Há alguns dias, fiz crônico
enaltecendo a necessidade da implantação do programa “Polo de Desenvolvimento
do Nordeste” como forma, em especial, de atrair capitais para o interior do
Nordeste, de modo a propiciar incentivo ao progresso de regiões esquecidas e
abandonadas pelo governo federal, além da dignificação da mão de obra ociosa e da
maior importância para o fortalecimento da produção e especialmente do emprego
e da renda.
É por demais sabido que, nessas
localidades mais distantes dos grandes centros do pais, não têm como
alternativa senão o pagamento do Bolsa Família, programa de suma importância
para as famílias carentes financeiramente, mas, em concomitância, é precisa que
ele seja urgentemente ser adjutorado ou até mesmo substituído, conforme as circunstâncias,
por outra modalidade econômica de subsistência, em se tratando que o governo
não pretende mudar o status quo, em
que pese não ser esta a maneira ideal para desenvolver as regiões carentes e
paupérrimas.
Em razão disso, o senhor Xavier
Fernandes proferiu equilibrado pensamento sobre a situação dos nordestinos,
mostrando a sua contrariedade sobre as dificuldades vividas pelos sertanejos,
diante das incertezas acerca do futuro político que se vislumbra para o
Nordeste, precisamente nestes termos: “Espero
que o novo Presidente responda com ações positivas e imediatas, investindo em
programas consistentes que resolvam em definitivo as necessidades cruciais da
região Nordeste. Para afastar de uma vez por todas essas dependências crônicas
de auxílios, bolsas. Esmolas. Migalhas pelas quais, ao longo dos muitos anos,
tornaram grande parte do povo nordestino alienado e dependente, a ponto de
perder a consciência e não ver mais nada, do que a doutrina Lulupetista. A
prova está aí na eleição. O Nordeste, salvem-se algumas capitais, demonstrou-se
subserviente e de joelhos aos ditames esquerdistas... O Nordeste precisa livra-se
dessas algemas... O Presidente recém-eleito tem que tirar toda essa ilusão com
oportunidades de vida. Trabalho, desenvolvimento, para que esse bravo povo seja
resgatado na sua autoestima... Esperamos confiantes que o Nordeste se livre
desse placebo, que prejudica e emperra o brio e o valor desse povo honesto e
trabalhador, enganado por corruptos e pilantras oportunistas... Quando se dá
oportunidades reais de vida, o povo cresce, se liberta e será livre e
desimpedido para decidir os seus destinos como verdadeiros cidadãos. Viva o
Nordeste e vivas o Brasil sem divisões. Somos um só povo...”.
A
minha resposta aos apelos acima foi imediata, quando disse que não poderiam ter
sido mais precisas as ponderadas colocações por esse ilustre conterrâneo,
acerca de tema da maior importância, por exprimirem exatamente o sentimento de
quem enxerga a realidade com visão estritamente isenta e focada na verdade dos
fatos, com os quais, não poderia ser diferente, demonstra não ter a menor
identidade.
Diante
dos fatos, percebe-se, com nitidez, que meus sentimentos sobre os princípios da
moralidade e da brasilidade, expostos em minhas crônicas, têm sido interpretados,
por algumas pessoas, como sendo de quem vive em outro mundo, i. e., que não
convive de perto com a realidade nordestina de tantas e graves precariedades,
mas isso não passa de estupendo engano de raciocínio, porque quem vive em
localidade diferente do sertão tem muito mais condições de captar as
vicissitudes do povo do Nordeste.
É
lamentável que a absoluta maioria dos nordestinos, incluídos aí ditos
intelectuais e educadores, que se prendem muito e puramente ao sentido
socialista de ser, com claro menosprezo, por certo, aos princípios essenciais
da dignidade, moralidade e economicidade na gestão pública, caso em que teriam
declinado dessa sua opção, tenha extremado sentimento de orgulho em defender, até
mesmo em prosa e verso, posicionamento em prol de determinado candidato, possivelmente
ainda em demonstração de especial reconhecimento ao empenho demonstrado por líder
político considerado defensor do povo do Nordeste, como se isso não fosse da
obrigação também do seu governo.
