No
exato momento em que o Grupo de Lima, constituído por países contrários à ditadura bolivariana, aprovava declaração em defesa de eleições livres e democráticas na Venezuela,
obviamente para pôr fim o governo do atual presidente desse país, o ditador
chavista pede à população que o apoie, ao tempo em que promete manter-se no
poder.
Ele
disse que os problemas internos do país devem ser resolvidos com “união nacional”, tendo assegurado que “Na Venezuela reina a autodeterminação do
nosso povo. Resolvemos os problemas com união nacional e o governo bolivariano
que eu presido. Juntos pela Venezuela”, fazendo claras críticas aos Estados
Unidos e aos demais países que apoiam o autoproclamado presidente interino daquele
país.
Em
pronunciamento paralelo, os EUA anunciaram sanções contra governadores aliados do ditador chavista.
Já
o ministro das Relações Exteriores da Venezuela ressaltou que há uma
orquestração internacional, liderada pelos norte-americanos, para promover
intervenção em território venezuelano.
Por
sua vez, em declaração conjunta, o Grupo de Lima afastou a hipótese de
intervenção, defendendo que a solução para a crise venezuelana siga o caminho
pacífico e por meio da população.
O
chanceler venezuelano insistiu que há disputa internacional pelo petróleo
venezuelano, que vem sendo protegido pelo governo bolivariano e que também age
em proteção da soberania nacional.
A
atual situação da Venezuela é complicadíssima, porque o ditador que comanda
aquele país, com mãos de ferro e em condições extremamente antidemocráticas, à
vista da manipulação havida no último pleito eleitoral, que foi
indiscutivelmente realizado mediante procedimento fraudulento, completamente
ilegítimo à luz do alijamento deliberado do processo próprio das principais
lideranças de oposição ao governo chavista, para que o representante da tirania
não tivesse concorrente à altura.
A
caracterização da aludida fraude teve por consequência imediata a sua rejeição
por países civilizados e evoluídos, em termos democráticos, que agora estão
apoiando o político que se autoproclamou presidente da Venezuela, que promete a
realização, o mais rapidamente possível, de eleições no país, como forma do
restabelecimento do estado de direito e dos princípios democrático e republicano.
Não
há a menor dúvida de que o único responsável pela trágica e ruidosa situação pela
qual se encontra mergulhado aquele país é o seu povo, que elegeu o atual
ditador, pela primeira vez, em processo, diga-se de passagem, revestido de
total e plena legitimidade, ou seja, acreditando nos seus bons propósitos de
verdadeiro estadista e democrata, diante da observância dos princípios
jurídicos e republicanos, inclusive com a participação democrática no pleito dos
candidatos de oposição ao regime bolivariano, tudo nos moldes do figurino
recomendado por nação civilizada, em respeito aos conceitos modernos de
igualdade de condições entre todos.
Na
verdade, a partir da gestão inicial, o atual ditador foi se transformando progressivamente
no monstro que é hoje, tendo a brutal e animalesca capacidade de infernizar a
vida do povo que o elegeu, de forma democrática, tendo-se aí, originalmente, a
reafirmação do conceito primacial e democrático segundo o qual o poder emana do povo e, em seu nome,
será exercido, porém o processo ditatorial foi evoluído de tal forma com a
poluição jurídica verificado na última eleição, onde os principais políticos de
oposição foram propositalmente impedidos de se candidatar, por determinação ditatorial, de modo a se
permitir que o atual presidente fosse praticamente aclamado por meia dúzia de
eleitores de cabresto, que compareceram às urnas sob promessas de ajuda do
governo, principalmente de alimentos, que até recebeu o nome de “cesta
democrática”, ou algo parecido.
Agora vai ser dificílimo afastar esse brutamontes do
governo, especialmente diante da consolidação do totalitarismo também imperando
fortemente no seio das Forças Armadas, que foram cooptadas por meio das benesses
próprias do regime socialista, onde a cúpula do poder recebe os melhores tratamentos
de regalias e prerrogativas, enquanto a população se equipara em acolhimento da
pior espécie, na forma mais vil como vem acontecendo naquele país, onde subsiste
a miséria impiedosa e extrema, com notícia de carência de alimentos e remédios,
cujo reflexo desse quadro é terrivelmente desolador no seio da população em
geral, que tem sido distinguida, de forma cruel, com a condenação ao sofrimento
e às agruras oferecidas ricamente pela desumanidade em plena potencialização
naquele país.
Em
que pesem os movimentos em expressivo apoio ao autoproclamado presidente
interino da Venezuela, todo e qualquer esforço pacífico em nada vai contribuir
para convencer o ditador chavista de que a sua desastrada gestão apenas tem o
condão de conduzir ainda mais o país à escuridão do abismo profundo, exatamente
porque o seu principal trunfo é o apoio maciço das Forças Armadas, que preferem
se manter apoiando o totalitarismo prejudicial aos venezuelanos, do que aceitarem
a incerteza de novo presidente, mesmo com a garantia de anistia aos militares, a
qual certamente não seria bem assim para as mais altas patentes, que temem por
suas cabeças.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 26 de fevereiro de 2019
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