizado, em termos políticos, não somente como lembrança de algo
salutar, mas como real necessidade da sua assimilação pelos futuros candidatos
a cargos públicos eletivos, para que isso possa servir de importante parâmetro
para as suas campanhas eleitorais, ante a verdadeira demonstração de postura de
simplicidade de gastos e da exata compreensão de como devem se porta na vida
pública, como gestores de recursos públicos, todos os brasileiros com dignidade,
honradez e responsabilidade cívicas e patrióticas, à vista da indiscutível
valorização do dinheiro oriundo dos sacrificados contribuintes.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 22 de novembro de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário