Durante a missa dominical, em celebração pública, o
papa pediu orações, sob a inspiração segundo a qual todos devem assumir suas
responsabilidades diante do que ele chamou de “um desafio urgente do nosso tempo”, em alusão ao encontro que se
realiza no Vaticano, com a participação dos bispos, para tratar de temas
relacionados com os abusos na Igreja Católica.
De acordo com o Vaticano, o encontro pretende
adotar ações concretas e decisões em nome da justiça e da verdade, de modo que
sejam abordados assuntos espinhosos para a igreja, que preocupam a sua cúpula,
quanto à preservação dos princípios religiosos.
Em recente discurso dirigido ao Corpo Diplomático,
na Santa Sé, o papa ressaltou, de forma enfática, que "abusos contra menores" constituem
um dos piores e mais vis crimes possíveis.
Por seu turno, o presidente da Pontifícia Comissão
para a Proteção de Menores disse que a reunião marcará o momento de
desenvolvimento de um caminho claro para a Igreja Católica, baseado em verdade,
justiça e maior transparência.
O referido presidente disse que a conferência
"é dirigida principalmente aos
bispos que têm grande responsabilidade sobre a questão, mas, ao mesmo tempo,
leigos e mulheres especialistas no campo do abuso darão sua contribuição e
ajudarão a entender o que precisa ser feito para garantir transparência e
responsabilidade".
Ainda segundo o citado religioso, os quatro dias de
reuniões servirão para a abordagem e a discussão de temas da maior importância,
especificamente como os deveres e as atitudes pessoais dos bispos; a comunidade
dos bispos e da sua solidariedade; tendo, na terceira etapa, a participação do
papa e, ao final do encontro, haverá uma espécie de balanço sobre os assuntos
estudados e discutidos.
À
toda evidência, é preciso que seja reconhecido o ingente esforço do papa para
pôr às claras, sobre o altar, esse vergonhoso tema referente aos abusos sexuais
que acontecem normalmente na Igreja Católica e que têm sido objeto de vexame e
desmoralização no seu seio, justamente diante da omissão, da cumplicidade e da
irresponsabilidade de autoridades eclesiásticas, lavavam as mãos, mesmo diante
de denúncias sobre abusos.
Não
obstante, diante de terríveis resistências dos poderosos setores conservadores
da igreja, somente agora parece ter sido possível quebrá-las, em que pese se
tratar de situação das mais desagradáveis para a instituição, ante a existência
de graves delitos que eram acobertados de forma omissiva e irresponsável, em claro
detrimento da imagem da igreja.
Como
instituição milenar responsável pela evangelização dos princípios cristãos, a
Igreja Católica já deveria ter tratado desse tema há muito tempo, não somente
na tentativa de purificação e extirpação dos demônios incrustados no seu seio,
mas, em especial, como forma de se evitar que as mentes doentias de
eclesiásticos não pudessem ter causado tantos sofrimentos e dissabores às
pessoas inocentemente envolvidas com as suas atrocidades diabólicas, que vinham
contribuindo para a deturpação da imagem santa e respeitável da instituição.
Espera-se
que esse encontro liderado pelo papa seja o caminho verdadeiramente adequado para
possibilitar a discussão e o estudo, com a devida profundidade, de questão da
maior importância para a igreja, porque os abusos sexuais não somente contra
menores, mas em geral, precisam ser definitivamente equacionados e solucionados,
a partir da autoridade do papa, de modo que a conclusão das reuniões tenha por
norte a adoção de medidas efetivas e concretas, permitindo que a credibilidade da
instituição volte a reinar em nome apenas do amor cristão.
Diante
da gravidade dos fatos, que tem o condão de ameaçar o futuro da Igreja
Católica, há expectativa de que, nesse encontro de bispos, a luz do Espírito
Santo possa emanar eflúvios benfazejos capazes de contribuir para a eliminação
desse câncer que denigre a imagem da Santa Igreja, justamente por dizer
respeito a práticas diametralmente contrárias às finalidades essenciais de
evangelização dos ensinamentos da doutrina cristã, que têm como princípios a disseminação
do Evangelho de Jesus Cristo, sob os pilares da justiça, da verdade, do
respeito, do amor e principalmente da construção de relações sociais saudáveis
e edificantes, como forma de consolidação do bem e da eterna santidade entre os
seres humanos, em harmonia com o sublime ideário humanitário pregado pelo
principal construtor da Igreja Católica: Jesus Cristo.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 19 de fevereiro de 2019
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