sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Nada de crimes

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um parlamentar discursa no Plenário da Câmara dos Deputados, elencando uma a uma as atitudes praticadas pelo último ex-presidente do país, segundo o congressista, como a defesa da família, da pátria, da liberdade  e da democracia, dizendo que esses princípios  foram os crimes passíveis de atribuíveis a ele, por parte daqueles que se opõem a tudo que ele teria feito de bom em benefício dos verdadeiros brasileiros.

Na verdade, é preciso ter, sobretudo, sensibilidade e honestidade para classificar os reais crimes praticados pelo ex-presidente do país, porque nada dos assuntos elencados no vídeo foram objeto de motivação suficiente para incriminá-lo.

Todos os casos arrolados no vídeo estariam na obrigação regular do estadista, que se elege somente para a execução de obras, projetos e atividades em benefício da sociedade e isso, frise-se, é dever funcional do presidente do país, sem nenhum favor, porque isso se insere nos compromissos de bem-servir à população.

Na realidade, é preciso ficar bastante claro que os fatos preponderantes que causaram todos os crimes passíveis de imputação ao ex-mandatário estão relacionados, quer queiram ou não, com a insensatez, a incompetência e a insensibilidade, pela notória falta de percepção de que o verdadeiro estadista precisa observar a cartilha da qual ele jamais poderia se afastar, não importando as adversidades ao seu governo, porque isso não justifica nenhum desvio da liturgia inerente ao cargo presidencial.

Exemplificando essa assertiva, o estadista tem o dever de corrigir as falhas e as carências na administração pública, devendo fazê-lo por meio de medidas legislativas apropriadas e exclusivamente na forma capitulada na Constituição e na legislação vigente.

Não tem nenhum cabimento o estadista ficar apenas discutindo, criticando e agredindo, em público, assuntos que a sua competência sinaliza apenas para a adoção de projetos pertinentes e pronto, sem necessidade alguma de disputa, sem necessidade, do poder com autoridades da República, principalmente quando não se tem cacife, em termos de competência, à altura da demanda, que exatamente exige o caso.

Essa deplorável situação ficou bastante clarividente, quando o ex-presidente do país decidiu medir forças com integrantes da corte grandona do país, com o emprego de críticas, acusações e agressões, de ambas as pessoas, em disputa absolutamente desnecessária, porque o cerne das rixas era as urnas eletrônicas, cuja situação poderia ser resolvida, de forma civilizada, por meio de medida legislativa, repita-se, sem necessidade da baixaria protagonizada por ambas as partes, cuja inexplicável disputa passa para a história como página negra na República tupiniquim.

Aliás, esse infeliz processo de incivilidade foi capaz de gerar não somente o infortúnio para o próprio ex-presidente do país como para a desgraça do Brasil, com a volta da nefasta esquerda ao poder, uma vez que o sistema dominante entendera que as grosserias do então mandatário seriam suficientes para ele ser defenestrado do governo, como de fato aconteceu, justamente porque os métodos abusivos, arbitrários ou inconstitucionais, empregados pelo sistema foram absolutamente eficazes aos objetivos dele, tanto que não se tem conhecimento de nenhuma medida em contestação às decisões abusivas e questionáveis, todas prejudiciais ao ex-presidente do país.

Impende se ressaltar, a propósito, porque são fatos, as melancólicas choradeiras, como as que constam do vídeo em apreço, quando fatos concretos realizados são apontados ironicamente como tendo sido crimes, como se pretendendo transformá-los em forma de vitimização.

Brasília, em 29 de dezembro de 2023

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