A Petrobras anunciou que vendeu a polêmica
refinaria de Pasadena, no Texas, à empresa norte-americana Chevron.
O valor final da transação atingiu o montante de 562
milhões de dólares, compreendendo a inclusão da compra das ações do sistema de
refino de Pasadena e ainda 212 milhões de dólares em capital de giro, sujeitos
a ajustes até a data de fechamento da aquisição.
A
refinaria nos EUA, que havia sido comprada pela Petrobras, em 2005, foi alvo de
uma série de denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato, tendo
sido objeto de abertura, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de
processo sancionador contra a ex-presidente da República petista e mais 11
pessoas, com vistas à apuração de eventuais irregularidades no negócio, que
demonstrou verdadeiro escândalo, diante, principalmente, da falta de justificativa
plausível sobre a real satisfação do interesse econômico para o Brasil.
À
época, a petrolífera brasileira pagou a cifra total de 1,2 bilhão de dólares pela
referida petrolífera, em transação que envolveu inicialmente 50 por cento do
ativo por 360 milhões de dólares, que, após disputa em câmara de arbitragem,
com a sócia Astra Oil, a Petrobras foi obrigada a desembolsar milhões de
dólares adicionais pela outra metade do ativo, cuja operação causou prejuízo à
estatal brasileira, de bilhões de reais.
Quando
a denúncia desse escândalo veio à tona, a ex-presidente petista era ministra da
Casa Civil do governo do seu antecessor e presidente do conselho de
administração da Petrobras.
Em
2014, quando questionada sobre os problemas na aquisição de Pasadena, a então
presidente brasileira disse que teria recebido informações incompletas e imprecisas
de diretorias da Petrobras, responsáveis pela negociação, o que a induziu a
aprovar o negócio, não tendo assumido a culpa pelos rombos financeiro-econômicos
causados à Petrobras, que simplesmente arcou com os prejuízos, pondo panos
quentes nessa inadmissível história de dilapidação do patrimônio dos
brasileiros, que esteve sob a mais escandalosa administração gerencial, à luz
dessa e de outras transações que ficaram sem as devidas e necessárias
prestações de contas à sociedade, à vista do texto constitucional segundo o
qual o agente público terá que justificar o bom e regular emprego dos recursos
públicos.
À
toda evidência, a compra dessa refinaria foi, disparadamente, se não o pior, mas
um dos mais desastrosos negócios já realizados na Terra, embora houvesse quem, na época do escândalo, tivesse afirmado,
sem ruborizar a cara, que a aludida aquisição foi bom negócio para a
petrolífera brasileira, como que, de forma hipócrita e irresponsável, se afirmando
que prejuízo para os cofres públicos é bom negócio, em ridícula tentativa de
reconhecer a incompetência e os estragos administrativos.
É
inegável que o valor recebido agora (US$ 562 milhões) pela venda da
questionada refinaria só demonstra que foi realmente alarmante e profundamente
sentido o prejuízo causado aos cofres públicos, eis que a Petrobras desembolsou
aproximadamente US$ 1,3 bilhão, e praticamente não teve lucro expressivo para sequer
minimizar o estrago de muito mais de cem por cento do dinheiro jogado no ralo
do desperdício, embora dirigente de então não tivesse a menor dúvida de que o
negócio foi maravilhoso, mostrando o elevadíssimo grau de irresponsabilidade em
relação ao emprego de recursos dos brasileiros.
A
deplorável e injustificável aquisição da refinaria de Pasadena mostra as exata e
precisa dimensões de como o patrimônio dos brasileiros foi dilapidado, sem que
ninguém tivesse a menor capacidade para se opor.
Causa
espécie o fato de que, quando, por circunstância, houve a revelação das
falcatruas, com a comprovação da má gestão dos recursos públicos, no caso da
descoberta sobre extraordinário dano ao erário, no caso da compra de mero monte
ferro obsoleto, só se ouviam justificativas esfarrapadas no sentido de que não
era nada disso do que estão interpretando, além da hipocrisia de assumirem a
responsabilidade sobre os estragos do patrimônio público, ainda desdenhavam de história
penosa contra o interesse dos brasileiros.
A
verdade não poderia ser tão reveladora, na forma dos valores referentes à
compra e à venda da mesma refinaria, que permitem se vislumbrar que o prejuízo
é realmente fantástico e ostentoso, que não pode nem deve ficar sem a devida responsabilização
sobre essa tragédia financeira que se abateu sobre o patrimônio dos brasileiros.
À
luz do ordenamento jurídico, o notório prejuízo precisa sim ser devidamente
reparado, pela via regular da apuração dos fatos irregulares, que resultaram em
inaceitável desperdício de dinheiro público.
Urge
que as medidas administrativas precisam ser tomadas, com vistas à devida apuração
dos fatos, mediante o levantamento dos valores correspondentes aos danos
causados aos cofres da estatal, com vistas à imprescindível responsabilização,
consistindo na atribuição da obrigação do ressarcimento dos valores envolvidos
e na condenação criminal dos agentes púbicos que deram causa ao prejuízo
identificado.
O
governo precisa se conscientizar de que é péssimo negócio fechar os olhos para
esse terrível caso da refinaria de Pasadena, em razão da gravidade do crime de
lesa-pátria, com a exorbitância da lesão ao patrimônio da Petrobras, o que não
se aconselharia que os envolvidos ficassem impunes, até como forma de se
compensar a prática do crime, haja vista que delito contra a administração pública
precisa ser tratado como falta grave, simplesmente imperdoável, diante da necessidade
do exercício do poder de moralização e imperativo combate à criminalidade, a
mostrar que o crime não compensa e a punição é castigo que precisa ser imposto
aos homens públicos que se desviaram da rota retilínea da correção e dos bons
costumes.
Convém
que o governo seja implacável contra os antibrasileiros que deixaram de tomar
as necessárias medidas saneadoras para se evitar imensurável desperdício, de
modo que as providências corretivas possam servir também como exemplo para os gestores
de recursos dos contribuintes, bem assim para a prevenção contra a
reincidências de novas tragédias como a injustificável aquisição da refinaria de
Pasadena.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 28 de fevereiro de 2019
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