Outro
dia, escrevi crônica enfatizando a magnífica economia de gastos da campanha vitoriosa
do presidente da República eleito, que mostra extrema sensibilidade e
responsabilidade quanto à gestão de recursos disponibilizados para os
compromissos inerentes à aludida finalidade.
Não
se tem notícia de tamanha proeza, pelo ineditismo de se gastar tão pouco, em
que candidato à Presidência da República tivesse gasto o irrisório valor de R$
2,4 milhões, compreendendo pessoal, publicidade, incluído marqueteiro,
passagens, transportes etc., tudo superdimensionado para a superação das
campanhas milionárias do adversário.
A
campanha do presidente eleito teria arrecadado pouco mais do valor de R$ 4
milhões, já incluída a insignificante quantia de R$ 113,6 mil, proveniente do Fundo
Partidário, ou seja, recurso público, que nem foi preciso gastar, diante da contabilização
do saldo de campanha, no valor de R$ 1,565 milhão.
Os referidos valores referentes à campanha do
candidato vencedor parecem até brincadeira de amador, se comparado aos gastos esbanjados
na reeleição da candidata petista, em 2014, que teria sido do expressivo valor
de R$ 350,2 milhões, embora o ex-ministro da Casa Civil do governo dela garantiu,
em delação premiada à Justiça, que o valor real da campanha da petista atingiu
a cifra recorde de R$ 800 milhões, com a contabilização, por fora, de dinheiro oriundo
de caixa 2, evidentemente oriundo de propinas.
Também
é preciso se avaliar que os gastos de campanha podem e devem servir de
parâmetro para se aquilatar o grau de responsabilidade pública dos candidatos,
no que tange aos princípios de eficiência e eficácia, em termos de economicidade,
porque isso também reflete na gestão dos recursos, em grau máximo da execução
dos recursos orçamentários, quanto às priorizações a serem estabelecidas na
implementação de políticas públicas, obviamente já no exercício do cargo.
Se
os brasileiros se preocupassem com a avaliação sobre a simplicidade das
campanhas eleitorais e principalmente sobre a modicidade dos dispêndios efetivados
nelas, certamente que os candidatos se envergonhariam de esbanjar recursos
públicos e procurariam valorizar muito mais a disseminação de seus programas de
governo, como forma de mostrar, em termos de racionalidade, que a sua
importância política se mede muito mais pela capacidade de trabalhar e
solucionar os problemas sob a sua incumbência ou responsabilidade, em
menosprezo às exageradas e milionárias campanhas, muita vazias de conteúdo e
objetividade, como foi observado na última disputa eleitoral.
Não há a menor dúvida de que é preocupante se
perceber que muitos candidatos a cargos públicos não estão nem aí para a economia
que é preciso ter com o dinheiro do contribuinte, porque isso evidencia a falta
de sentimento, escrúpulo e sensibilidade cívicas para com a coisa pública.
Diante
de terrível constatação de desperdício de recursos públicos, infelizmente ainda
há brasileiros que acham normal essa forma cristalina de esculhambação com o dinheiro
do contribuinte, apesar da gigantesca escassez de verbas para a execução de
serviços imprescindíveis e essenciais à satisfação do bem comum.
A par desse disparate sobre os gastos de
campanha eleitoral, o ilustre professor Xavier Fernandes se expressou com a
sapiência que lhe é peculiar, nos seguintes termos: “Aí está o verdadeiro retrato e caráter dos partidos políticos que
pleitearam a recente campanha. Nitidamente se ver os aloprados e os que têm
equilíbrio. Com certeza, reflete, pois, o quadro que revelou toda crise dos
últimos pleitos, desaguando em tudo que estamos assistindo, se fazendo os
diabos para se ganhar uma eleição: qualquer armação seria válida. Contudo, os
tempos andam mudando. A força da comunicação independente se manifestou
espontaneamente através das redes sociais e quase nada passa despercebido: o
mundo é outro. O que foi feito de certo ou errado tem o conhecimento da opinião
pública, com direitos a críticas. As denúncias e também elogios, se for o caso.
Portanto, estão aí a verdade e a realidade dos acontecimentos. Essa campanha
vai ficar para a história como uma reviravolta dos antigos e superados maus
costumes de que os que ganhavam eram os partidos com mais recursos de colaboradores
e patrocinadores do caixa 2 e outros arrumadinhos escabrosos. Daqui para frente,
com a presença constante do povo fiscalizando todo esse processo, será diferente,
aliás. Como já foi, o Brasil mudou e vai avançar mais ainda com novos rumos e novos
costumes, que automaticamente entraram para o consumo do povo brasileiro. Parabenizo
aqui o nosso professor Adalmir Fernandes, pela aula de conhecimento no assunto
que brilhantemente nos presenteia com muita eficiência e competência. OBRIGADO.”.
Em
resposta à aludida manifestação, eu disse que a sua sensata e precisa mensagem
diz exatamente o tamanho da promiscuidade não somente de muitos homens
públicos, mas especialmente do povo, despreparada e desinformado politicamente,
que, em última análise, é realmente quem se digna a elegê-los sem, mesmo sem as
mínimas qualidades políticas exigidas para o exercício de importantes cargos
públicos, tendo inclusive, em muitos casos, a incumbência da gestão de recursos
arrecadados dos contribuintes.
Na
ocasião, lembrei que, certa feita, fui execrado por alguns internautas esquerdistas,
depois de ter dito que o povo tinha enorme parcela de contribuição e de culpa por
essa horrorosa situação político-eleitoral, por apoiar, com o seu voto,
possivelmente por desinformação sobre os fatos, políticos corruptos e
aproveitadores do poder para se beneficiarem de suas influências, em detrimento
da essencialidade das causas públicas.
Finalmente,
é preciso se reconhecer que o modelo de gerenciamento dos gastos de campanha, adotado
pelo candidato vencedor, precisa ser amplamente assimilado pelos homens
públicos, diante do efetivo exemplo de extraordinária economia de recursos, que
é digno de servir de parâmetro nas futuras eleições.
Por
seu turno, concito o presidente eleito que, com inspiração nessa magnânima
atitude pedagógica e modelar com os gastos de campanha, tenha a devida preocupação
de mirar cuidadosamente, nos mínimos detalhes, em todos os atos administrativos
implementados pelos últimos governos, exatamente para que eles sejam executados
diametralmente ao contrário, tendo, com isso, a absoluta certeza de que o seu
governo será plenamente exitoso e digno dos maiores encômios dos brasileiros
honrados, que estão ansiosos pelo progresso do Brasil e do seu povo.
Agora,
não me fujo à responsabilidade e à realidade dos fatos, para reafirmar a minha
opinião, no sentido de que os péssimos homens públicos precisam ser eliminados
das atividades políticas, em benefício exatamente do povo, que termina sendo
prejudicado por políticos demagogos e hipócritas, que, sem nenhum escrúpulo,
somente pensam em seus projetos políticos, sem a menor preocupação com os relevantes
interesses nacionais e muito menos do povo.
Em
síntese, os brasileiros precisam se conscientizar de que dependem exclusivamente
deles a moralização e o aperfeiçoamento da administração do país, a começar pela
melhor escolha de seus representantes políticos, com embargo das preferências
por políticos populistas e hipócritas, porque são exatamente esses péssimos
homens públicos responsáveis pela desgraça disseminada nas atividades
políticas, justamente porque seus interesses estão visivelmente além das causas
próprias e adequadas à satisfação do bem comum.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 28 de novembro de 2018
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