segunda-feira, 20 de abril de 2020

Para o bem de todos

Brasil já se aproxima dos 40 mil casos de Covid-19, com mais de 2.300 mortes causadas pela nova doença do século, fatos que preocupam a todos os brasileiros, que precisam se cuidar para que esta estatística não se torne cada mais alarmante, pois os cuidados precisam ser redobrados, no sentido de se evitarem conglomerações de pessoas, com maior proliferação do vírus.
O Datafolha fez pesquisa e constatou que 79% dos entrevistados são favoráveis a punições contra quem infringir as medidas de isolamento social vigentes.
          Dos entrevistados, somente 18% acreditam que o governo não deve controlar a movimentação de pessoas.  
A pesquisa do Datafolha ouviu 1.606 pessoas, por meio de telefone, respeitando as medidas de isolamento social.
Entre as pessoas que defendem algum tipo de punição, 33% foram favoráveis a multas e 43% defenderam advertências verbais.
As punições financeiras satisfazem mais jovens de 16 a 24 anos e assalariados com carteira registrada, enquanto as advertências são defendidas em maior parte pelos brasileiros com maior poder aquisitivo.
A nova pesquisa indica também que a adesão à quarentena se mantém constante em relação ao último levantamento, no início do mês, quando 4% dos entrevistados disseram que mantinham a rotina de antes da pandemia da Covid-19.
O isolamento social, criticado frequentemente pelo presidente da República, é defendido pela maior parte dos governadores do país, que estão estendendo as medidas restritivas em seus respectivos estados.
O governador de São Paulo, em tom mais exagerado, chegou a sugerir a prisão daqueles que desrespeitassem a quarentena, mas apenas ampliou o isolamento até o dia 10 de maio.
As medidas de confinamento são defendidas por especialistas com o objetivo de achatar a curva epidêmica da Covid-19 no Brasil, ou seja, adiar o pico da pandemia no país para garantir a estruturação do sistema de saúde e evitar o colapso já identificado em capitais como Manaus e estados como o Ceará.
É importante ficar claro que se trata de resultado de pesquisa abrangendo quantidade bastante reduzida de apenas, pouco mais de 1.600 pessoas ouvidas, mas a tendência é a de que os brasileiros são realmente a favor de punição para aqueles que deixarem de observar o confinamento, porque este tem sido o procedimento que garante o mínimo de segurança para se evitar a expansão do coronavírus.
É evidente que o ideal não é aplicação de sanção para aqueles que não respeitarem o confinamento, porque a orientação pedagógica pode resultar em resultados satisfatórios, em se tratando que o isolamento é para o bem das pessoas, que precisam compreender que elas, ao se protegerem, estão contribuindo para evitarem também a contaminação de outras pessoas, de modo que o esforço seja benéfico para a sociedade em geral.
Espera-se que não seja preciso chegar a esse ponto da aplicação de multa, porque isso somente demonstra a incapacidade de convencimento por meios próprios de cidadania e civilidade, que são preferíveis, por mostrarem a maturidade e a inteligência das pessoas, quanto à percepção de que todos precisam compreender que o sacrifício de alguns se transforma em benefício de todos.   
           Brasília, em 19 de abril de 2020

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