O
Datafolha publica, no jornal Folha de S.Paulo, pesquisa versando acerca
de questionamento à população relacionado com as medidas de isolamento impostas
pelas autoridades governamentais, com vistas à contenção, o máximo possível, do
coronavírus.
De
acordo com o aludido levantamento, ”76% dos brasileiros acreditam que o mais
importante neste momento é deixar as pessoas em casa, 18% querem acabar com o
isolamento, e 6% não sabem.”.
Independentemente
de pesquisa sobre o assunto do momento, envolvendo o poderoso Covid-19, a população
decidiu, mansamente, apoiar o isolamento obsequioso de ficar em casa, graças,
certamente, ao enorme temor ao Covid-19 em si, mas também diante da falta de
equipamentos e instrumentos hospitalares, notadamente no que consiste em respiradores,
UTIs, leitos, medicamentos e principalmente equipes de profissionais médico-hospitalares
suficientes ao satisfatório atendimento das crescentes demandas causadas pela contaminação,
que mostram o colapso existente nos hospitais ou a iminência dele, que são insuficientes
para fazer face à voracidade decorrente do devastador coronavírus.
A propósito,
o ministro da Saúde disse, hoje, que o Brasil ainda não está preparado para
enfrentar o pique da demanda causada pelo coronavírus, o que demonstra que ele
reconhece a urgência em se correr contra o tempo, enquanto os efeitos do Covid-19
na população se encontram em comportamento civilizado, ainda em condições do
atendimento normal dos casos, sem maiores atropelos, em níveis suportáveis e
compatíveis com o material necessário.
À toda
evidência, já era, porque passou do tempo, para o poder público ter mostrado à população,
com base em estudos técnico-científicos, fulcrados na realidade brasileira, a
essencialidade dos motivos para os quais é preciso ficar determinada duração de
tempo necessário dentro de casa, sob a alegação de que é preciso se evitarem os
contatos de pessoas em aglomerações, sem que se permita que a população tenha
alternativa diferente do padrão sabidamente importado, resultante de estudos
com base em cultura, clima, peculiaridades, características e outras
experiências de outros países ou regiões diferentes do Brasil.
Em termos
técnico-científicos, o Brasil precisa evoluir e muito, para se conscientizar
sobre a imperiosa necessidade da aplicação de protocolos e padrões de
experimentos com base em exclusivos estudos referentes às nossas
peculiaridades, de modo que sejam usados, quanto aos brasileiros, as cartilhas
e os parâmetros produzidos em conformidade com as características da população tupiniquim,
apenas e tão somente permitido o aproveitamento de outras experimentações como
subsídios, mas jamais como elemento principal, como foi feito agora, em que o
Ministério da Saúde utiliza orientações oriundas do formato fornecido pela
Organização Mundial da Saúde, como se somente elas garantissem infalibilidade dos
condutores das políticas de saúde governamental, voltadas para o combate ao
coronavírus.
Esse
entendimento completamente empírico adotado pelo Brasil tem contribuído, sem
margem de dúvida, para a formação das prejudiciais polêmicas existentes entre a
autoridade principal do país e os demais órgãos nacionais, inclusive o próprio
Ministério da Saúde, que atua, pasmem, piamente como voo cego de morsego, tendo
por norte orientação de estudos ou experimentos aplicados em outras nações e
regiões da Europa, principalmente, com clima, cultura e particularidades
próprias, bem diferentes de tudo que acontece para as bandas do Brasil, onde
haverá enorme dificuldade para o tratamento de epidemia com o indispensável
tratamento se já pudessem ser adotadas as normas próprias, adaptadas aos nossos
costumes.
Como
começo de algo da maior importância para o Brasil, o governo federal já deveria
ter providenciado estudos, executados por comissão de alto nível de
especialistas em saúde pública, tomando por base a experiência do pleno funcionamento
de algumas escolas, determinados comércios e indústrias e ainda outras
atividades econômicas, evidentemente com o envolvimento, rigorosamente observado,
de pessoas até o limite de idade, de saúde comprovada, com a adoção dos devidos
cuidados para se evitar contágios, com vistas à aquilatação referente à densidade
do coronavírus nesses locais, que precisa ficar permanentemente em processo de monitoração,
na forma de experimentação eleita pelas características genuinamente brasileiras.