Em razão disso, ele passou a ser considerado
verdadeiro herói da região, depois da implementação do maior e mais visível programa
de assistência social nunca antes visto, dando a entender que se tratava de
algo excepcional, majestoso e até magnânimo, embora com recursos públicos
exatamente para e com essa exclusiva finalidade e, mais, sem qualquer forma de
favor às famílias que deveriam ser comprovadamente carentes de assistência
financeira.
De
fato, o Bolsa Família poderia até ter sido algo entendido como de tamanha nobreza
sobre o seu real sentido humanitário se não tivesse por traz disso a estratégica
política de cunho maquiavélico do humilhante, degradante e principalmente aviltante
sentimento de transformação de ações meramente públicas em forma mais
vergonhosa e desprezível de formação dessa medida governamental, por que
executada com recursos púbicos, provenientes dos contribuintes, em indiscutível
e inafastável curral eleitoral em prol partidário.
Ou
seja, eleitores nordestinos, em
grande e expressiva maioria, estão votando, de forma sistemática, em candidatos
para cargos eletivos representados pelo partido de seu líder idolatrado, em
benefício dos interesses da sua agremiação, conforme já percebida e materializada,
sem qualquer esforço, nas eleições anteriores e visivelmente confirmada nas
últimas eleições presidenciais, em que o candidato do partido do líder
populista, responsável por esse convencimento esquerdista de nordestinos,
pasmem, sagrou-se vencedor em estonteante superioridade em relação aos votos
conquistados por seu opositor, dando a maior prova da superveniência eleitoral
formada a partir da concessão do Bolsa Família, que vem se consolidando com o
passar dos tempos.
Poderia
até alguém se insurgir contra o meu cristalino raciocínio não fossem os
resultados das urnas das outras regiões do país, que mostraram, à unanimidade, que
os outros brasileiros clamam, de maneira decisiva e esmagadora, por mudanças e
moralização das práticas políticas, ao darem estrondosa vitória, de ponta a
ponta, ao candidato de extrema direita, não que ele seja o suprassumo como administrador
público ou cousa que o valha, mas à vista do inconformismo e da contrariedade
com a vota ao poder do populismo incompetente, aproveitador e contraproducente
aos interesses nacionais.
Isso
simplesmente mostra a verdade nua e crua no sentido de que grande parcela dos
nordestinos está realmente na contramão da história, em relação ao sentimento
da absoluta maioria dos brasileiros, que entenderam que, ou o Brasil opta pela
renovação da classe política dominante, absolutamente deletéria às causas
públicas, conforme foi devidamente mostrado e comprovado, de forma cristalina e
insofismável, pela Operação Lava-Jato, por homens públicos que tenham
mentalidade exclusivamente em sintonia com a imprescindível defesa dos
interesses nacionais e dos brasileiros em geral ou então o país vai permanecer,
na sua integridade, nas mesmas condições de desprezo que são dispensadas ao
Nordeste, que infelizmente, apesar dos pesares, tem sido pródigo em votos ao
principal partido que tem o maior envolvimento em ato de corrupção, nos últimos
tempos, por se prender exclusivamente aos efeitos dos programas assistenciais do
Bolsa Família.
Não
há dúvida de que o referido programa é de indiscutível importância para a
região nordestina de extrema carência de recursos públicos e de cuidados primários
do Estado, que há de ser obrigatoriamente mantido por qualquer governo, cultor de
qualquer ideologia política, inclusive de extrema direita, porque se trata de ação
pública com vinculação compulsoriamente constitucional de assistência social do
Estado às famílias carentes, em termos econômico-financeiros, e nenhum
governante precisa ter a indignidade de reivindicar a paternidade da
implementação de ação que não pode ser negada, sob pena de seu enquadramento em
crime de prevaricação, pela caracterização de desídia no exercício das
relevantes funções constitucionais de mandatário do país. Acorda, Brasil!
Brasília, em 3 de novembro de 2018
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