domingo, 5 de abril de 2020

Convergência dos brasileiros

O Datafolha divulga, neste domingo, resultado de pesquisa realizada entre 1.511 entrevistados, por via de telefone, nos dias 1* a 3 do fluente mês, versando, basicamente, sobre fato bastante explorado, no momento, pela oposição, que pretende a renúncia do presidente da República.
Aquela empresa informa, segundo consta da notícia, que a cogitada renúncia “é rejeitada por 59% dos brasileiros”, em contrapartida da opinião de que “37% dos entrevistados”, que entendem que o chefe do Executivo deveria deixar o cargo.
De acordo com o Datafolha, o apoio à renúncia do presidente cresce entre jovens de 16 a 24 anos (44%) e mulheres (42%), enquanto homens (65%) e trabalhadores que recebem entre cinco e dez salários mínimos (69%) são contrários.
A pesquisa também mostra, com base na resposta dos entrevistados, que o presidente tem condições de liderar o país, para 52% deles, enquanto outros 44% discordam dessa opinião, e 4% não souberam responder.
Por sua vez, a empresa responsável pela pesquisa esclarece que a região Nordeste concentra o maior percentual de apoiadores da renúncia em apreço, com 47%, enquanto na região Sul, maior reduto bolsonarista na eleição, 28% querem que o presidente desocupe o posto.
Salta aos olhos, com muita tristeza, a forma irresponsável como é divulgado o resultado da pesquisa, diante da contradição de afirmações, quando aqueles entrevistados, no total de tão somente 1.511 pessoas ouvidas, totalizando 891 entrevistados (59% de 1.511) representam os “brasileiros”, ou seja, mais de duzentos milhões, menos mal, só que esse dado não condiz com a realidade, enquanto os outros 620 gostariam que o presidente desinfetasse o principal trono da República.
Nada impede, no formato republicano e democrático brasileiro, que se realizem pesquisas e o mais que quiserem, mas, em pleno massacre da agudeza da crise causada pelo temível coronavírus, ficar instigando o povo sobre renúncia do presidente do país não parece ser de bom tom, notadamente porque existe questão de primordial importância que precisa ser discutida pelos brasileiros, e carece de imediata solução, qual seja, a tragédia do século, representado pelo coronavirus.
Ressalte-se que a renúncia do presidente ganhou as manchetes da mídia a partir do manifesto formulado por partidos de oposição, pleiteando que o capitão da reserva do Exército deixe o cargo, que tem sido hipótese já descartada por ele, em reiterados pronunciamentos.
Entre os políticos à frente do movimento pedindo a renúncia do presidente estão três ex-candidatos da oposição à Presidência da República, que, como brasileiros, têm legítimo direito de formular o que bem quiserem, mas, sob a ótica da dignidade do civismo aos ideais republicanos, melhor representaria para a grandeza de seus projetos políticos que eles e os demais homens públicos pudessem criticar a atuação do mandatário da nação, como é próprio dos regimes republicano e democrático, sem olvidar da importante contribuição em forma de apoios e sugestões construtivos para o efetivo combate ao perigoso coronavírus, que vem aterrorizando a humanidade.
Os políticos brasileiros e a população precisam entender que o presidente da República é pessoa que pode perfeitamente ter ideologia, mas esta deve ser devotada à defesa das causas nacionais e jamais pode contrariar ao interesse público, que está acima de tudo, porquanto em qualquer circunstância, mesmo no fogo cruzado da guerra e das batalhas, como no caso do embate contra o coronavírus, o mandatário precisa ser considerado unicamente como estadista, que luta incansavelmente em defesa de todos os brasileiros, o que significa dizer que a vitória ou a derrota é compartilhada igual e solidariamente entre os mesmos patrícios, que precisam se conscientizar que o único partido de todos, neste momento difícil, é o Brasil.
Diante disso, não constitui nenhum absurdo qualquer ilação no sentido de que as ideias da oposição ou de quem for contra ao governo, inclusive dos meios de comunicação, pertinentes à cogitação da renúncia ou de outra hipótese do gênero do presidente do país, serem consideradas oportunistas e contrárias aos princípios civilizatórios, justamente em razão da travessia do momento delicado da guerra declarada contra o coronavirus, que envolve, necessariamente, a participação dos brasileiros, independentemente de ideologia, preferências pessoais e partidárias ou outras ambicionantes metas, porque nada, absolutamente nada, pode justificar pretensões senão no sentido de convergências de todos na busca dos melhores resultados para a população em geral, que anseia unicamente que o Brasil possa conquistar o pódio, para o bem de todos.     
            Brasília, em 5 de abril de 2020

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