Até que o povo do Brasil já bem merece cena política centrada no
figurino do princípio da seriedade e da civilidade, em harmonia com o
indispensável sentimento de evolução das saudáveis práticas políticas, como
fazem normalmente as nações evoluídas, em termos democráticos, de respeito à
cidadania.
Ao contrário disso, foi preciso que alguns políticos embrutecidos
mostrassem a sua verdadeira índole de incivilidade perante o mundo, para que as
cenas fortes e rocambolescas ficassem impregnadas no imaginário da população,
de modo que esse péssimo exemplo, absolutamente incompatível com a modernidade
política, possa, sem o menor apego, ser extirpado dos trabalhos do Congresso
Nacional, diante da premência da necessidade da purificação das mentalidade
ínsitas dos representantes do povo.
A eleição do presidente do Senado Federal teve o condão de
externar, com a mais viva transparência, a verdadeira entranha da ala
desavergonhada e contaminada com o câncer do fisiologismo dissonante dos
princípios republicanos e da gestão pública pudica e decorosa, que se
sintonizam, na essência, com as
saudáveis práticas da administração, visando exclusivamente à satisfação do bem
comum e do interesse público.
Convém até que o sentimento de desmoralização externado pelos
políticos do mal possa ser objeto de exposição pública, para que isso consiga
se transformas em verdadeira repulsa e repúdio dos brasileiros, que precisam
criar vergonha na cara, na hora de escolher seus representantes políticos,
tendo a certeza sobre a real personalidade dos políticos que protagonizaram as
lamentáveis e vis encenações, diante da cientificação de que estariam sendo
escorraçados do trono da Câmara Alta, perdendo as costumeiras prerrogativas,
regalias e principalmente as influências do poder, por meio dos quais seus
supremos interesses eram serenamente satisfeitos, evidentemente em detrimento
das causas públicas.
Como visto, o líder de tal bandalheira sempre foi considerado o verdadeiro
proprietário do Senado Federal, comandando-o por quatro vezes e já se achava
eleito e com direito de dirigi-lo outra vez, tamanhas as suas petulância e
onipotência, embora o seu caráter esteja correlacionado com o enxovalhamento de
suspeitas e denúncias sobre práticas deletérias, diante da coleção colossal de
14 ações por improbidade, consistente com o recebimento de propinas, cujos
processos tramitam placidamente no Supremo Tribunal Federal, à vista do foro
privilegiado, que tem sido verdadeira excrescência a conceder biombo aos
criminosos de colarinho branco da República.
Não obstante, nem por isso ele deixo de se exibir aos brados e
berros no plenário do Senado, na tentativa de intimidar os novos senadores e
mostrar a sua força de cacique renomado, evidentemente sempre cercado de fiéis
amigos e igualmente aproveitadores das benesses do poder e com os quais
imaginava continuar em cima da carne seca, aproveitado que todos do grupo dele
são representantes políticos do Norte e Nordeste.
Na
tentativa de ganhar a eleição com o uso das bravatas de sempre, tudo de pior e
horrível foi apresentado para mostrar que a eleição seria ganha na base do
grito e na marra, para tanto o cacique-mor saiu para brados de insultos,
impropérios, postergações de votação, ameaças, de modo que o tumulto era a
senha para tentar melar o bom andamento dos trabalhos pertinentes ao escrutínio
pertinente.
O plenário do Senado serviu de palco para práticas circenses da
mais vil qualidade, com melancólico espetáculo que envergonhou a classe
política e o mundo civilizado, tendo havido apreensão proposital da pasta do
presidente da sessão, entre outras presepadas destinadas a tumultuar as regras
sadias do jogo, mas o pior aconteceu mesmo em seguida, quanto o presidente do
Supremo Tribunal Federal entendeu de anular a principal decisão que havia sido
aprovada com ampla maioria, de votação em voto aberto, o que sinalizaria, em
princípio, para pretenso impulso à candidatura do trapaceiro-mor.
Ainda no calor das disputas, em ambiente de muito acirramento, o
cacique do mal, extremamente repudiado pelas redes sociais, percebeu que o seu
tempo na disputa da presidência do Senado havia se encerrado e de forma triste
e melancólica, exatamente porque seus votos tinham minguados e já não eram suficientes
para a confirmação da sua vitória, mesmo com a votação secreta, a partir do
momento em que a votação passou a ser praticamente com a exposição do voto
aberto, mostrando que o seu opositor ganharia tranquilamente, o até então
considerado todo-poderoso, resolveu desistir da candidatura, antecipando-se do
massacre que se aproximava, com a iminente proclamação do resultado, anunciando
a sua fragorosa derrota.
A partir desse momento, o grupo dos políticos oportunistas, que já
estavam acostumados com as benesses e as prerrogativas potencializadas entre
eles, se retirou do plenário do Senado, permitindo o restabelecimento do clima
de tranquilidade e bons fluidos, como precisa funcionar a Casa que representa o
povo, que precisa aprender e tirar proveito, para o fim do seu aperfeiçoamento
político, das baixarias protagonizadas por homens públicos indignos da
representatividade política, diante da sua afeição às facilidades e ao usufruto
de benefícios incompatíveis com a dignidade do exercício do cargo, sendo, por
isso, o seu bem maior, em detrimento do verdadeiro sentido de defesa dos
interesses da sociedade.
Na verdade, o resultado da eleição do comando do Senado se
transformou em extraordinária vitória para os anseios e sentimentos de
mudanças, com possibilidade de novos e benfazejos ares para as atividades
políticas, em uma das casas do povo, não importando a inexperiência do
mandatário escolhido, porque, diante da tenebrosa história recente, isso é de
somenos importância em comparação com a desgraça que se avinhava sob a chefia
do tradicional e tirânico cacique, cuja desenvoltura nos bastidores da política
já lhe rendeu mais de dezena de suspeitas da prática de procedimentos
contrários aos princípios do decoro, da moralidade, da dignidade etc., em total
desabono da sua conduta, que não teria sequer condições morais para se eleger
para o exercício de cargo público, ainda que o mais simples possível.
Até na política, às vezes é preciso que haja verdadeiro furdunço,
patifaria e jogo sugo, nos moldes do espetáculo deprimente protagonizado pelos
senadores, para que possam prevalecer o
bom senso e a razoabilidade, em benefício da moralidade e das boas condutas,
condizentes com as verdadeiras
finalidades públicas.
Apesar do ambiente extremamente estressante, é preciso se reconhecer,
finalmente, que a emenda saiu bem melhor que o soneto, neste caso representado
pela resistência de irracionalidade contra as urgentes e inadiáveis reformas,
conquanto a eleição para a presidência do Senado Federal terminou saindo bem
melhor do que a encomenda, quando não se imaginava que o núcleo do Executivo
tivesse condições de conseguir o fortalecimento e o reforço do cacife do
governo, tão ansiado para cuidar da aprovação das reformas urgentes e
necessárias de modernização do Brasil.
Brasília, em 15/02/2019
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