terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Fora da razoabilidade humana


Dias atrás, eu disse que é motivo de profunda consternação se perceber, no presente, que a nossa geração tem enorme capacidade de repudiar e condenar os genocidas do passado, por sua crueldade e desumanidade, que tem a ver com o sentimento cristão se lamentar diante do sofrimento de nosso semelhante.
Não obstante, essas mesmas criaturas humanas são riquíssimas em insensibilidade e desumanidade, justamente para não enxergar o horror e deixar de denunciar atos igualmente dolorosos e amargurantes, na forma do assassinato deliberado de pessoas indefesas, que vem acontecendo bem ali, na fronteira do Brasil, com base na insensata e bestial ideologia política, como é o caso do massacre liderado pela ditadura venezuelana, em que a sua população passa por privações de alimentos e remédios, com consequências terríveis e até letais.
Mesmo diante desse quadro angustiante, o mandatário daquela nação impede, por meio de força policial (Forças Armadas), que ajuda humanitária, com alimentos e remédios, possa chegar onde for necessário, para, pelo menos, tentar minimizar tamanha desgraça humanitária.
Causa perplexidade que essa terrível situação tem o apoio de pessoas extremamente insensatas e desumanas, que estão mais interessadas, pasmem, em se solidarizar com a “bravura” do ditador bolivariano, que se agarra ao poder com unhas e dentes, mesmo com a ruína daquela nação, que se encontra destroçada até a raiz na sua economia, que tem como reflexo o desabastecimento dos produtos essenciais à vida humana, obrigando até mesmo a emigração de milhares de venezuelanos, para não morrerem de fome ou por falta de remédios.
É o caso da esquerda mundial, fortalecida pela ala brasileira, em potencial, que entende que há necessidade da defesa do governo daquele país contra os interesses externos, cujas lideranças visam às riquezas do petróleo, considerando que a Venezuela é a quarta nação, em reserva desse ouro preto.
O que se percebe, diante da inexistência de grito de alerta contra a cruel dureza do martírio impingido ao povo, pelo governo ditatorial, com a consistência da falta de alimentos e remédios, é que, nesse caso, ganha importância estratégica a exclusiva defesa da “dignidade” da Revolução Bolivariana, na visão dos fanatizados seguidores do seu líder, mesmo que a população esteja mergulhada em profundos sacrifício e sofrimento, diante do racionamento de alimentos e da falta de medicamentos básicos para a sua saúde.
Enquanto isso, o povo é submetido a planos inferiores e secundários, em mais uma cristalina demonstração de possível massacre humanitário, que poderia até ser evitado, caso houvesse interesse em valorização do ser humano e se ele não tivesse à mercê do comando de quem se preocupa exclusivamente com o poder, obviamente sem se pensar em mais nada, à vista da negação da ajuda humanitária, composta por materiais que o povo mais precisa, neste momento, justamente de alimentos e remédios.
Um exemplo bem ilustrativo da explanação acima vem de pessoa  antenada com os fatos da atualidade, que deu a entender que se identifica, muito à vontade, com o regime bolivariano, por, a princípio, mostrar pensamento próximo das pessoas que estão preocupadas com a defesa da manutenção do ditador no poder, com medo que ele seja afastado de lá, em nome da exploração do petróleo.
Pouco importa que a disputa do petróleo até seja o cerne das pretensões externos e isso não pode ser descartado, mas acima desse fato tem o interesse primário da população, que não pode pagar o pato pela degeneração administração da nação, mergulhada em abissais crises política, social, moral, administrativa e principalmente econômica, inclusive na área petrolífera, com o bloqueio americano e a drástica redução da exploração do petróleo, por força da falta de investimentos, nos últimos anos, tendo enormes reflexo nas exportações e na economia interna.
Enfim, eis a mensagem referida acima, cujo nome do autor preferi omitir diante do que escrevi acima, verbis: “(...) essa briga é por petróleo, da Venezuela e do Brasil; expulsos da Ásia, vieram para cá. Qual estratégia para ocupar: isolaram a Venezuela, veio o caos. Quem está preocupado com a situação da população venezuelana, Síria, da Líbia, do Iraque etc., (...)! Estão preparando mais uma tragédia, desta vez, para América do Sul. Custa-me acreditar que você, uma pessoa inteligente, que escreve bem, caia nessa balela, não tenha a percepção do que, realmente, está acontecendo.”.
Em resposta à referida mensagem e sendo obrigado a engolir, a seco, a afirmação de eu “não tenho a percepção do que, realmente, está acontecendo.”, eu disse que, infelizmente, a minha simpatia pela balela, como ele afirmou sobre mim, cinze-se à defesa dos princípios humanitários, que precisam ser enaltecidos a todo instante, independentemente de ideologia, para se chamar a atenção para situação preocupante, que é o sacrifício de pessoas indefesas e desprotegidas, a quem tem sido até impedida de receber ajuda humanitária, mas isso, no percepção de muitas pessoas entendidas, não tem a menor relevância quando o que interessa mesmo é a defesa da Revolução Bolivariana, à parte a monstruosa desgraça já causada a uma nação e seu povo, como mostram os fatos, principalmente com o terrível processo migratório de seu povo, para outros países.
Isso eu deixei como claro no texto, cuja compreensão, evidentemente, se depara com a questão político-ideológica, que, em muitos casos, também acontece com relação aos brasileiros, que fazem questão de esquecer os sentimentos, as agruras da população premida pela insensatez de mandatário desumano, mas, mesmo assim, ainda recebe aplausos e apoio, de forma inexplicável, como no caso da Venezuela, em que a esquerda tupiniquim foi muito bem representada pela presidente de importante partido brasileiro, na posse do presidente desse país, para se solidarizar-se com pessoa insensível ao sofrimento de quem se encontra privado de alimentos e remédios.
Causa estranheza e perplexidade que, diante da negativa à ajuda humanitária, pouco importando a sua origem, mas sim a sua finalidade, não se ouviu uma vírgula da esquerda brasileira em defesa desse povo marginalizado da assistência do Estado.
Nunca vou deixar de reconhecer, em respeito aos sagrados princípios ínsitos da democracia, o direito fundamental de o cidadãos defender seus conceitos e sentimentos culturais e sociais inerentes à orientação ou à preferência à religião, aos cultos, aos esportes e times de futebol, às ideologias políticas etc., mas o amor ao seu semelhante, à humanidade, é algo do coração que está absolutamente acima de qualquer paixão e isso se mostra fora da razoabilidade humana quando se consegue encontrar justificativa fúteis até mesmo para se apoiar pessoa insensível e cruel, que decide, de forma autoritária e inconsequente, com medo de perder o poder, evitar ajuda humanitária para o povo que sofre por causa dele, da sua incompetência gerencial e administrativa, conforme mostram os estragos e os rombos protagonizados na sua gestão.
Diante dessa tragédia que se abate sobre a Venezuela e seu povo, independentemente de interesses econômicos ou petrolíferos, concito os brasileiros e a população mundial que, não importando sua ideologia política, mas em atenção à valorização do ser humana, se conscientizem sobre a necessidade de se repudiar as gritantes insensatez e insensibilidade do governo venezuelano, de ter evitado o recebimento de ajuda humanitária à população, em total prejuízo às criaturas que padecem no sofrimento da fome e do infortúnio da dor, por falta de alimentos e remédios, tendo em conta a necessidade do acolhimento e do amor, que precisam estar presentes na vida das pessoas carentes e necessitadas.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 12 de fevereiro de 2019

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