sábado, 16 de fevereiro de 2019

Resistência à irracionalidade


Até que o povo do Brasil já bem merece cena política centrada no figurino do princípio da seriedade e da civilidade, em harmonia com o indispensável sentimento de evolução das saudáveis práticas políticas, como fazem normalmente as nações evoluídas, em termos democráticos, de respeito à cidadania.
Ao contrário disso, foi preciso que alguns políticos embrutecidos mostrassem a sua verdadeira índole de incivilidade perante o mundo, para que as cenas fortes e rocambolescas ficassem impregnadas no imaginário da população, de modo que esse péssimo exemplo, absolutamente incompatível com a modernidade política, possa, sem o menor apego, ser extirpado dos trabalhos do Congresso Nacional, diante da premência da necessidade da purificação das mentalidade ínsitas dos representantes do povo.
A eleição do presidente do Senado Federal teve o condão de externar, com a mais viva transparência, a verdadeira entranha da ala desavergonhada e contaminada com o câncer do fisiologismo dissonante dos princípios republicanos e da gestão pública pudica e decorosa, que se sintonizam, na  essência, com as saudáveis práticas da administração, visando exclusivamente à satisfação do bem comum e do interesse público.
Convém até que o sentimento de desmoralização externado pelos políticos do mal possa ser objeto de exposição pública, para que isso consiga se transformas em verdadeira repulsa e repúdio dos brasileiros, que precisam criar vergonha na cara, na hora de escolher seus representantes políticos, tendo a certeza sobre a real personalidade dos políticos que protagonizaram as lamentáveis e vis encenações, diante da cientificação de que estariam sendo escorraçados do trono da Câmara Alta, perdendo as costumeiras prerrogativas, regalias e principalmente as influências do poder, por meio dos quais seus supremos interesses eram serenamente satisfeitos, evidentemente em detrimento das causas públicas.
Como visto, o líder de tal bandalheira sempre foi considerado o verdadeiro proprietário do Senado Federal, comandando-o por quatro vezes e já se achava eleito e com direito de dirigi-lo outra vez, tamanhas as suas petulância e onipotência, embora o seu caráter esteja correlacionado com o enxovalhamento de suspeitas e denúncias sobre práticas deletérias, diante da coleção colossal de 14 ações por improbidade, consistente com o recebimento de propinas, cujos processos tramitam placidamente no Supremo Tribunal Federal, à vista do foro privilegiado, que tem sido verdadeira excrescência a conceder biombo aos criminosos de colarinho branco da República.
Não obstante, nem por isso ele deixo de se exibir aos brados e berros no plenário do Senado, na tentativa de intimidar os novos senadores e mostrar a sua força de cacique renomado, evidentemente sempre cercado de fiéis amigos e igualmente aproveitadores das benesses do poder e com os quais imaginava continuar em cima da carne seca, aproveitado que todos do grupo dele são representantes políticos do Norte e Nordeste.
               Na tentativa de ganhar a eleição com o uso das bravatas de sempre, tudo de pior e horrível foi apresentado para mostrar que a eleição seria ganha na base do grito e na marra, para tanto o cacique-mor saiu para brados de insultos, impropérios, postergações de votação, ameaças, de modo que o tumulto era a senha para tentar melar o bom andamento dos trabalhos pertinentes ao escrutínio pertinente.
O plenário do Senado serviu de palco para práticas circenses da mais vil qualidade, com melancólico espetáculo que envergonhou a classe política e o mundo civilizado, tendo havido apreensão proposital da pasta do presidente da sessão, entre outras presepadas destinadas a tumultuar as regras sadias do jogo, mas o pior aconteceu mesmo em seguida, quanto o presidente do Supremo Tribunal Federal entendeu de anular a principal decisão que havia sido aprovada com ampla maioria, de votação em voto aberto, o que sinalizaria, em princípio, para pretenso impulso à candidatura do trapaceiro-mor.
Ainda no calor das disputas, em ambiente de muito acirramento, o cacique do mal, extremamente repudiado pelas redes sociais, percebeu que o seu tempo na disputa da presidência do Senado havia se encerrado e de forma triste e melancólica, exatamente porque seus votos tinham minguados e já não eram suficientes para a confirmação da sua vitória, mesmo com a votação secreta, a partir do momento em que a votação passou a ser praticamente com a exposição do voto aberto, mostrando que o seu opositor ganharia tranquilamente, o até então considerado todo-poderoso, resolveu desistir da candidatura, antecipando-se do massacre que se aproximava, com a iminente proclamação do resultado, anunciando a sua fragorosa derrota. 
A partir desse momento, o grupo dos políticos oportunistas, que já estavam acostumados com as benesses e as prerrogativas potencializadas entre eles, se retirou do plenário do Senado, permitindo o restabelecimento do clima de tranquilidade e bons fluidos, como precisa funcionar a Casa que representa o povo, que precisa aprender e tirar proveito, para o fim do seu aperfeiçoamento político, das baixarias protagonizadas por homens públicos indignos da representatividade política, diante da sua afeição às facilidades e ao usufruto de benefícios incompatíveis com a dignidade do exercício do cargo, sendo, por isso, o seu bem maior, em detrimento do verdadeiro sentido de defesa dos interesses da sociedade.
Na verdade, o resultado da eleição do comando do Senado se transformou em extraordinária vitória para os anseios e sentimentos de mudanças, com possibilidade de novos e benfazejos ares para as atividades políticas, em uma das casas do povo, não importando a inexperiência do mandatário escolhido, porque, diante da tenebrosa história recente, isso é de somenos importância em comparação com a desgraça que se avinhava sob a chefia do tradicional e tirânico cacique, cuja desenvoltura nos bastidores da política já lhe rendeu mais de dezena de suspeitas da prática de procedimentos contrários aos princípios do decoro, da moralidade, da dignidade etc., em total desabono da sua conduta, que não teria sequer condições morais para se eleger para o exercício de cargo público, ainda que o mais simples possível.
Até na política, às vezes é preciso que haja verdadeiro furdunço, patifaria e jogo sugo, nos moldes do espetáculo deprimente protagonizado pelos senadores,  para que possam prevalecer o bom senso e a razoabilidade, em benefício da moralidade e das boas condutas, condizentes com  as verdadeiras finalidades públicas.
Apesar do ambiente extremamente estressante, é preciso se reconhecer, finalmente, que a emenda saiu bem melhor que o soneto, neste caso representado pela resistência de irracionalidade contra as urgentes e inadiáveis reformas, conquanto a eleição para a presidência do Senado Federal terminou saindo bem melhor do que a encomenda, quando não se imaginava que o núcleo do Executivo tivesse condições de conseguir o fortalecimento e o reforço do cacife do governo, tão ansiado para cuidar da aprovação das reformas urgentes e necessárias de modernização do Brasil.
Brasília, em 15/02/2019

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