Com base
nesses estudos, tendo como parâmetro técnico-científico, poder-se-ia haver gradual
liberação das atividades escolares, comerciais, industriais etc., frise-se com
base nos resultados de experiência social puramente realizada nas condições
brasileiras.
Agora,
causa enorme perplexidade não haver sequer preocupação para a defesa do
isolamento total ou parcial, sem qualquer estudo a respeito do assunto, o que
demonstra tremendo empirismo e irresponsabilidade por parte das autoridades públicas,
com relação ao trata de assuntos da maior relevância nacional, que envolve
diretamente o interesse dos brasileiros, preferindo ficar discutindo o que
precisa ou deveria se fazer para a adoção da melhor medida, em razão da
existência do coronavírus, quando elas têm competência para resolver, mas
infelizmente falta competência, inteligência e iniciativa, que são ingredientes
essenciais para a excelência da administração pública.
Em absoluto,
não se quer dizer com isso que se esteja defendendo senão o confinamento social
pleno, justamente pela inexistência de estudos com a marca brasileira, ou seja,
somente na forma da orientação transversal importando, pelo falta de outra
precisamente adequada às necessidades brasileiras, é imprescindível que se
aplique o que normalmente se convencional o caminho mais curto ou a famosa lei
do menor esforço, muito propriamente adotada em situação de incompetência e sem
muita preocupação com a eficiência e a otimização de resultados.
Do mesmo
modo, não se pode inclinar-se por pelo isolamento vertical defendido com a
liderança do presidente da República, apenas com base em nenhum estudo, porque
se trata apenas da tentativa de não se permitir a quebradeira econômica, à
ausência argumento de maior consistência científica aplicável ao caso, quando o
mandatário do país já deveria ter orientado a sua equipe de assessores da maior
inteligência do país, para a produção de estudos técnico-especializados,
mostrando sobre a possiblidade do normal funcionamento das atividades
essenciais do país.
Agora, é
muito estranho e causa enorme tristeza pessoas extremamente inteligentes
ficarem discutido praticamente o sexo dos anjos, no sentido de que o correto, se
o confinamento total, parcial, misto ou outro qualquer, conforme as
circunstâncias ou ainda em terminada localidade ou região, quando, na verdade,
todos estão cobertos de razão, em defenderem seus pontos de vista, no âmbito do
Estado Democrático de Direito, embora ninguém tenha absoluta certeza de que
esteja agindo com base em parâmetro técnico-científico, uma vez que o protocolo
importado aplicado no Brasil pode não se encaixar perfeitamente às
peculiaridades brasileiras, mas há enorme risco que ele dê certo, como vem
dando até agora, à falta daquele ideal, ajustado às feições brasileiras.
O Brasil
não merece ser tratado na forma do simples achismo, da aplicação do menor esforço,
torcendo por que o protocolo importado, único em condições de ser aplicado, dê
certo, quando muito tempo já foi jogado pelo ralo da incompetência, com
discussões inúteis e infrutíferas, quando a convergência de excelentes ideias
já havia contribuído para a formação de comissão especial e específica,
constituída por intelectuais conhecedores de epidemias e que não ficassem aceitando
o aproveitamento, sob o conformismo, dos surrados enlatados, que podem, mas
também não podem servir para satisfazer às necessidades brasileiras, em que
pese o momento de grave crise, em que, às vezes, o jeitinho brasileiro termina
resolvendo, conforme mostra a história.
Em
razão do exposto, parece recomendável que o governo federal promova, com a
máxima urgência, estudos sobre a incidência da disseminação do coronavírus, em
ambientes compreendidos com o pleno funcionamento de escolas, comércios, indústrias
etc., adotando-se os indispensáveis cuidados acautelatórios de praxe, para se
evitarem maiores contágios do vírus, de modo que, conforme seus resultados,
seja possível ou não a autorização para o funcionamento dessas atividades com os
devidos acertos e segurança da medida, à vista de se ter o seu respaldo em
estudos e experiências autenticamente brasileiros.
Brasília,
em 9 de abril de 2020
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