Preparador de paraquedas

 

Um piloto de caça da Marinha dos Estados Unidos da América teve o avião que pilotava derrubado por míssel, na guerra do Vietnã.

Após o impacto, o piloto conseguiu se livrar do avião e foi salvo graças ao paraquedas, mas ele terminou sendo capturado pelos inimigos, tendo cumprido prisão, naquele país, por 6 anos, quando foi liberado e retornado ao seu país.

Certo dia, o piloto estava em um restaurante, quando uma pessoa se aproximou dele e fez a seguinte afirmação: "Você é Plumb! Você pilotou caças no Vietnã que foram transportados pelo porta-aviões Kitty Hawk, e você foi derrubado!".

Surpreso, o piloto indagou: "Como você sabe disso?"

Então, o homem disse: "Fui eu que dobrei seu paraquedas".

O piloto suspirou em tom de gratidão e os dois amigos apertaram as mãos.

O aviador disse: "Acho que funcionou! Com certeza. Se seu trabalho não tivesse funcionado, eu não estaria aqui, hoje.".

Naquela noite, o aviador teve dificuldade para dormir, uma vez que ele continuava refletindo e pensando na revelação de linda história, que nunca ele imaginara sobre a importância dos fatos da vida, com muita influência na vida dele.

Diante disso, a mente do piloto remoía em pensamentos, como esse:  "Fiquei me perguntando como ele seria em um uniforme da Marinha: um casquete branco; a blusa com o cabeção nas costas e calças com boca de sino. Gostaria de saber quantas vezes eu o teria visto sem sequer dizer 'bom dia, como está você?' ou algo assim, porque, veja só, eu era um piloto de caça e ele era apenas um marinheiro.".

 O piloto pensou muito nas longas horas que o marinheiro passara manuseando e dobrando cuidadosamente a seda de cada paraquedas, tendo sempre em suas mãos o destino de alguém que sequer conhecia.

Com base nessa importante história, o piloto fez a seguinte pergunta: "Quem está arrumando seu paraquedas, agora?".

Essa linda história ajuda as pessoas inferirem que, no quotidiano da vida, nós temos necessidade da existência do preparador de paraquedas, alguém que possa fornecer algo para a nossa sobrevivência.

No contexto da sua experiência, o piloto lembrou que ele também precisou de muitos outros tipos de paraquedas quando o seu avião foi abatido sobre o território inimigo, como paraquedas físico, mental, emocional e espiritual, que funcionariam como apoios antes de alcançar a segurança que ele precisava, em momento bastante aflitivo.

A verdade é que, nos desafios da vida atribulada, deixamos de perceber exatamente quem prepara o nosso paraquedas para o enfrentamento da vida e nem nos ocorre em dizer para essa pessoa como vai, olá, por favor, muito obrigado, parabéns, elogiar ou simplesmente fazer algo de bom sem motivo.

O certo, e isso é notório, é que os dias se passam e dificilmente temos atenção para reconhecermos as pessoas que não se cansam de dobrar nossos paraquedas, que são importantíssimos nas nossas vidas.

É muito importante que nós tenhamos capacidade para a apreensão e a apreciação sobre quem realmente arruma e prepara o nosso paraquedas, para que seja possível a retribuição em forma de atenção e gratidão.

Sim, é até possível que a pessoa nem conheça quem dobra e prepara o seu paraquedas, para a vida, exatamente porque nunca sequer pensou sobre essa possibilidade.

É importante que as pessoas se permitam que a bondade possa permear o seu coração, que precisa estar atento e não ter limites para o relacionamento com as pessoas, em especial porque é possível que alguém possa estar arrumando seu paraquedas, exatamente agora.

Brasília, em 16 de dezembro de 2023